Resenhas - O Morro Dos Ventos Uivantes

Camila.Aranha 14/07/2021

O Morro dos Ventos Uivantes
Eu posso dizer que amor não é vingança. Que não é tortura e nem, muito menos, julgamento. Posso dizer que não é desesperança e não é se anular a favor do outro. E é por isso que O Morro dos Ventos Uivantes não é uma história de amor. E é exatamente pelo mesmo motivo que muitos se frustam ao ler a história? pois esperam o que não existe dentro dessas páginas.


O cenário se passa no interior da Inglaterra, e o livro é narrado, em sua maior parte, pela governanta do Morro dos Ventos Uivantes, a senhora Dean. Ela, por sinal, consegue lembrar, (muito) detalhadamente, de todos os males que acometeram os moradores daquela propriedade? Isso torna o romance extremamente descritivo, o que, nesse caso (e na minha opinião) enriquece a história.


Tudo começou em 1801, quando o senhor Earnshaw trouxe, das ruas de Liverpool, um garoto que ia mudar a vida de todos, para o bem ou para o mal. Batizado como Heathcliff, ele é descrito como um cigano, por ter a pele escura. E, apesar de ter um vocabulário meio? desrespeitoso, o menino foi criado como filho, ao lado das outras crianças da família Earnshaw, Catherine e Hindley.


Porém, logo que o senhor da casa morre, seu herdeiro, Hindley, começa a fazer da vida do irmão postiço um inferno na terra. Do outro lado, Cathy faz de tudo para impedir seu único e melhor amigo de ser punido e privado da educação, por ter origem pobre. Mas, ninguém esperava que essa amizade entre os dois virasse uma paixão avassaladora.


Como na época os casamentos raramente passavam de acordos comerciais, o destino de Cathy já estava traçado para unir-se a Edgar Linton, filho de uma família muito respeitada. Sabemos que o coração de Cathy já tinha um dono, mas, o que seria dela ao se casar com alguém em constante degradação como Heathcliff? Sem posses, sem dinheiro, sem educação?


Entretanto, para a surpresa de todos, nenhum ser humano é tão pobre que não tenha a capacidade de tornar-se tão rico quanto aqueles que o fizeram sofrer. Ainda mais se tiver a vingança como principal aliada. Os dois corações apaixonados irão se encontrar novamente em outras circunstâncias, mas será que o dinheiro e o poder vão poder suprir o vazio que foi deixado entre eles?


Nessa história, o que eles chamam de ?amor? pode fazer muitos estragos irreversíveis. Mas, o que eu chamo de ?amor?, também pode ser o responsável por apaziguar anos de tortura. Eu espero que vocês consigam enxergar que, apesar de o enredo se tratar de um simples triângulo amoroso, nem de longe podemos romantizar o que acontece entre eles. Existe uma enorme complexidade sentimental que traspassa o abuso, a dependência emocional e a loucura. É preciso enxergar esse clássico de maneira racional, crítica e, NUNCA como um exemplo de amor puro e ideal.

Maria 22/03/2021

Demorou para a leitura fluir, mas, depois disso, devorei o livro. Por ser tão famoso, eu já tinha conhecimento de algumas coisas, porém, quase tudo me surpreendeu. Achei ótima a narrativa, mostrando tamanha importância de Nelly na história. A opinião sobre os personagens se torna suscetível à mudança de uma hora para a outra. Que final inesperado!

Ingrid664 07/07/2023

A grande fofoca
A leitura do morro dos ventos uivantes é intensa, algo que chama atenção seria que a história dos "protagonistas " é contada pela governanta Nelly para Mr. Lockwood, que é um novo morador da granja; Heathcliff e Catherine tem um amor desenvolvido um para o outro que se transforma em obsessão, algo que sentimos que seja um amor de alma, uma mesma alma ocupando dois corpos, porém é algo lesivo para ambos.
Porém existem personagens como Hareton e Catherine Linton que demonstram que apesar de Heathcliff querer manchar suas bondades, se parecem tanto com o protagonista e sua amada, mas conseguem viver o que os dois jamais puderam, o cigano realmente desiste após sua vingança ser concluída, mas não encontra felicidade na dor que causou, apesar de afirmar não se arrepender.
MORAL - os personagens são expostos a algum tipo de sofrimento, enfraquecendo suas virtudes e florescendo suas desvirtude.

jessicaglbb 14/03/2021

"Te odeio com todo meu amor" : seria a frase para o casal.g
Leitura complexa, mas que me deixou marcada e "encantada" com tais partes. Contudo, a sede de vingança com muito ódio por causa de um amor possessivo, doentio pode ser altamente letal, tanto para si mesmo, como também para quem os rodeiam.

