Letícia 14/03/2022Recomendo demais!Muito bom ler as palavras da Pagu e conhecer um pouco da sua história... Ela foi uma mulher admirável, sensível, que lutou bravamente pelos seus ideais. Pensava no coletivo. Amava seu filho e, por isso, o via em cada criança do mundo, fazendo trabalhos de base para que não fosse uma mera utopia o fato de que ninguém passe fome num mundo tão desigual, tirano e cheio de recursos.
Infelizmente, devido ao machismo, Pagu foi sexualizada desde criança...ela mesma menciona que está cansada de ser vista como sexo. Entende que teria muito mais liberdade se tivesse nascido homem.
Uma mulher incrível que não distinguia o sexo de cada camarada, pois entendia todos como parte de uma mesma classe dominada e explorada.
Mesmo nascendo em família de classe média, saiu cedo de casa e passou muito perrengue, morou em pensões cheias de baratas, trabalhou na metalurgia... enfim, estava literalmente ao lado do povo trabalhador que lutava por seus direitos e contra a repressão da ditadura Vargas. Ela se doou muito e não foi valorizada por isso o quanto deveria...
Me irritou o autoritarismo do partido comunista que, em dado momento, não permitiu que Pagu - que precisava de trabalho pra se manter - trabalhasse em empregos que tinha conseguido em jornais, só pq era um trabalho intelectual e eles queriam que ela fosse operária pra mostrar que estava com eles (?).
Como se o trabalho intelectual fosse algo que não fizesse parte da classe trabalhadora. Muita ingenuidade e ignorância...
Além do machismo da época que, obviamente, reverbera até hoje inclusive na esquerda!
Tirando essas questões, a luta coletiva da época foi muito inspiradora. Os trabalhadores se viam realmente como classe...
Pagu precisa ser mais lembrada e conhecida, que mulher inspiradora, necessária e importante!