Morte e vida severina

Morte e vida severina João Cabral de Melo Neto




Resenhas - Morte e Vida Severina


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vivz_zi 27/01/2022

Amplamente importante
Eu amo poesia, e esse volume é muito interessante, ele traz quatro obras poéticas de João Cabral de Melo Neto, que se diferenciam entre si, mostrando a sensibilidade do autor em transformar questões problemáticas da região nordeste em um texto poético altamente reflexivo (em especial isso ocorre em "Morte e vida severina").
Cada uma mostra o quão ampla a escrita do autor parece ser, primeiro em "O rio" ele transforma o próprio rio Capibaribe em narrador, expondo como a vida em volta dele, desde sua nascente até Recife, onde deságua, pode ser cruel e apática, e também com muita informação geográfica, passa a impressão de ter sido muito bem pensado e construído. Em "Paisagens com figuras", são vários poemas, e parece ser algo bem mais pessoal, com descrições poéticas sobre ambientes que o autor viveu. Já "Morte e vida severina" é um texto mais forte, bem social, com um tom de denúncia, representando com a vida de Severino, a dificuldade e a "morte em vida" que os retirantes sofreram, o final é bem tocante, e abre espaço pra uma reflexão muito ampla sobre as problemáticas do nosso país. E por fim, "Uma faca só lâmina" é bem mais subjetivo, a leitura é fácil e rápida, porém você encontra versos complexos, com a necessidade de parar e pensar o que aquilo realmente significa.
Gostei muito dessa leitura, ela mostra que a poesia pode ser tão contemplativa e relevante socialmente quanto os textos em prosa.
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Fabio Shiva 15/04/2012

faca afiada
Essa edição da Alfaguara (Ed. Objetiva) na verdade traz uma compilação de quatro obras do autor, sem dúvida alguma um dos maiores poetas brasileiros.

Em O Rio, longo poema de 1953, temos a original narrativa do Rio Capiberibe, que conta sua trajetória desde a nascente até alcançar o mar, na cidade de Recife. O próprio Rio é quem conta o seu trajeto, cenário ponteado pelo sofrimento humano.

Em Paisagens com Figuras (1954-1955), temos vários poemas curtos que alternam cenários de Pernambuco e da Espanha, em um inusitado contraponto que reflete a biografia do poeta, nascido em Recife e diplomata na Espanha.

Uma Faca Só Lâmina (1955) é a imagem talvez da obsessão poética de João Cabral de Melo Neto, uma faca cortando o poeta por dentro, tornando o seu olhar aguçado para a realidade, empenhado em “não poetizar o poema”, em não colocar perfume nas flores, mas em... em o que? Só lendo para sentir por si mesmo e descobrir.

Mas é mesmo Morte e Vida Severina (1954-1955) a obra-prima, tão poética e profunda que nem saberia como dizê-lo. Ao término da leitura, senti um nó na garganta, que a poesia de JCMN faz chorar por dois motivos. Primeiro, por lembrar de tanta gente sofrendo tanto, meu Deus! E segundo, por mostrar esse sofrimento de forma tão bonita!

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Comunidade Resenhas Literárias

Aproveito para convidar todos a conhecerem a comunidade Resenhas Literárias, um espaço agradável para troca de ideias e experiências sobre livros:
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Ayron Barsan 16/03/2023

Para conhecer João Cabral
Pra mim foi muito bom, já que eu não conhecia nada do autor. Este livro tem um apanhado de poemas incríveis - ele simplesmente domina de mais a escrita poética. É uma leitura densa (pra mim), mas vale muito a pena.
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@julianapena.books 06/12/2021

Morte e Vida Severina
Não sou muito acostumada a ler poemas, muito menos nesse estilo. De todos os poemas deste livro gostei apenas do que dá nome ao livro, para mim foi o único que me prendeu e fez um pouco de sentido, os demais sinceramente achei confuso e não entendia muito. risos
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Leandro.Bonizi 19/12/2022

O livro possui quatro cantos para vozes, segue a ideia de cada um e citações:

1. O Rio

O poeta canta a natureza como se tivesse uma intimidade com ela. Ele e personifica. Parece que ele sabe o nome de todos os rios do Sertão. Não só dos rios, mas da região, das igrejas, etc. Trata da seca. Fala da vida difícil que os que moram lá sofrem. Parece que ele faz uma jornada pelo Sertão, boa parte navegando pelos rios, e o vai descrevendo e nomeando tudo que vê. Fala muito de uma usina trouxe muitos males à região e às pessoas, é uma grande inimiga do Sertão. Fala dos canaviais e as péssimas condições de trabalho lá. Fala dos desastres naturais que atingem a região.

"A terra vou deixando
de minha infância primeira"

"A mesma dor calada,
o mesmo soluço seco,
mesma morte de coisa
que não apodrece mas seca"

27. Morte e Vida Severina

Também fala das difiçulddes do Sertão. Como era de se esperar, fala da morte, e percebe-se que a expectativa de vida era baixa na região. Há muitos diálogos envolvendo coveiros. Os diálogos possuem ritmo.

