Ari Phanie 17/06/2021Apenas ok.
Esse é mais um dos livros que conheci primeiro através do Reese's Book Club e logo me chamou a atenção por ser uma ficção histórica; gênero que eu amo. E mais, uma história que envolvia livros e espionagem. Vendido! Fiquei mega interessada. Quem não curte uma boa história de espionagem? E normalmente, quando se fala em um conteúdo envolvendo espiões, é esperado que role aí um suspense, talvez alguma ação, uns plot-twists doidos. Mas eis que esse é o livro com espiões com menos suspense que já li. Isso não seria lá grande coisa pra mim, se não tivesse faltado também mais emoção.
O livro conta a história de Olga e seu amante, Boris Pasternak, autor do livro Dr. Jivago e se passa na Rússia no período stalinista; e também se passa e mostra as ações de uma agência americana de espionagem no meio da Guerra Fria sob os pontos de vista de datilógrafas, e de duas “espiãs”: Irina e Sally. O que liga Oriente e Ocidente é exatamente o livro de Boris, que é usado como arma e propaganda anticomunista. Tudo muito bom, tudo promissor. Mas, ao contrário do que eu esperava, acabou que fiquei muito mais interessada nas partes da Olga e do Boris no Oriente, que foram mais excitantes do que as partes de Irina e companhia.
Eu comecei gostando bastante, principalmente pelas partes da Olga sendo presa e mandada para um gulag apenas por ser amante de Boris, de quem o governo desconfiava estar escrevendo um livro que não condizia com as normas culturais, ou seja, um livro com propaganda anticomunista. Logo depois, a história apresenta Irina, uma jovem filha de russos que acha que não se encaixa muito em lugar nenhum, e consegue um emprego de datilógrafa em uma repartição governamental, e acaba com umas tarefas nada ligadas a datilografia. Gostei de Irina no começo, mas nada na história dela tem um... tompero. Até o romance que ela engaja é insosso. Na realidade, o romance entre Olga e Boris também é assim. Mas não foi só essas partes que foram insípidas. Como eu disse, esperava bem mais das atividades de espionagem. Essas partes foram monótonas pra cacete. De verdade, as únicas partes que me envolveram foram as com a Olga e com a Sally. E até certo ponto, gostei da perspectiva das datilógrafas, achava que elas seriam a parte comédia ácida do livro, mas depois ficou a sensação de que elas não acrescentavam NADA na história, e poderiam facilmente ser excluídas.
Além dos romances e desenvolvimento superficiais, foram poucos os personagens que conseguiram me conquistar e me convencer. Mais uma vez, somente a Olga. Eu torci pela Sally e me envolvi com o que estava sendo contado sobre ela, algumas vezes. Principalmente, depois da festa de Ano novo. Mas o balanço final foi que persistir, principalmente pela história da Olga. E o que mais gostei do livro foi a ideia de um livro ser considerado uma arma na Guerra Fria. Eu não sabia NADA sobre Dr. Jivago e não sabia até que ponto o que estava sendo contado era ficção, então fui pesquisar. E o livro realmente foi usado pela CIA, e um par de coisas do que Lara Prescott mostra em seu Os Segredos que Guardamos, aconteceu de fato. Confesso que terminei bastante interessada em ler Dr. Jivago, mas a Prescott não conseguiu muito mais que isso. Seu livro é legalzinho, e pode até envolver em alguns momentos, mas não espere muito.