Ensaio Sobre a Cegueira

Ensaio Sobre a Cegueira José Saramago




Resenhas - Ensaio Sobre a Cegueira


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Anna226 20/01/2024

Do que é composta a essência humana?
Essa não é uma leitura leve. Nessa distopia, observamos o comportamento humano diante de uma epidemia de cegueira. A humanidade é retratada em sua face mais sombria e lúgubre, em meio a situações extremamente grotescas, desoladoras e até mesmo traumáticas. Alguns trechos são muito difíceis de processar.

?Queres que te diga o que penso. Diz, Penso que não cegamos, penso que estamos cegos, Cegos que veem, Cegos que, vendo, não veem.?

Alguns adendos sobre a escrita de Saramago:
É texto corrido, então as falas dos personagens são todas no mesmo parágrafo. Isso pode ser um pouco confuso inicialmente, ainda mais pelas letras maiúsculas depois das vírgulas (como no trecho que coloquei acima - o que vai marcando o início e fim de uma fala e outra). Depois acostuma.
A Companhia das Letras manteve a escrita original, então o vocabulário é de português de Portugal. Mas também o leitor vai acostumando.

Apesar de complexa, essa obra é uma das mais reflexivas que já li, vale a pena colocar na estante.
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Hey_Guga 20/01/2024

Uma obra prima.... E latina :)
Acabei-me por demorar a escrever essas impressões. Então não poderia ser coerente tanto quanto o faria se o tivesse feito nos meados da leitura.

Mas, afinal, uma leitura marcante, uma obra prima entravada nas entranhas da sociedade, uma rara demonstração de uma escrita compulsóriamente desesperadora, não pode ser esquecida. Cegante e aspiradora dos mais descritivos desaforos. Cada ânsia por uma palavra: "ceguei", estremecia-me.

Saramago desvencilha-se de um puro aforisma social, para uma trama distópica guiando os humanos, se ainda humanos, às mais profanas e loucuras atitudes. Com personagens tão reais e sensíveis, cientes de sua pequenez, cegos mesmo quando viam, ainda menos cegos do que o que são agora. As medidas reflexivas, abertamente filosóficas em certos momentos.

Não há como não abandonar um pouco de si, dos constructos naturais que lhes vêm do berço e galgam suas emoções, seus impulsos, perdendo-se na perdição dos que sequer vêem, para revidar, para odiar ou amar, sem escolha a não ser seguir em frente - isso se em um mundo de cegos realmente houver algum sentido as direções - e por fim onde chegará?? Se a pequena Alice poderia tomar qualquer caminho quando não sabia onde ir, deveria um cego - que mesmo que soubesse para onde ir não o poderia encontra-lo, ou mesmo sair deste caso o tivesse achado, ou então viver sedentário quando a natureza enxota-o para as frontes da caçada e do plantio - deveria ele caminhar a esmo sem casa, sem lar, sem família muitas vezes?? Talvez a crua verdade é que não haveria escolhas, para os cegos basta seguir o que vier.
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Anurb_0 20/01/2024

Uma experiência sem igual
Em 2016, no auge de meus 14 anos eu assisti ao filme, chocante, porém mais interessante do que assustador, afinal falar de pandemia soa bem irreal, não?
Pois bem, em 2022 lá estava eu na faculdade e me deparo com essa leitura obrigatória, dois anos após o mundo parar por conta de uma pandemia. Coloque o ser humano em seu extremo, o deixe com fome, com medo e inseguro, logo após assista o indivíduo expelir de si o pior que há em seu interior, transformando-se em criatura mais do que em homem, não creio que há nesse mundo alguém superior ao Saramago para fazer com tanta precisão a descrição exata do fundo do poço, da desesperança completa. Resumindo, tudo que digo sobre essa história é que ela é assustadoramente boa.

Nota: é uma pena que eu não o tenha lido antes de 2020, pois tenho certeza de que obter o comparativo da leitura antes e pós covid seria enriquecedor.
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Thais645 19/01/2024

Impactante! Profundo e muito tocante!
Mesmo sem dar nome aos personagens é incrível como a escrita do Saramago consegue nos fazer se apegar as histórias dos personagens! Esse livro retrata o ser humano na sua forma mais vulnerável. Faz refletir sobre a empatia, amor ao próximo, compaixão e lealdade.
Pri.Kerche 13/02/2024minha estante
Adoro esse livro!


