Léxico familiar

Léxico familiar Natalia Ginzburg




Resenhas - Léxico Familiar


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Carol Vidal 02/11/2020

Interessante, mas não me cativou por completo
No início da leitura, achei o ritmo excessivamente arrastado e demorei pra me sentir cativada pelos personagens. Quando senti que conhecia melhor os personagens, a leitura se tornou mais interessante e adorei entender a dinâmica daquela família. Essa ideia de contar uma história num período grave da história mundial escolhendo direcionar o olhar pra dentro do lar foi algo que me cativou e me deu outra perspectiva.

Porém, a narração mais afastada, com ela falando da própria família como se não fizesse parte daquela dinâmica, me incomodou e fez com que eu não me envolvesse tanto emocionalmente.
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Dandara 01/10/2020

Léxico Familiar
Meu primeiro contato com Natália deixou a desejar. O livro é a autobiografia da autora, Família Levi, durante o período da segunda guerra mundial. Esperava que o livro fosse mais político devido a grande quantidade de intelectuais antifascista que frequentavam a casa da autora, mas achei a autobiografia muito descritiva dentro de casa, tornando a leitura, por vezes, bem cansativa.
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MaSantana 09/02/2024

O livro traz as memórias de Natalia Ginzburg sobre sua família durante os anos 1930. Em meio a cenário de criação de leis raciais na Europa que levou inúmeras famílias foram obrigadas a deixar seu lar, tornando-se apátridas ou sendo literalmente destroçadas pela guerra que se seguiu, Natália demonstra o cotidiano da sua família e como ela foi afetada por essas questões mas também suas Interações internas talvez comuns a muitas famílias.

Apesar de ser ambientado em um momento de tensões políticas na Italia léxico familia permanece sobretudo uma obra sobre a convivência familiar. A autora chegar a tocar assuntos como a criação das leis raciais, e as perseguições a rebeldes/ revolucionários que se insurgiram contra o regime da época - que aflige a própria família da escritora - mas tudo através do filtro da narrativa familiar. Não diria que o livro é biografia pois apesar da visão de tudo vir de Natália, ela mesmo permanece uma personagem meio esquecida nas histórias, ficando mais como uma narradora obedervadora. A leitura fluída e em certos momentos chega a ter um toque de humor. Um livro bom pra passar a tarde e pra quem gosta dessa temática de relações familiares. Na minha opinião de aproxima muito de uma abordagem micro histórico do período.
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Sarah 31/01/2021

Um inventário de afetos familiares
Em "Léxico Familiar", a escritora Natalia Ginzburg, um dos principais nomes da literatura moderna da Itália, se propõe a tarefa de, por meio de expressões usadas dentro do lar onde cresceu, fazer um inventário de suas memórias familiares - um relicário de seus afetos.

No livro, que me lembrou muito "Anarquistas Graças a Deus", de Zélia Gattai, Natalia nos leva aos poucos para dentro do universo de uma família judia de alta classe na Itália do começo do século passado até o período do pós-guerra.

No prefácio o escritor chileno Alejandro Zambra já nos alerta que é muito difícil o leitor não se identificar, trocando apenas algumas palavras e casos da própria família. Afinal, esse sentimento de pertencimento a uma comunidade com seus ritos e falas próprias é quase universal. Somos quem somos como consequência daquilo que vivemos, mas nem todos tem o talento da autora para colocar isso em palavras.

"A enorme originalidade desta obra reside em sua tremenda simplicidade. Qualquer um, a partir do exercício de recordar as frases em sua própria família, poderia escrever um livro como este", conclui Zambra.

Preciso admitir que meu amor pelo livro não foi a primeira vista. Não foi arrebatador. Foi aos poucos. Demorou para eu entender a escrita de Natalia. Muito distante da minha realidade, ela não dá explicações muito efusivas sobre nomes e lugares - isso tudo você encontra em um glossário ao fim do livro, informação que descobri tarde demais.

O jornal britânico "The Guardian" explica melhor, segundo o periódico, a escrita de Natalia sempre foi diferente. É fria ao expor falsos sentimentalismos enquanto é calorosamente atenta aos detalhes da vida em família.

