Ana Júlia Coelho 05/12/2023Violetta e Mino são órfãos. No lugar onde foram criados, meninos e as meninas têm convivências separadas, nunca se encontrando, com rotinas completamente diferentes. Enquanto os rapazes são treinados para saírem do orfanato e terem um ofício, às garotas é ensinada a arte da música.
Violetta se destaca como uma ótima cantora, mas as opções de futuro disponíveis não são nada atraentes. Para sair do orfanato, o único jeito é casando. Se casando, ela fica proibida de cantar sem ser dentro de casa. Caso não opte pelo casamento, aos 40 anos ela é forçada a se aposentar e se recolher a um convento. Já Mino tem se saído bem no treinamento, com grandes garantias de um emprego bom. Mas o que ele quer mesmo é tocar violino, algo proibido para os meninos, e encontrar sua mãe.
Ambos se encontram no telhado, para onde dão uma escapada quando o dia fica muito difícil, e acabam se apaixonando. Mino conta sobre seus desejos, e Violetta sobre os temores do futuro. Até que uma situação muito difícil acaba separando os dois de forma permanente.
De início foi difícil me conectar com a história, esse universo musical não é algo que me atraia pessoalmente. Mas depois foi difícil desgrudar da história. Adorei esse contraste entre a busca de Mino pela família e por construir a sua própria, enquanto Violetta quer focar muito na carreira de cantora e tem pavor ao pensar que foi abandonada. Também teme ter seus próprios filhos, por conta de todo o seu histórico. Mino é um homem mais sensível, contrastando fortemente com a personalidade de Violetta, que tenta a todo custo moldar seu futuro para algo com o qual ela se sinta feliz em viver.
Foi muito agradável acompanhar esses dois pelas ruas de Veneza, me senti viajando novamente para essa cidade claustrofóbica. Gostei dos caminhos tomados por cada um deles, em busca de seus próprios sonhos, e como, em diversos momentos, seus passos quase se cruzavam. O plot era um pouco previsível, mas mesmo assim gostei de como a história se desenrolou como um todo.
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