Triz Camargo 27/04/2024
Jogos famintos
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Jogos Vorazes é por si só uma ideia genial, uma distopia que reflete na sociedade real em muitos âmbitos. É preciso reconhecer o mérito das reviravoltas e dos pontos extremamente bem ligados, no entanto, a trilogia tão amada, não foi, para mim, tão excelente. Durante toda a trama eu me senti pouco ligada a personagem principal de muitas maneiras, terminei a saga com a sensação de que tudo o que eu sabia sobre Katniss é que ela gostava de arco e flechas. Acredito que o maior motivo para isso esteja ligado com a escrita pouco intimista da autora, que também contribuiu para que o casal principal tivesse tão pouca química. Ao meu ver, sobra pouco espaço para o desenvolvimento emocional dos dois e, por isso, o romance se perde.
A narrativa, por outro lado, não peca em nenhum momento, as decisões tomadas parecem verdadeiramente difíceis e o realismo aplicado na trama te prende até o último segundo. Os personagens não sobram, pelo contrário, parecem necessários em cada parte, sendo, geralmente, imprescindíveis para a criação da esperança e da rebelião.
Por fim, admito que seja uma experiência nada além de pessoal. O livro possui mais pontos positivos, visivelmente, mesmo que desande no poder do protagonismo ou force não somente um, mas dois romances sem personalidade. Ainda assim, Jogos Vorazes segue merecendo ser a referência que é em livros do seu gênero, com cenas memoráveis, não se pode gostar de distopia sem ter lido a trilogia mais famosa de Suzanne Collins.