Ela não floreia a história. Ela alerta já na primeira página: "lugares, fatos e pessoas são reais. Não inventei nada: e toda vez que, nas pegadas do meu velho costume de romancista, inventava, logo me sentia impelida a destruir tudo que inventara".

É interessante, no entanto, perceber o tom idílico que permeia o livro até sua metade, quando Natalia ainda é criança. São lembranças de passeios nas montanhas, da avó, dos parentes de Florença, do nascimento da protagonista em Palermo. Apesar de escrever esse livro já adulta, nesse momento a narradora volta a ter um tom infantil.

Mas, aos poucos, essas memórias vão se enchendo de referências ao fascismo, discussões políticas e prisões. Dessa forma, o livro pode ser separado em duas partes, o antes e o depois da ascensão de Mussolini ao Poder e da II Guerra Mundial. Aqueles que sobreviveram não são os mesmos. A família não é a mesma. Ninguém sai ileso desses anos de conflito.

Nessa parte, "Léxico Familiar" me lembrou outra obra literária brasileira, "Éramos Seis", de José Maria Dupré, que aos poucos vai tomando um tom melancólico quando os irmãos se dispersam e cada toma seu rumo.

Outro ponto de destaque é a forma comovente como Natalia descreve a Itália no período do pós-guerra. Uma euforia seguida de um sentimento quase de vazio.

Ela, no entanto, quase sempre se coloca como observadora e poucas vezes protagoniza alguma das historietas narradas. Parece que ela evitou ao máximo entrar naquelas páginas. Mesmos fatos trágicos de sua trajetória parecem ser minimizados.

Como jornalista e muita apegada aos fatos que sou, senti falta de mais informações de algumas pessoas que passam pelas páginas. Beppino, o pai da protagonista, por exemplo, não é ninguém menos do que Giuseppe Levi, grande biólogo italiano que lecionou três ganhadores do Prêmio Nobel.

Em contrapartida penso que isso poderia destoar do tom do livro. Natalia era filha de Beppino, seria irreal e pouco provável que ela falasse em termos de admiração por sua ilustre carreira acadêmica. O mesmo se dá para amigos de seus genitores. Apesar de serem nomes famosos da história política italiana, eram recebidos em seu lar como colegas.

Considerada uma das principais escritoras da literatura moderna italiana, Natalia tem, de forma bastante tardia, ganhado fama mundialmente de carona na "febre ferrante".

site: www.instagram.com/invasoesgermanicas
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Marcianeysa 13/04/2024

Um livro de memórias da autora. Achei a leitura cansativa, e em certas partes, enfadonha, por não seguir muito bem um linha cronológica e ter muitos personagens, sem tanto aprofundamento.
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Milena.Berbel 11/02/2023

Saí de um romance policial (que nem é muito minha praia mas me prendeu do começo ao fim) e vim parar em Léxico Familiar. Fui um pouco infeliz na sequência de livros porque o ritmo deste é completamente diferente.
Nas primeiras 40, 50, páginas, fiquei entendiada e impaciente, aí entendi que eu estava ainda acelerada. E lembrei que não se devora um livro da Natália Ginzburg, e sim, se demora nele.
Ela tem uma escrita que vai te cativando, te acolhendo, e foi o que aconteceu, até eu me ver imersa naquele núcleo familiar que ela descreve com um jeito tão peculiar e quase despretensioso. A história (nossa e do mundo) não é contada apenas através de fatos marcantes, datas específicas. Ela se revela também no cotidiano, nos acontecimentos do dia a dia, nos pequenos detalhes da vida de uma família que existiu e viveu num dado lugar, em uma certa época. E foi assim, puxando o fio da memória de tantos episódios do seu passado, por meio do vocabulário tão particular de sua família, dos seus gestos e costumes, que Natalia Ginzburg não só me incluiu na sua própria história, como também descortinou algo maior do que isso.
No fim das contas, eu gostei.
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Debora 28/11/2022