Josy.Ribeiro 14/03/2021

Eu tinha muita curiosidade de ler esse livro desde a época que lançou crepúsculo. Eu sempre fico curiosa com livros e músicas citados. Eu não botava muita fé pois ouvi muitas críticas. Foi uma leitura difícil no começo por ter uma linguagem antiga mas se mostrou bem interessante.

oramauricio 30/07/2023

DAREI OUTRA CHANCE ?
Gostei do livro e gostei da história. foi uma leitura diferente e tive algumas dificuldades de principiante pra me adaptar e entrar no ritmo. escolhi O Morro dos Ventos Uivantes para ser meu primeiro clássico e diversas vezes confundia os personagens, relia trechos, me perdia nas linhas, mas em resumo gostei da experiência e foi mais positiva que negativa.
eu já li pensando na releitura, e acho que numa segunda vez vou aproveitar muito mais da obra toda.

depois da releitura eu volto com uma resenha mais útil.

Ingrid 02/07/2021

Resenha - O Morro dos Ventos Uivantes
O Morro dos Ventos Uivantes foi publicado em 1847 e é o único romance de Emily Brontë, que morreu no ano seguinte à publicação. Essa é a segunda vez que estou lendo o livro. Na primeira, eu tinha só 15 anos, e li por conta de Crepúsculo, pois era o livro preferido de Bella e Edward, o que tinha até escrito na capa do livro.

Eu odiei o livro nessa primeira leitura. Não entendia muita coisa da história, e ficava me perguntando porque uma autora de livros adolescentes indicou esse livro. Mas depois de terminar, ficou aquela vontade de entender porquê o livro era bom. E hoje, depois de quase 10 anos, consegui entender.

O livro é um romance de formação de Catherine Earnshaw e Heathcliff (nome e sobrenome). Nós acompanhamos de Ellen Dean. Ellen, ou Nelly, trabalhava na casa dos Earnshaw desde a infância, e muitos anos depois, como governanta na Granja dos Tordos, começa a contar a história de Cathy e Heathcliff para o inquilino, Lockwood.

Lockwood visita Heathcliff, seu senhorio, no Morro dos Ventos Uivantes. Lá conhece Cathy Heathcliff, por quem fica um tanto apaixonado, mas ela se mostra uma moça muito amargurada. Ele passa a noite no lugar e percebe o quão sombrio é tudo.

O começo da narrativa sobre a família se dá quando o pai de Catherine, o sr. Earnshaw, faz uma viagem a Liverpool e volta trazendo Heathcliff, um menino de pele escura pobre e desamparado. O menino passa a ser criado pela família, e odiado por todos, exceto Earnshaw pai e Cathy, com quem cria uma bela amizade.

Após a morte de Earnshaw, Heathcliff e Cathy se veem nas mãos do irmão da menina, Hindley, que odeia Heathcliff, e faz de tudo para separá-los. Além de tornar o menino um servente na casa, mesmo tendo sido criado como irmão.

Em certo momento, Cathy conhece Edgar e Isabella Linton, da Granja dos Tordos. Eles a ensinam a ser uma dama, e se tornam seus amigos. Com o tempo ela vai se afastando de Heathcliff, e ele dela. Ele então foge, some por alguns anos, e retorna rico, ao mesmo tempo que ela está casada com Edgar.

Recomendo muito a leitura, se você não se importar com a trama sombria e um pouco complicada.

Sabrina 29/03/2021

Dramaticamente perfeito
Um livro sensacional, dramático e cheio de suspense e reviravoltas na história.

