Yasmin 20/10/2022
"Eu acredito"
Príncipe Caspian, obra concluída em 1949 e publicada em 1951, narra a volta dos irmãos Pevensie à Nárnia depois de apenas um ano (na contagem realizada por nós humanos) em sua rotineira Inglaterra. Nesse relativo período que passaram em nosso mundo, tempos difíceis instauraram sobre aquele território e os dias gloriosos eram como mito para os habitantes da terra encantada.
Caspian, herdeiro do trono e sobrinho do Rei Miraz, depois de certas verdades reveladas, empenha-se em restaurar o magnífico país das antigas histórias e junto com os antigos narnianos (uma espécie de rebeldes segundo o anão Trumpkin) trava uma grande batalha contra os telmarinos, seu próprio povo.
"Foi um antepassado de Vossa Alteza, Caspian I, que conquistou Nárnia e fez dela o seu reino. Foi ele quem trouxe a sua gente para cá. Porque vocês não são narnianos de origem, mas telmarinos. Vieram todos de Telmar, para lá das montanhas ocidentais."
Com novos personagens, como os já citados Caspian X e Trumpkin (aquele, segundo Aslam, anãozinho, famoso espadachim e arqueiro, que não acredita em leões), o velho "elenco" se une mais uma vez para combater todo o mal que assola criaturas inocentes e servir aos propósitos de Aslam.
Relendo alguns trechos percebi quantas vezes C.S. Lewis abordou nesse livro a fé no invisível. Anos, décadas e milênios se passaram desde a última aparição de Aslam, de modo que gerações nasceram e gerações morreram sem conhecer Aquele que antes parecia tão presente. Alguns deixaram de acreditar, duvidando das histórias e dos reinados de paz; outros, porém, mantiveram-se fiéis, aguardando ao dia em que Aslam retornaria e colocaria (novamente) tudo nos eixos.
? Oh, Aslam! Sabia que era verdade. Esperei a vida toda por este momento. Veio para me levar?
? Sim, minha querida ? disse Aslam. ? Mas ainda não para a viagem final.
Lembro então do relato em Lucas que descreve a "aparição" de Jesus para Simeão e Ana, servos de Deus que viviam à espera do Messias.
"Movido pelo Espírito, foi ao templo; e, quando os pais trouxeram o menino Jesus para fazerem com ele o que a Lei ordenava, Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus, dizendo: Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque os meus olhos já viram a tua salvação, a qual preparaste diante de todos os povos: luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo de Israel. E, chegando naquela hora, dava graças a Deus e falava a respeito do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém."
(Lucas 2:27-32; 38)