Uma autobiografia familiar
Neste livro, a autora registra a sua família, seus pais e 4 irmãos, numa Itália onde o fascismo era crescente. Ela é a caçula da família e registra de acordo com suas memórias, sem ficcionalizar - contudo, já não seria a memória uma ficção do real?
Não há grandes acontecimentos, clímax. Não é uma leitura rápida. Mas, à medida em que se segue, aquelas vidas - de pessoas que estão na "contramão" da história, no sentido de que não coadunam com a transformação social violenta excludente imposta - se tornam vidas de pessoas queridas, que a gente gosta de conhecer e acompanhar, mesmo em seus problemas.
"Natália Ginzburg nos mostra seus personagens quando não eram heróis nem vítimas; quando eram falíveis, quando era possível amá-los menos. E por isso amamos mais". Não lembro de onde tirei esta citação, talvez do prólogo do livro, mas ela faz todo sentido para mim.
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Monica.Fusco 02/04/2022

Léxico Familiar
Bem interessante a história da autora que viveu na Itália em uma época muito conturbada. Ela conta sua relação com a sua família!
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Matheus 28/09/2020

Abandonei.
Infelizmente não consegui me esforçar mais além da página 200 para terminar a leitura que se tornou repetitiva, particular e de uma perenidade insossa e maçante.

Não foi só comigo. Tive a oportunidade de conversar com algumas pessoas sobre o título e, por mais que houvessem aquelas para quem este foi o livro do ano, para outras a sensação de esgotamento foi a mesma.

Não quero e nem posso falar como o livro deveria ter sido escrito, Natalia Ginzburg é uma grande escritora italiana. Razão pela qual de modo algum deixo de recomendar o livro, mas sugiro que veja se é isso mesmo que se busca.

No entanto, o livro não é de todo ruim, apenas não acompanha o potencial que ali dorme.

Vou tentar outros títulos da autora, acho que somente a leitura não foi pra mim nesse momento.
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deborauni 19/12/2021

Um relato feliz
Alejandro Zambra, no prefácio, resume bem o livro: ?A enorme originalidade desta obra reside em sua tremenda simplicidade.? p.10
Uma escrita simples e, ao mesmo tempo, extremamente cativante nos brinda esse relato autobiográfico. Natália é uma narradora que se faz opaca, ao mesmo tempo em que apresenta uma série de detalhes, que torna única a experiência dessa família judia e antifascista vivendo o horror da Segunda Guerra na Itália.
Natália inicia o livro com uma advertência: ?Neste livro, lugares, fatos e pessoas são reais?. p.15

Nós achávamos que a guerra iria virar e revirar imediatamente a vida de todos. Durante anos, ao contrário, muita gente permaneceu sem ser incomodada em sua casa, continuando a fazer o que sempre fizera. De repente, quando cada um já achava que no fundo se livrará por pouco e não haveria nenhum transtorno, nem casas destruídas, nem fugas ou perseguições, explodiram bombas e minas por toda parte e as casas desabaram, às ruas se encheram de ruínas, de soldados e de fugitivos. E não havia mais ninguém que pudesse fingir que nada estava acontecendo, fechar os olhos e tapar os ouvidos, enfiar a cabeça embaixo do travesseiro, não havia. Na Itália, a guerra foi assim. p. 163
Lido com muito prazer!
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Lucy 31/01/2021

Teoria melhor que a prática, mas vale pela sensibilidade
Entendo a importância histórica e da resistência deste tipo de relato autobiográfico, da qualidade e sensibilidade da autora que recupera as pequenas coisas do cotidiano de sua família - as histórias contadas e recontadas à mesa, as viagens em família, a personalidade raivosa e terna do pai, as amizades, a mãe que era o elo de tudo, seus quatro irmãos e algumas janelas para o que se passava lá fora. Passado boa parte na época da segunda guerra, falar de mil nadas e tantas coisas miúdas poderia ser um contraponto interessante: a manutenção de uma vida privada, uma existência sem rompantes em um núcleo familiar em meio àquele caos. Cotidiano às vezes interrompido pela emergência dos grandes acontecimentos, especialmente em uma família judia e comunista (imagine).

Não gostaria de ser injusta. Contudo, na prática a leitura para mim foi um tanto arrastada, em muitos momentos desinteressantes. Conversas miúdas aqui e ali, acontecimentos importantes como algumas mortes que não duram mais que um parágrafo, em uma excessiva economia de emoções. A conclusão é que muita coisa acontece mas nada te importa, muitos personagens surgem e você não se envolve.