Mariinaisabel 23/10/2021

Não existem vítimas. Existem escolhas.
? A degradação humana também pode ser poética, se contada por uma das irmãs Brontë.
? A narrativa de Emily é tão capciosa que em vários momentos esqueci de que a história ali contida não deve ser romantizada.
? Você vai do amor ao ódio em uma única página. Essa obra te faz amar com toda ternura e odiar com toda a força o mesmo personagem. Não existem vítimas. Existem escolhas.
? É impossível não se agoniar com as atitudes de Cathy, não ter vontade de pegar essa menina mimada e dar uns chacoalhões, mas mais impossível ainda é não se compadecer com a tortura do amor compenetrante dela por Heathclif.
? Está aí, outro personagem que te atordoa. Heathclif.
? Ele é o anti-herói, que tinha tudo para ser o mocinho, mas se transforma no vilão de sua própria história. A questão é que você fica do lado dele a maior parte do tempo, porque ele te faz acreditar que suas atitudes são justificáveis.
? Uma verdade seja dita: A primeira infância e adolescência dele foram terríveis. E depois disso temos um hiato sem a aparição desse homem. Quando ele reaparece está rico, poderoso, cheio de ódio no coração e querendo vingança de tudo e todos, inclusive Cathy.
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-----> Essa é uma leitura poderosa, poética, arrebatadora e melancólica. Eu AMO e indico para todo mundo.

Janice42 14/04/2021

Do amor ao ódio..
"Qualquer que seja a substância das almas, a minha e a dele são feitas da mesma coisa"

Lindo, triste, doloroso... minha caminhada com esse livro foi mais ou menos assim, com personagens tão reais, tão humanos. Conseguiu me deixar aflita, sentir a raiva, sentir o amor e com certeza vou reler com tamanha felicidade. No começo, eu não consegui me conectar muito com a história mas do meio ao fim, eu só conseguia pensar UAU, uma verdadeira obra-prima!!!!

Nina 02/06/2021

O morro da fofoca gigante
uma boa leitura para quem gosta de romances de épocas, intrigas e fofocas afinal o livro é todo uma fofoca.
Os personagens são um tanto irritantes, mas ainda dei algumas risadas de tão absurdas que são algumas coisas que eles fazem durante a história.
A linha do tempo e a linhagem familiar são as partes mais confusas e complicadas de entender, a linha do tempo você entende no fim já a árvore genealógica se você se esforçar um pouco mais você entende de cara antes da metade do livro.

mundinfeysand 22/10/2020

Um pouco superestimado, porém agradável.
Tinha altas expectativas pra esse clássico, porém muitas foram frustradas. É um romance ou não é? Eis a questão. Não consigo responder com poucas palavras. O livro me trouxe um misto de sentimentos, a maior parte deles foram raiva, repulsa e indignação, porém em certos momentos também leveza e o desejo de que tudo desse certo para tal personagem. O "casal" principal da trama foi o menos atrativo de tudo na minha opinião. O que amei foi o final do Hareton e a narrativa feita pela Nelly. Estou satisfeita por enfim ter matado minha curiosidade sob tal obra, não vai entrar pra lista dos favoritos porém foi uma boa leitura.

Thais 08/01/2011

Decepcionante.
Sinceramente, na minha opinião, o livro não vale a fama. Por ser um clássico da literatura inglesa, acredito que muitas pessoas fazem boas críticas para não serem taxados de diferentes,mas para mim, o livro é muito ruim,a estória é cansativa, além de não ter um bom desfecho. Minha opinião. Cada um tem a sua!

Tatiane.Gatto 04/01/2022

História meio massante, senti raiva da maioria dos personagens por serem chiliquentos, porém queria saber como terminava a história

A Leitora Compulsiva 29/08/2023

O grande divisor de águas: Morro dos Ventos Uivantes!
AVALIAÇÃO: ????

Normalmente eu sigo um roteiro para fazer resenhas, mas este livro é tão perturbador que nenhum roteiro será suficiente pra sermos capazes de analisar todas as facetas do livro.

É um livro amado e odiado por muitos ao mesmo tempo e tem uma explicação bem convincente para isso.

A começar pelo fato de que não é um livro romântico ? sinto muito dizer. Se você está aqui esperando ler algo como Jane Austen ou Jane Eyre, feche imediatamente esse livro e saia. Não terá NADA disso aqui.

Arrisco dizer: neste livro a única coisa que realmente nos cativa são os animais da casa, os cavalos e a paisagem.

Você não vai se apegar a nenhum personagem: são todos horríveis, tanto em personalidade como caráter e moral.

Até mesmo aqueles que você acha inicialmente que poderão se salvar: não vão. Em uma cena ou mais, te mostrarão que podem ser mais podres do que jamais esperou. As verdades sombrias serão reveladas, manchando suas reputações irremediavelmente.

PONTOS POSITIVOS:

É até difícil achar um ponto positivo nesse livro mas vou tentar.

A começar pela escrita: eu particularmente amo a escrita refinada dos clássicos. Transmitem uma seriedade imortal nas páginas. São textos impossíveis de não levar a sério, e a Emily caprichou muito na linguagem do livro.

