Rafaela (@exlibris_sc) 11/06/2020O fim da Demanda do Anel“[...] na verdade creio que é muito mais confortável ficar sentado aqui ouvindo a respeito de tudo. Aqui a lareira é muito aconchegante, a comida é muito boa e há Elfos quando se precisa deles. O que mais se poderia querer?”
3 meses e 1678 páginas depois, a Demanda do Anel chega ao fim. Sorrisos, lágrimas, mortes, amores e com o coração destroçado... Foi assim e com outras emoções que terminei a releitura do último volume de O Senhor dos Anéis, O Retorno do Rei, mês passado.
Fazia mais de 10 anos que li OSDA pela primeira vez e, apesar de ter esquecido algumas coisas, porque muitas delas divergem do que apareceu nos filmes, a leitura sucedeu com o bom e velho tom familiar de uma conversa com um tio distante. Tolkien me mostrou mais uma vez porque ele e sua obra são preciosos pra mim, ajudando a me definir como leitora e pessoa.
Neste volume, que possui os livros V e VI da Demanda, acompanhamos o “desenrolar da carruagem” para os membros da Sociedade esfacelada e outros personagens igualmente importantes e envolventes. Éowyn sem dúvida é a heroína que toda garotinha sonhava ser quando crescesse, sei que eu queria, com sua beleza nobre e gélida, sua coragem e determinação que abalaram todos os preceitos da época.
Acompanhar cada milha percorrida por Gandalf, agora o Branco, Merry e Pippin, Aragorn que passa a aceitar cada vez mais seu lugar de direito como herdeiro de Isildur, o destino de Saruman e Grima, a volta da força e nobreza dos Eorlingas, e sentir o sangue pulsar junto aos tambores de guerra dos orques na batalha nos campos de Pelennor.
Sofri a cada passo dado em falso por Frodo e Sam junto à seu guia duplo Smeagol-Gollum, o ar preso nos pulmões com o exército dos mortos em marcha, as lágrimas no rosto e o coração na mão a cada vez que a esperança parecia findar. Apesar de saber o final, ainda me surpreendi quando gritei com Frodo para jogar o anel no fogo da Montanha da Perdição, e outros tantos momentos que agora passam feito um filme na minha cabeça.
Quase tão enriquecedora quanto os livros em si, foi a leitura dos Apêndices que colocou os pingos nos i’s. Afinal OSDA termina como uma espécie de contos de fadas onde o bordão “e foram felizes para sempre” é a última frase contemplada pelo leitor; aqui sabemos o que acontece após o Anel do Poder ser destruído e os elfos partirem para o Mar. Cada membro da Sociedade tem seu desfecho único, belo, nobre e triste ao mesmo tempo. Conhecemos um pouco mais do passado de Aragorn e Arwen e que beleza de presente foram essas páginas!
Além da edição em si que contém índice remissivo, guia de pronúncias e escrita, algumas explicações referentes as ilustrações das capas... enfim, eu poderia passar uma Era inteira falando para vocês do porque OSDA é o livro da minha vida e porque vocês deveriam ler, reler e sorver até a última palavra.
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Mas, deixo-os agora porque: “A Estrada segue sempre avante
Da porta onde é seu começo.
Já longe a Estrada vai, constante,
Outros a sigam com apreço!
Comecem já nova jornada,
Mas eu, exausto, em abandono,
Me volto para a boa pousada,
O meu descanso e o meu sono.”
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