Sem dúvida, é preciso treino e disposição para aprender a enxergar o valor desses aparentes vazios, dessa coleção de pequenos acontecimentos. Estamos viciados em sobressaltos, fato. E esse é um livro calmo em meio à guerra.

Certamente a qualidade de observadora e contadora de histórias da Natalia Ginzburg é notável e pretendo ler mais algum livro dela. Talvez sem altas expectativas, conhecendo seu estilo de narrativa... No fim das contas, gostei de ter conhecido sua família e mergulhado nos seus hábitos, mas uma leitura tão plana foi desafiadora e sem grandes recompensas. Por enquanto.

E também é interessante como esse olhar para o que há de mais insignificante pode ter influenciado seu filho: Carlo Ginzburg, historiador conhecido pelo seu método indiciário. Ele foi um dos grandes nomes da micro história, que eleva os indícios, os subterrâneos, os silêncios e tudo o que está aquém dos grandes fatos para desenhar objetos/sujeitos de estudo de forma primorosa.

Destaco ainda a qualidade do prefácio e do posfácio dessa edição, fundamentais para contextualizar o livro.
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Luiz Gustavo 13/08/2020

Natalia Ginzburg escreve entre a autobiografia e a ficção, e em "Léxico familiar" ela apresenta sua família, amigos e vizinhos ao leitor, e adverte logo no início: "Neste livro, lugares, fatos e pessoas são reais. Não inventei nada". Nem mesmo os nomes foram alterados. Encontramos, nesse livro, a trajetória familiar da autora e seu olhar sobre as pessoas que a cercavam. Natalia nasceu no período posterior à primeira guerra mundial, e viveu o estabelecimento do fascismo de Mussolini na Itália, a perseguição aos judeus na segunda guerra (sua família era judia), mas, apesar do enorme peso e tensão de todos esses acontecimentos, a escrita dela é, na medida do possível, "leve". Ela relata os vários deslocamentos e fugas de sua família e de amigos, o desaparecimento e a morte de pessoas próximas, as variadas visões de mundo que havia naquela época, como a arte se tornou cada vez mais política e quais as consequências disso... O grande diferencial, a meu ver, é que tudo é relatado a partir da visão de Natalia sobre sua "vida menor", com falas e histórias que reverberavam nas conversas familiares. No prefácio do livro, Alejandro Zambra escreve que "Natalia Ginzburg não enfatiza o grande relato, o testemunho de uma época: ela escreve com precisão e fluidez, com genuíno amor às pessoas e às palavras". Sua escrita nos apresenta as falas rabugentas de seu pai, os conflitos internos de sua família, e a linguagem de sua comunidade. Não é um livro que dramatiza nem sensacionaliza grandes eventos traumáticos, e por isso acho até que ele traz um sopro de alívio em relação ao enorme número de livros que lidam com esses eventos, pois mostra que a história, embora brutal e cruel, pode ser relembrada sob outro olhar, sem esquecer ou negar todos os acontecimentos terríveis que ocorreram.
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h4gatha 23/01/2024

Grande família versão italiana
Livro meio que biográfico em que a autora esmiussa as pessoas que passaram por sua vida e suas relações uma com as outras, quase se isentando da narrativa.

É interessante, mas sinto que perdi o fôlego no meio da leitura e já não queria saber mais de tudo aquilo que ela me contava. Embora perpasse pelo período do facismo italiano, não é um assunto amplamente explorado e o finalizei com a sensação de "ah, então tá"
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Lívia 22/03/2021

Léxico familiar
"Neste livro, lugares, fatos e pessoas são reais. Não inventei nada: e toda vez que, nas pegadas do meu velho costume de romancista, inventava, logo me sentia impelida a destruir tudo o que inventara."
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Giovanna1242 26/09/2021

Uma leitura muito especial, léxico familiar apresenta a vida dos integrantes da família Levi durante o período do fascismo na Itália em meio aos acontecimentos rotineiros. Achei muito interessante o fato de a autora ter escrito sobre a própria família, e ter se colocado mais como mera espectadora do que como personagem. O fato de eles, e todos os outros personagens, serem reais, traz outro tom ao texto. O pano de fundo histórico é muito interessante e bastante sutil, mostrando as dificuldades enfrentadas por famílias judias, e também pelos membros da resistência do fascismo italiano. Uma das melhores leituras do ano!
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