Todo o livro é não mais que uma fofoca contada entre um inquilino e uma empregada doméstica, e isso faz o livro ser difícil de ser analisado. Ambos podem ser parciais. São duvidosos o suficiente pra você acreditar no que estão contando, afinal: você só tem a palavra deles. Mas ao mesmo tempo e por isso mesmo: é surpreendente.

Depois da escrita magnífica da Emily, o próximo ponto positivo a se considerar, talvez, é a exposição do que há intrínseco dentro dos humanos.

As irmãs Brontë não fazem livros para endeusar pessoas ou mostrar sua parte boa: aqui, o intuito é revelar o que há de pior dentro de nós.

Nossos piores demônios, nosso mau gênio, e a inclinação ruim que há dentro de cada um de nós é exposta através dos personagens, em sua forma de falar e agir.

E por incrível que pareça: isso é um ponto positivo. Temos a tendência a querer encontrar em livros um mundo perfeito para escapar à realidade ? e tudo bem com isso; mas esses livros, que ilustram a realidade como ela é de fato, servem de alerta ao leitor sobre como não ser, e o que não fazer. E por isso mesmo, são fundamentais.

E talvez cabe me dizer que os personagens aqui construídos são bem executados. Posso não gostar de nenhum deles e suas ações, mas são independentes um do outro, e você poderia facilmente dizer que existiram na vida real se não souber que se trata de ficção. Na verdade, é justamente a presença de tantos defeitos em cada um que nos aproxima de senti-los como se fosse reais.

Mas aqui, não encontro mais nada positivo a dizer. Como eu disse ao começo dessa resenha: os personagens nos impedem de amá-los. São desprovidos de caráter, cínicos, por vezes, simplesmente insuportáveis. Dentre eles, o mais horrível é Heathcliff.

PONTOS NEGATIVOS:

Precisamos reforçar que os personagens são de longe os piores que já peguei para ler. Apesar de bem construídos pela autora, complexos da forma que gosto e elementares para a história, sinto que a Emily reuniu um grupo tóxico de pessoas dentro da mesma história. Não há um que se salve. Todos, absolutamente todos são odiáveis em graus diferentes.

E acredito que fazer um livro para todos os personagens serem odiados é algo arriscado e no mínimo não prazeroso para o leitor. Mas de novo: entendo que este FOI O OBJETIVO dela. E me sinto grata por isso.

Ainda no âmbito dos personagens: alguns são apenas mimados demais. Há personagens aqui dentro que simplesmente se recusam a pegar qualquer coisa que cai no chão, ou fazer coisas por conta própria. Eu sei que numa família rica do século XV isso tudo é perfeitamente possível, mas ainda assim: é totalmente irritante.

Mas saindo agora do cenário de análise dos personagens, há ainda outro ponto a se considerar: a escrita, na mesma medida que é ótima, também sabe ser densa demais.

Me peguei em várias partes do livro postergando a leitura para o próximo dia simplesmente porque os capítulos são longos o bastante e altamente descritivos. Sei que isso faz parte de livros clássicos, mas de novo: para um livro que só tem personagens horríveis, continuar a leitura se torna inviável num dia que você deseja ler algo mais ameno. E eu, com meu irrequieto e constante trabalho de segunda a sábado, me pegava querendo qualquer coisa ? qualquer coisa MESMO ? que não fosse essa história trágica.

Emily, te culpo por isso.

CONCLUSÃO:

Daí talvez você possa me questionar:

?Caraca Lah, por que mesmo após tantas críticas você deu um famigerado 4 estrelas para o livro??

Bem, posso explicar. O final foi a única parte prazerosa do livro e talvez a mais forte. No fim, este livro é sobre o que há de pior nós seres humanos, sim, mas também é sobre redenção. Aqui, o vilão não vence no final e por mais clichê que isso possa soar, depois de ler quase 32 capítulos de total desgraça e degradação, é apenas satisfatório poder dizer que tudo terminou bem. Os personagens encontraram redenção, felicidade e aprenderam valiosas lições ao longo da jornada. Eles descobriram o verdadeiro significado da amizade e a importância do perdão.

E pelo final, por ele apenas e mais nada, é que esse livro merece essas 4 estrelas. Depois de tudo que me fez passar e sentir, me senti perfeitamente vingada ao final.

Mais um livro que entra para minha coleção de favoritos após me fazer sofrer tanto e me emocionar na mesma medida. Foi uma honra participar disto aqui, obrigada Emily Brontë! ?