Thais645 13/02/2024minha estante
Foi minha primeira leitura de Saramago. Também amei!


Pri.Kerche 13/02/2024minha estante
Tem a sequencia: "Ensaio sobre a lucidez". É mto legal tb


Thais645 13/02/2024minha estante
Não sabia que era uma sequência!! ? Muito obrigada pela informação! ? Vou procurar para iniciar em breve!!


Pri.Kerche 13/02/2024minha estante
Procura sim. Achei a liguagem mais fácil no segundo livro




matheuscavallo 18/01/2024

Temos a opção de não sermos cegos..
Um livro difícil, escritura densa e pesada. Entretanto, uma leitura totalmente necessária e altamente magnífica.

José Saramago, nos leva a um mundo onde a cegueira se espalhou. E nos faz refletir o quão dependente somos das coisas mais básicas da vida.

E o mais incrível é o quanto fica evidente, que, quando temos a oportunidade de enxergar, escolhemos não ver.

"Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que veem, Cegos que, vendo, não veem."
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Natalia1729 18/01/2024

O livro nos faz refletir sobre a nossa cegueira diante da vida. A maioria tem olhos, mas não vê. Também aborda a questão do cooperativismo, uma vez que em situações de desafio extremo, o ser humano é sociável, é nato do ser ser colaborativo, mas não o é.
O livro mexe com nossos sentimentos do início ao fim, faz chorar, ter raiva, ojeriza diante das situações e, particularmente, Saramago sabe como fazer isso da melhor maneira.
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Dani 18/01/2024

Ensaio sobre a cegueira
Um livro tão antigo e tão atual ao mesmo tempo. Ensaio sobre a cegueira te faz refletir sobre nosso comportamento humano e nosso instinto selvagem.

Uma sociedade é totalmente atingida por uma doença que deixam todos cegos, menos uma pessoa. Ao longo dos dias as pessoas vão ficando sem comida, sem teto e nada mais pertence a ninguém. Nos faz refletir sobre tudo que temos de bens pessoais em um momento pode não valer de mais nada.

Trazendo o livro em uma comparação muito recente com a pandemia ele nunca foi tão atual. Nos momentos de crise que descobrimos o qual cruel e selvagem o ser humano pode ser em busca da sua própria salvação.

Ensaio sobre a cegueira é um livro pesado, duro e difícil, mas um livro extremamente necessário.
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Rachel148 18/01/2024

Ainda não sei o intuito de Saramago ao ter escrito Ensaio sobre a cegueira, por conta da implosão de sensações e descrições riquíssimas de detalhes, que poderiam até ser poupados. Os detalhes que fazem o leitor se corroer de aflição, e até mesmo, de uma certa culpa, por tanta consciência sobre os acontecimentos passados com os personagens, são os mesmo detalhes que fazem do leitor, escravo da sua narrativa.
À sua maneira, Saramago consegue prender a atenção do público leitor, ao que se acontece em cada cena, até mesmo em cenas de total inércia. Páginas imersas em um suspense, um terror psicológico em que se faz cerne do livro, apreensão e agonia podem ser as palavras perfeitas para a descrição da obra. Em muitos momentos, o próprio leitor começa a se ver como parte dos cegos, parte daquele mar de imundície, e essa tática utilizada pelo autor, prende o leitor em um carrossel vicioso onde se é engolido, página por página, em busca de uma explicação que parece nunca chegar.
Sua escrita causa uma certa estranheza, pela sua escolha de não usar pontuações gramaticais certas. A princípio, a confusão se faz mais presente que a compreensão, não se sabe onde a fala se inicia nem onde se termina. No meio do livro, já se habitua à essa prática normativamente incorreta, e se passa a entender a real intenção do autor ao fazer essa decisão. Já no final, a falta de pausa, espaços e pontos de interrogação se deve ao fato da rapidez em que o livro é desejado ser lido, a ânsia em ser engolido sem ser mastigado, cru.
Enfim, esse livro deveria servir como uma distopia semi-realista, pois muitas questões sociais e humanistas são levantadas dentro da obra. Questões que nos fazem pensar, sobre se o que nos faz humanos é biológico ou comportamental, e até que ponto a humanidade precisa chegar para deixar de ser considerada como tal. Por esses e muitos outros motivos, este livro se tornou a minha paixão de 2023.
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Ingrid838 18/01/2024

