Cris 12/04/2023Guerra, música e amor“Tempo. Quando você é jovem, acha que sempre terá tempo para fazer tudo que quiser. Você não percebe o tempo passando, esse é o problema. Mas ele passa mesmo assim.” Pág. 55
Quando eu achava que não podia mais me surpreender com uma história que se passa na Segunda Guerra Mundial, eis que este livro chega até mim.
O livro, como uma sonata perfeita, é dividido em três partes.
Na primeira, conhecemos a infância de Gustav, um menino órfão de pai, que mora com a mãe na Suíça. Eles levam uma vida muito modesta e Gustav é ensinado desde cedo a não demonstrar sentimentos, a engolir o choro e a ser forte.
Seu caminho se cruza com o de Anton, um garoto novo na escola, que é um excelente pianista, porém sofre de ansiedade. Anton tem uma vida cheia de mimos e amor, seus pais têm uma condição financeira boa e podem atender a todos os caprichos do filho.
Na segunda parte do livro, voltamos no tempo, para a época da Segunda Guerra, para conhecer a história dos pais de Gustav. E foi aqui que a coisa se tornou mais triste e complicada. Uma história cheia de desdobramentos, onde a gente percebe que ninguém nesta história é totalmente bom ou mau.
Pra finalizar, na terceira parte, temos a história de Gustav e Anton já adultos vivendo suas vidas.
Eu gostei muito do livro, especialmente porque não tinha lido ainda nenhuma história que se passasse na Suíça durante este período histórico, e foi impressionante imaginar que um país tão pequeno conseguiu sair relativamente intocado pelos acontecimentos na Europa. Além disso, histórias com música sempre me agradam.
O livro é bastante triste, os personagens sofrem muito, e sinceramente, não dá pra ficar muito do lado de ninguém. Somente o personagem do Anton que não me agradou, achei ele mimado demais quando criança e um egoísta quando adulto. E também não sei se curti muito o final, mas apesar disso, é uma história que vale a pena ser lida.
“Ele se perguntou se queria saber o que ela iria lhe contar, ou se era melhor que algumas coisas ficassem em segredo, assim a mente poderia criar suas próprias histórias que, com o tempo, criavam a própria realidade e pareciam ser verdadeiras.” Pág. 247
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