A Cidade e as Serras

A Cidade e as Serras Eça de Queiroz




Resenhas - A Cidade e as Serras


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Marcos 05/03/2019

"o Príncipe da Grã-Ventura!"
O livro faz uma forte crítica aos exageros da vida moderna e da civilização. O enredo constrói um contraste entre cidade e campo, entre modernidade e simplicidade. Propondo uma reflexão sobre o que é exacerbado e o que é fundamental ao homem.

A história é boa, há um bom desenvolvimento dos protagonistas, a construção dos espaços encanta aos leitores. A narração é em terceira pessoa, feita por um narrador-personagem. Esse tipo de narração, aproxima o leitor ainda mais dos personagens e da história.

Contudo, a parte inicial do romance é muito rebuscada, afugendo os leitores menos sagazes. Porém, com o decorrer da narração, a linguagem e a escrita, mesmo mais requintadas, conseguem acomodar o leitor, tornando assim, a experiência de leitura desse livro, um bom desafio.

Entretanto, a história não me empolgou tanto, deixando o desgaste de uma leitura arrastada e enfadonha.

A obra concebe como solução à vida conturbada e banal da supercivilização, a busca pelo equilíbrio do essencial para a felicidade da vida. Enfatizando, o que é prioritário a cada viver, a cada homem, mesmo que isso demande muito tempo.
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Comenta Livros 08/04/2019

Um livro que não gostei
Achei o livro cansativo.

site: http://comentalivros.com/a-cidade-e-as-serras-eca-de-queiroz/
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Blonde Venus 15/06/2019

Suma Potência...
Li As Cidades e As Serras por motivos de vestibulares, assim como outros estudantes, mas fiquei muito satisfeita. Adoro os trabalhos do Eça, e com esse livro não foi diferente. As Cidades e As Serras fala dos complexos do homem moderno, do homem positivista, que acha que todo o dinheiro e toda tecnologia são o suficiente para lhe dar a tal suma felicidade. No entanto, a carência e a falta de recursos também não são boas. Aqui o Eça levanta as questões do Justo Meio de Aristóteles. A felicidade não está nos extremos, mas sim no equilíbrio.
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Matheus Oliveira 10/07/2019

?Na natureza nunca eu descobriria um contorno feio ou repetido! Nunca duas folhas de hera, que, na verdura ou recorte, se assemelhassem! Na cidade, pelo contrário, cada casa repete servilmente a outra casa; todas as faces reproduzem a mesma indiferença ou a mesma inquietação...?

A história é uma rendição do autor que sempre militou pelo progresso alardeado pelo positivismo. O livro é cheio de referências perfeitas. Dói criticar um clássico, mas achei a história um pouco mal trabalhada, previsível para o leitor do século XXI. Talvez, ou melhor, com certeza, a culpa não seja de Eça de Queirós, mas sim da loucura dos nossos tempos hahaha.
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Giordano.Sereno 13/04/2024

Belo livro
O início desse livro é muito lento e maçante. Utilizando as palavras de Jacinto: "Que maçada!". Corresponde justamente à parte em que Jacinto e Zé Fernandes estão em Paris. Mas quando eles partem para a serra, tudo muda. Temos uma história divertida, espirituosa e interessante que prende o leitor até o final.

Ao ler a sinopse, pode parecer que a história é previsível. Mas não é. Apenas sobreviva ao início maçante que você será recompensado.

Depois fiquei pensando se esse início difícil não foi proposital. Talvez o autor quisesse compartilhar com o leitor o tédio de Jacinto em Paris. Se foi isso mesmo, foi uma estratégia arriscada. Fico imaginando quantos leitores abandonaram o livro por esse início difícil
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Adriana Pereira Silva 20/11/2019

