AnaVaz1 19/01/2024
Um livro sobre ilusão
Não é uma história de amor, mas da ausência dele.
Werther vivia a mais pura alegria e liberdade. Via beleza em cada pequena coisa e se encantava com as histórias das pessoas, se contentava com a solidão.
Mas então, veio a ficar obcecado pelos olhares de Lotte e a buscar significado onde não havia nada.
Com a chegada de Albert, os desejos ficam ainda mais reprimidos e se expressam sob forma de amizade cordial.
Lotte, que não quer perder o marido perfeito, Albert. Mas também não quer perder o amor de Werther, que ela reconhece desde sempre. Quem ela realmente ama? Ainda não compreendi. Mas posso dizer que ela gosta de ser amada, admirada. Pois desde sempre sua beleza e graça foram usadas para conquistar o outro. Ela reconhece seu encanto e se sacia da imagem que produz.
Como quando Werther vai visitá-la pela última vez. Ela quer se entregar a ele. Se o ama ou não, não se sabe. Mas o desejo é nítido e ela só pensa na criada que pode entrar no ambiente, nas amigas que estão para chegar, em Albert que saiu. E mais profundamente, segue o pedido da mãe à risca. Uma pobre mulher perfeita que vive para saciar os desejos dos que a cercam.
E Werther se deixa desistir da vida por uma grande fantasia que não pode realizar. Um sonho infundado que o consumiu.
Sim, os olhares foram reais. Sim, os momentos de felicidade extrema e a conexão foram reais. Mas eles se diluíram e aquele tempo não volta mais.
Toda aquela inocência mascarada de amor era só vontade de fuder.
“O ímpeto de viver as coisas em toda a intensidade faz de Werther uma vítima de seu próprio ideal.”
“Werther revela o abismo entre o desejo de uma vida intensa e livre e o mundo exterior, marcado pelas regras sociais que sufocam seus sonhos.”