"Já éramos cegos no momento em que cegamos, o medo nos cegou, o medo nos fará continuar cegos"

Ler Saramago traz a sensação dúbia de nunca mais querer ler nada do autor, e também de querer ler toda a sua obra. A primeira porque Ensaio sobre a Cegueira é um livro absolutamente horrível, terrível, quando digo isso me refiro a história. uma história cruel e profundamente humana, no pior sentido da palavra. A segunda porque a escrita de Saramago é única e o livro é, sem dúvidas, genial.

Demorei muito para me acostumar com e escrita do autor, só do meio pro final do livro é que a leitura fluiu para mim e eu consegui entender as frases de primeira sem precisar ler algumas vezes. Acho que isso aconteceu também porque o livro é em português de Portugal, e tive alguma dificuldade com isso.
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Graziella.Bonomo 17/01/2024

"Escrevo para desassossegar os meus leitores - José Saramago”
A minha experiência de leitura foi diferente do que já sou habituada, ao considerar o fato de que o idioma é o português de Portugal e por mais que exista a semelhança entre as línguas, a leitura não é difícil, mas é desafiadora, senti como se estivesse a ler um texto rebuscado. Minha maior dificuldade foi estrutural. O livro possui ausência de capítulos, é em texto corrido, os parágrafos são raros e os diálogos são divididos por letra maiúscula e vírgulas, o que me fez particularmente confusa em muitas partes para decifrar quem falava o quê.
Quanto a história, é perturbadora e muito reflexiva. Quando chegamos ao clímax do livro é uma leitura que não dá vontade de parar, o que compensa na falta de acontecimentos dessa forma no final, que fica parado e até mesmo um pouco entediante. O livro trás reflexões que nos parecem muito óbvias e clichês, mas quando observamos o significado de forma mais profunda, é daqueles de nos dar ressaca literária. Qual o sentido de ler qualquer outro livro depois deste? A escrita é recheada de agonia, inquietação, perturbação, aflição. É como o próprio José Saramago diz, que objetiva trazer aos leitores o desassossego. É recheado de frases marcantes e a que mais gostei diz o seguinte:
"Quando a aflição aperta, quando o corpo nos desmanda de dor e angústia, então é que se vê o animalzinho que somos".
O ser humano não sabe do que é capaz até ser posto em prova. E Ensaio Sobre a Cegueira nos evidencia do mais nobre ao mais mesquinha sentimento humano.
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Anapiaceski 16/01/2024

Agonia sem fim, mas sempre tem.
A pergunta que não me saiu da cabeça desde as primeiras paginas: porque diacho alguém estaria preocupado em fazer a barba quando está cego em uma pandemia de cegueira?
Em cada linha lida eu sentia o peso da brutalidade (des)humana.
P.s.: tem um momento lá pelas últimas 30 páginas que eu consegui rir em um momento trágico porque simplesmente Saramago coloca uma personagem para brincar com as palavras . Quando ver a palavra "RESSURGIRÁ" você saberá do que estou falando. Talvez pelo apelo negativo em toda obra o pouco de humor tenha esse efeito de desafogar os alagados.
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babi 16/01/2024

Intenso
?Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos?

Leitura densa e, em vários momentos, cruel e pesada. Saramago nos convida a refletir de forma crua e seca todas as nuances que compõe o ser humano. A maneira de escrita pode causar estranheza no início, porém com o passar da leitura percebemos que ela é elementar no desenrolar da trama. Leitura obrigatória, sem dúvida alguma.
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gigrando 15/01/2024

?Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos.?

Emocionante. E extremamente dolorido, do início ao fim. A limitação humana fica nítida e explícita em cada página, assim como o instinto de sobrevivência.

A violência, a desorganização, a maldade, a empatia, a bondade, o altruísmo.. Tudo ganha uma perspectiva diferente.

Percebemos com clareza a existência de camadas complexas em cada ser humano. As personagens se desenvolvem e se superam a cada dia.

Uma escrita comovente que nos faz pensar (e sentir!) de maneiras inimagináveis.
Caio 15/01/2024minha estante
Saramago é muito bom.




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