Civilização
Eça de Queirós escreveu ?A Cidade e as Serras?, publicado em 1901, um ano após sua morte. A obra pertence à última fase do escritor, onde se afasta do realismo e abandona a crítica pesada que fazia à sociedade portuguesa da época. O próprio título já indica sobre o enredo. Nesse livro, Queirós faz uma comparação entre a vida simples e agitada de Paris e a vida tranquila e pacata na cidade serrana de Tormes em Portugal.
?o que sobra de uma leitura atenta é certo desconforto que faz com que duvidemos da felicidade modelar de Jacinto e do julgamento inflamado ? e por isso mesmo tendencioso ? de Zé Fernandes? (Mônica Figueiredo).
Eça de Queirós tem uma percepção deslumbrada pelo modelo civilizacional representado por Paris, em detrimento à pequenez português, que ele nunca cansou de denunciar, como neste trecho do livro: ?Tens aqui pois o olho primitivo, o da Natureza, elevado pela Civilização à sua máxima potência de visão. E desde já, pelo lado do olho, portanto, eu, civilizado, sou mais feliz que o incivilizado, porque descubro realidades do Universo que ele não suspeita e de que está privado?.
Além disso, a serra é considerada um lugar de fome, doenças, ignorância e miséria, subjugado por uma forte memória feudal que ainda hoje Portugal tenta ultrapassar.
No entanto, por fim, ?a valorização da natureza se dá graças à indiscutível falência civilizatória de que a cidade é seu melhor resumo? (Mônica Figueiredo).
Assim, com o decorrer da narrativa, o rico Jacinto, que se considera altamente Civilizado por estar na cidade e morar em Paris, a capital do modernismo e civilidade da época, vai se enfatigado de todo o progresso tecnológico que fazem parte de sua vida e da alta sociedade parisiense da qual faz parte, acaba por ter que voltar a sua terra, na serra de Tormes, Portugal, onde descobre as alegrias da vida e a utilidade que pode ter em meio à natureza e a pessoas verdadeiras, podendo se dedicar a aprender muitas coisas e colocar em prática tudo isso com muita profundidade, doando-se a aqueles que dele precisam e podendo aplicar seu dinheiro em prol do outro. Assim, descobre o verdadeiro sentido da vida.
O que vou levar para a vida com essa leitura: deixou claro dentro de meu coração o quanto é importante não só fazermos coisas para nós sermos felizes, nos realizar, mas a alegria e o segredo da vida e da verdadeira felicidade está em fazer pelo outro, ser útil doando-se ao próximo.
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jonasbrother16 18/12/2019

A casa dos Jetsons contra a casa dos Flintstones.
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Joao.Magalhaes 09/02/2020

Paciência com o Realismo
Muitos leitores desavisados começam a leitura deste livro sem uma premissa básica: é uma obra realista, o que significa, para muitos "chatice", por detalhar muito as cenas que se passa a história, muitas vezes detalhes descartáveis. O livro quer mostrar as coisas "como são", e isso foge muito de nossos romances atuais, que tendem a idealizar muito. Por isso é fácil se desagradar com a leitura.

Como já estava preparado para o realismo, e na verdade estava curioso para conhecê-lo, foi uma leitura prazerosa. Além disso, Queirós trata de um tema que me identifico muito, a paz no campo, e a perturbação urbana que nos deixa muito superficiais como seres humanos.
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Guilherme Brasil 18/04/2020

Um dondoco em Portugal
Sobre a Edição:
Comprei na finada Sebo “Só Ler” de Novo Hamburgo a primeira edição do livro pelo selo “L&PM pocket”, impresso em 2005. É uma edição simples, capa flexível, sem orelhas, papel offset.
Sobre a leitura:
Ler “A cidade e as serras”, de Eça de Queiroz, foi uma experiência mista. Apesar das várias palavras e expressões utilizadas pelo autor que me causaram estranhamento (por se tratar de um autor do séc. XIX), a forma como ele conduz a narrativa, e os personagens e situações caricatas me fizeram ler com gosto as duzentas e tantas páginas.
O livro trata de forma simples o antagonismo entre a tradição serrana de Portugal, e o cotidiano moderno de Paris. Jacinto de Tormes, é o estereótipo do dandy inglês (um “dondoco” como eu e minha namorada concordamos em chamá-lo). O temperamento do dondoco é de um jovem rico angustiado. Entediado com a mesmice e a rotina fútil parisiense, Jacinto sorve um pingo de mudança, quando seu amigo Zé Fernandes passa a morar temporariamente com ele, depois de passar sete anos vivendo nas serras portuguesas. Zé vê seu amigo definhar no dia a dia em Paris. Entre compromissos sociais e comerciais, Jacinto já não sente prazer em nada, e nem as tecnologias mais inovadoras, ou os conhecimentos mais refinados podem arrancar-lhe mais que um suspiro de indiferença. A vida do dondoco sofre uma transformação quando, devido a circunstâncias inesperadas, se vê voltando para Tormes, em Portugal, acompanhado de seu fiel amigo.
Sem dúvidas o livro aborda o embate entre “vida bucólica” e “vida urbana” de forma previsível e simples, mas o desenrolar dos acontecimentos, e a mudança gradual do personagem Jacinto, são aspectos que me agradaram muito durante a leitura.
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Letuza 28/04/2020

O sentido da simplicidade
Jacinto, um homem criado pelos avós em Paris, (na rua Campos Elísios, n 202) era o cúmulo da modernidade da época. Totalmente urbano, adepto de todas as tecnologias disponíveis, colecionador de obras literárias (tinha 30 mil livros), frequentador das altas rodas da sociedade e com uma agenda sempre lotada, era no fundo infeliz. Segundo seu sábio criado, Grilo, sofria de fartura.

