Gabriella316 02/03/2021
Eu preciso falar sobre indomável.
Comecei a escrever o que achei desse livro antes mesmo de terminar. Não dava para esperar e eu nem queria.
Em um ano tão caótico como 2020, todos fomos obrigados a olhar para o nosso eu, que gritava loucamente e era colocado no mudo. Vivíamos em um ritmo frenético e não entrávamos em contato com o que a autora chama de Saber, nosso eu interior.
Pensando no eu interior, posso imaginar como se fosse o nosso reflexo, mas com uma vida própria. Ele pode berrar, gritar e bater no espelho, como ele pode ser quieto, calmo e sereno.
Tudo depende de como está o nosso conhecimento interno. Inferno ou eterno?
A Glendon fala do nosso Saber, que é o nosso eu, aquele que sussurra no ouvido o que você deve fazer, mas que o mundo cala te dando uma ordem.
Ela traz assuntos como feminismo, liberdade, prisões externas e dores que não reconhecemos que são nossas.
É despejado na nossa cara o que negamos. Nossas escolhas não são nossas.
O que eu quero, o que eu gosto, com o que eu me importo, com quem eu me importo. Tudo é escolhido para nós.
Quer um exemplo? Olha esse trecho:
? Fico parada à porta [...]. Os meninos estão largados no sofá, e as meninas estão sentadas da forma mais arrumada e controla possível no chão. [...]
- Alguém está com fome?
O que acontece a seguir se desenrola em câmera lenta.
Cada um dos meninos, mesmo com olhos na TV, e responde:
- SIM!
As meninas ficam em silêncio a princípio. Então cada menina descia os olhos da TV e avalia o rosto das outras meninas. Elas olham para o rosto de uma amiga para descobrir se está, ela mesma, com fome. Algum tipo de telepatia está se passando entre elas. [...] Estão chegando a um consenso, pedindo permissão, ou fazendo recusas.
De alguma forma o coletivo silenciosamente nomeou como porta-voz uma menina de cabelo trançado e sardas no nariz.
[...]
- Não precisa, obrigada.?
Obrigada, Glennon.