"— E belo porque com o novo
todo o velho contagia"

61. Dois Parlamentos

Um diálogo sobre os mortos no cemitério, depois a reflexão sobre vida de cossacos.

"— Se não são da mesma mãe,
irmãos da mesma morte."

81

Reflexão sobre o ato de dormir e algumas associações com a morte, muitas entre diálogos de detentos. Um deles condenado à morte, e o enredo gira em torno dele. Há diálogos longos que seguem a mesma rima neles inteiros.

"O mundo tem alma autônoma,
é de alma inquieta e explosiva"
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Gabriela Crisch 13/01/2022

Explosão de uma vida severina
Precisava ler a obra para um vestibular, mas ela é boa demais para se resumir apenas a isso.
Morte e Vida Severina conseguiu retratar com palavras o sofrimento vivido durante a vida nordestina que é apresentada como um tipo de poesia trágica. A forma como João descreve certos aspectos da vida e morte, esperança e exaustão, metáforas e realidades, o faz de forma tão exata e condizente com a realidade que deveria ser leitura obrigatória em estudos a respeito do Nordeste. Há resquícios de simbologias que ousei interpretar por conta própria que deixaram as coisas talvez como quem as fez queria que fossem interpretadas.
Com sopros.
(Recomendo muito a animação que tem no YouTube ela é ótima além de agregar mais valor poético e realista para a obra como um todo)
Super indico mesmo mesmo
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Aline 21/12/2022

Surpreendente
Nossa eu amei Morte e Vida Severina. Muito bem escrito, bem pensado e tudo de maneira simples. Incrível como a sociedade é representada de maneira fiel e mostra a dificuldade da sobrevivência de maneira impecável.
Os outros poemas também são muito bons, mas Morte e Vida Severina e um quê a mais
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Malu 17/05/2020

Essa é uma das obras mais lindas da literatura brasileira. O título de engenheiro das palavras de João Cabral não é a toa. Fascinante! Um dos meus livros preferidos.
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Gabizinha 25/05/2020

Um livro cheio de críticas socias e reflexões. Escrito em versos com um ritmo de leitura bem dinâmico.
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ViniBarcellos 15/01/2023

Metáforas lindas que destroem o leitor
15.12 - 05.01
??| Morte e Vida Severina - João Cabral de Melo Neto
? 38/38
? nota: 5/5 ?????

- Não é à toa que esta obra é um marco na literatura brasileira - do Modernismo de Terceira Fase. João Cabral de Melo Neto conta a história do sertanejo Severino em versos e nota-se o esmero intrínseco ao trabalho desse autor na escolha lexical e no posicionamento dos termos. Tal fato resulta em palavras que ao mesmo tempo rimam e fazem referência ao passado histórico e aos problemas sociais do Nordeste, além de resultar na construção de lindas metáforas que possuem uma beleza e uma força de destruição, impactando a leitura.

- É forte como Severino apresenta-se ao leitor e não consegue individualizar-se/ apresentar-se como um ser único, de características únicas e de história única, já que muito de sua vida confunde-se com a de outros sertanejos. Estes, por fatores socioeconômicos, tentam ou tentaram a vida de retirante para sobreviver não só à brutalidade da seca, mas também à CERCA, ou seja, controle dos latifúndios pelos grandes coronéis

- Diria que os dois coveiros que vivem na Zona da Mata são essenciais para a história e para indiretamente trazer fatos para os leitores: a de que muitos retirantes apenas vão em direção à Morte que os espera nesses locais que "prometem" melhores condições de vida e a de que nem após a morte as desigualdades sociais deixarão de ser uma constante na vida desses vulneráveis.

- Mas também há algo de sublime que insinua-se na narrativa gradativamente: apesar da morte, a vida é teimosa e continua lutando pela sobrevivência. Aqui já há referências ou alusões ao nascimento de Jesus, algo simbólico que deixa o leitor entrever muito sofrimento no futuro, mas também esperança e desejo de mudança.

- É um livro curto, mas também impactante. Recomendo a leitura desse clássico moderno.
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Nay 22/06/2020

O livro pode ser ótimo pra outras pessoas, só não funcionou pra mim...
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BeatrizViana0 25/01/2023

Maravilhoso!
E se somos Severinos
Iguais em tudo na vida,
Morremos de morte igual,
Mesma morte severina:
Que é morte de que se morre
De velhice antes dos trinta,
De emboscada antes dos vinte,
De fome um pouco por dia.
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Iago 18/07/2020

Lindo.
O poder do verso é totalmente explorado para desenhar Severino, desenhar sua vida e morte constante. A imagem do retirante é seca como a caatinga e forte como o sol e o fluxo de sua viagem é fantástica e ao mesmo tempo realista, com críticas sutis a realidade e desigualdade brasileira. É uma obra popular, escrita para o povo e para ele deve ser lida, pois ele se verá representado e compreenderá a si mesmo naqueles versos. Uma beleza triste.
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