Zé Fernandes, amigo de Jacinto, era moço criado entre a cidade e as serras. Estudou em Paris, morou na cidade, mas por necessidade dos parentes passou sete anos trabalhando na serra, em Guiães.

Ao voltar para Paris, Zé Fernandes se preocupa com o amigo Jacinto, positivista, mas entregue a apatia. Tudo para ele era ?uma grande maçada?. Festas, jantares, nobreza e uma fartura extrema não conseguiam preencher o vazio de sua alma.
Um episódio em Torres, propriedade serrana de Jacinto, muda tudo. Um deslizamento de terra arrasa as sepultaras dos seus antepassados de e ele é obrigado a ir até lá, com Zé e o fiel Grilo juntos. Jacinto despacha para Tormes toda a tecnologia e conforto para suportar o período longe da civilização. Durante a viagem a bagagem se perde.

Zé Fernandes precisa ir até Guiães e deixa o amigo sozinho em Tormes, acreditando que ele vá para Lisboa. Entretanto, algo muda em Jacinto e ele começa a se encantar pela simplicidade e paz da serra. Lá ele descobre um novo sentido para sua vida, se declara um socialista e melhora a vida do povo da região, organiza a casa e as terras da família, constrói novas sepultaras para os antepassados e se interessa pela natureza. Uma mudança radical.
Em Guiães, Jacinto conhece Joaninha, prima de Zé e com ela se casa. O casamento traz o tão importante equilíbrio. Ele investe na propriedade, trazendo um pouco da modernidade para a serra, mas mantém o estilo de vida simples e pacífico.
É uma leitura deliciosa, sobre as prioridades da vida, sobre amizade, simplicidade e paz. Um livro encantador de Eça de Queirós! Edição incrível da Martin Claret
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Ana Carolina 01/07/2020

Um clássico atual
Apesar da linguagem rebuscada e das muitas metáforas e figuras de linguagem, floreadas com certa poesia típica de Eça, o livro traz uma mensagem clara e, eu diria, até bem atual em sua descrição.
As críticas e as descrições da vida na cidade e da vida na serra, com todas as suas respectivas desigualdades, problemas e virtudes, nos faz pensar e meditar na vida que levamos.
Sejamos seres "civilizados" ou "serranos", devemos sempre abrir nossos olhos para outras possíveis realidades. Viver na 'mesmísse' apática, principalmente dentro da cidade, nos faz ignorantes de diversas maravilhas que existem. Jacinto, o grande "Príncipe" deste livro, aprende bem essa lição e nos mostra que a vida é muito mais do que aquele pequeno círculo social que frenquetamos.
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Fran 11/07/2020

Até que ponto as inovações tecnológicas trazem felicidade?
Esta pergunta poderia facilmente ser eleita como tema de um debate sobre nossa sociedade contemporânea, em que os smartphones tornam-se extensões do corpo humano, a internet gera um fluxo de informações ininterrupto e até mesmo as relações interpessoais migram cada vez mais do meio físico para o virtual (sobretudo em tempos de pandemia).

Considerando a atualidade desta pergunta, é curioso perceber que ela também figura como tema de A Cidade e as Serras, obra publicada em 1901.

O livro narra a história do jovem Jacinto, um parisiense obcecado pelo progresso tecnológico, que vive segundo a ideia de que "o homem só é superiormente feliz quando é superiormente civilizado". Com o passar do tempo, no entanto, mesmo estando cercado por todas as grandes invenções da época (inclusive um maravilhoso teatrofone!), o jovem sente-se entediado e profundamente deprimido. Influenciado por um amigo, Jacinto decide, então, abandonar a cidade e partir rumo às serras portuguesas, na esperança de encontrar a felicidade junto à bucólica paisagem da casa de seus ancestrais.

Enquanto descreve as aventuras de Jacinto, Eça usa sua escrita irônica para falar, dentre outras coisas, sobre a solidão da vida nas metrópoles, as desigualdades e misérias que assolam tanto o meio urbano quanto o rural e a futilidade das relações baseadas em status e aparências. Não é incrível como tudo isso soa tão atual?

Não acho que seja o melhor livro do autor e senti falta da intensidade que experimentei lendo O Crime do Padre Amaro e O Primo Basílio. Foi preciso fazer um esforço para vencer os primeiros capítulos e, mesmo quando começou a fluir melhor, não houve grandes emoções. Mesmo assim, é uma leitura válida pelas reflexões que nos deixa e pela oportunidade de traçar tantos paralelos entre passado e presente.
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