Aurélio 16/12/2023
Já li alguns livros sobre guerras, e diariamente vejo notícias desta, mas esse livro não fala de guerra, mas de extermínio, e não fala de adultos, mas de crianças. Essa mistura agridoce, de crianças e crimes de guerra, de esperança e desolação, de inocência e perversidade forma esse livro que toca milhares de corações até o dia de hoje, e nos convida a lembrar e ojerizar os horrores da guerra e da condição humana. Na história, houve alguns momentos que mais me marcaram, como a irmã mais velha do protagonista, Bruno, repetindo as ideias e ideologias dos adultos, sem nem saber direito o que dizia, e Bruno relatando que iria se mudar com a família (seu pai era oficial da SS) para um lugar chamado ?Haja Vista?. O leitor que conhece o tema logo reconhece esse nome: o infame campo de concentração de judeus ?auschwitz?. Com o desenrolar da história, o menino Bruno conhece um outro garoto, Shmuel, prisioneiro do campo, e eles se tornam amigos, acontece que a guerra chega perto do fim e os nazis recebem a ordem de exterminar os judeus restantes. Shmuel, claro, está nessa lista, mas Bruno inesperadamente se junta a ele, sob a ilusão de que eles iriam a algum tipo de brincadeira, mas acabam sendo, juntos, mortos por gás.