Realismo Capitalista

Realismo Capitalista Mark Fisher




Resenhas -


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Japa 13/07/2023

Muito bom. Fonte de esperança!
O livro é um pouco acadêmico (de um jeito ruim) - usa conceitos que nem sempre são explicados ao longo do livro. A minha dica, pra quem quer ler essa edição em específico, é que leia o posfácio primeiro. O posfácio, apesar de vir só depois do livro em si, é fundamental pro entendimento do que Fisher escreve ao longo de suas linhas, e pode assim facilitar a travessia do leitor pelo percurso.

Das resenhas que li sobre o livro, desanimei de ler, mas não o suficiente pra deixar o livro de lado. Algumas pessoas comentaram que Fisher cita demais o Zizek, mas enquanto Zizek é citado 51 vezes, há autores que são mais citados, como Jameson (59 vezes). Então não entendi qual é o ponto dessa crítica, sendo bem honesto.

Outra crítica bem acentuada foi sobre a validade dos apontamentos de Fisher, já que ele escreve tendo como fundo o Reino Unido enquanto nós moramos no Brasil. Vejam, não é por isso que o livro perde seu intuito ou sua ideia: o conteúdo continua tendo seu valor e dá pra adaptar bastante coisa pra realidade brasileira ao longo da leitura. O fato de ele escrever tendo como palco o Reino Unido não é um impeditivo pra que a gente entenda o recado...

É claro que se houvesse uma "versão brasileira" dos exemplos de Fisher, seria maravilhoso, mas isso não é extremamente fundamental pra gente entender o que ele quer dizer.

Achei que seria um livro derrotista ou então doloroso pelo fato de Fisher ter ceifado a própria vida pouco depois da escrita do livro, mas na verdade ele foi uma fonte de esperança teórica e prática.

Recomendo demais aos curiosos e aos críticos do sistema de maneira geral.

Obs: saiam da rabeira dos comunas online e bora pra criação do projeto político real e prático!
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Ivania 11/05/2023

A vitória da direita só é inevitável se nós pensarmos que é
"O livro flui feito um álbum de rock, daqueles que deve ser ouvido na primeira vez de cabine a rabo, retornando depois para saborear, avulsamenrw, as faixas favoritas."
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claris 21/12/2021

falácia da democracia: para quem e a custo de quê?
estou sinceramente com preguiça de fazer uma resenha elaborada ou escrever sobre o que eu achei do livro - bom demais, por sinal - então vou deixar alguns trechos que eu destaquei:

?Para justificar seu conservadorismo, partidários de ordem estabelecida não podem chamar esse estado de ideal ou maravilhoso. Então, em vez disso, decidiram dizer que todo o resto é horrível. Nossa democracia não é perfeita. Mas é melhor que as ditaduras sangrentas. O capitalismo é injusto, mas não é criminoso como o stalinismo. Nós deixamos milhões de africanos morrerem de AIDS, mas não fazemos declaraçõ es racistas e nacionalistas, como Milosevic. Nós matamos iraquianos com nossos bombardeios, mas não cortamos suas gargantas com faces como fazem lá em Ruanda etc.?

? [?] a correlação entre o aumento das taxas de distúrbios mentais e o modelo capitalista neoliberal praticado em países como Grà Bretanha,Estados Unidos e Austrália. Na mesma linha de James, quero argumentar que é preciso reformular o problema crescente do estresse e da angústia nas sociedades capitalistas. Em vez de atribuir aos indivíduos a responsabilidade de lidar com seus problemas psicológicos, aceitando a ampla privatização do estresse que aconteceu nos últimos trinta anos, precisamos perguntar: quando se tornou aceitável que uma quantidade tão grande de pessoas, e uma quantidade especialmente grande de jovens, estejam doentes? A "epidemia de doença mental" nas sociedades capitalistas deveria sugerir que, a invés de ser o único sistema que funciona, o capitalismo é inerentemente disfuncional, e o custo para que ele pareça funcionar é demasiado alto.?

?Os anos 1980 foram o período no qual o realismo capitalista se estabeleceu, com muita luta, e criou raízes. Foi a época em que a doutrina de Margaret Thatcher de que ?não há alternativas?- um slogan tão sucinto para o realismo capitalista quanto se poderia querer - se transformou em um profecia brutalmente autorrealizável.?


?A chantagem ideológica que está por aí desde os primeiros concertos do Live Aid insiste que "indivíduos caridosos" podem acabar diretamente com a fome, sem precisar de nenhum tipo de solução política ou de reorganização sistêmica. [?] O objetivo era apenas garantir que partes dos lucros de transações específicas fossem destinados a boas causas. A fantasia era que o consumismo, longe de estar intrinsecamente implicado na desigualdade global sistêmica, poderia, ao contrário, resolvê-la.?
EU PRECISAVA COLAR ISSO POR AÍ SABE

O capitalismo, por sua própria natureza, se opõe a qualquer noção de sustentabilidade. Não existe e não existirá, enquanto persistir o fetiche pelo acúmulo de capital, um modelo sustentável ou ?amigo?.
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Jadoki 05/12/2023

E o fatalismo neoliberal que 🤬 #$%!&
Essa é a primeira vez que leio Fischer.
O que mais me chamou atenção foi a pauta sobre a individualização das patologias mentais tão presentes nesse "país chamado realismo capitalista". É uma problemática que persiste no mundo todo. O capitalismo suga a saúde mental dos indivíduos a partir da precarização do trabalho, da privatização e inflação de preços de serviços necessários para garantir nossa subsistência, e o problema vai para além disso, como descreve Fischer neste livro.
Em resumo: manter a classe trabalhadora adoecida e individualizar esse adoecimento é projeto.
Cabe a nós resgatar a consciência de grupo e mostrar a potência do coletivo.
E o fatalismo neoliberal que 🤬 #$%!& .
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RaAza5 18/04/2021

Excelente
Livro essencial para entender as dinâmicas do capitalismo na pós modernidade. Fisher conduz o leitor através de sua teoria de um realismo capitalista que não nos permite mais vislumbrar um futuro positivo. Para embasar sua argumentação, ele utiliza elementos da cultura pop, como filmes, músicas e realities shows, a questão da saúde mental, a vida de professor e a própria política. Apesar de bastante profundo, a leitura é leve e fluída; Fisher escreveu um blog durante anos e a impressão que dá, na maior parte do livro, é que se está lendo uma página de blog mesmo. O livro não é grande e quando termina, dá vontade de ler mais. Muito bom!
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Igor Gil 13/12/2021

"A vitória da direita só é inevitável se pensarmos que é"
Eu esbarrei nesse livro por conta de uma indicação de uma indicação. O nome chamativo para aqueles que como eu são leitores assíduos de ficções científicas distópicas e pós-apocalípticas é uma isca muito bem colocada; mais ainda logo a primeira página do livro o autor citar nada mais e nada menos que "Filhos da Esperança". O que encontramos posteriormente é, talvez, ainda melhor (e pior), simultâneo ao fio de esperança que, por mas tênue, invisível e arrebentável que seja, une todas as distopias: a esperança.

Fisher tem um estilo de escrita bem "free style", deixando de lado determinados formalismos acadêmicos que vão desde um linguajar rebuscado e pedante aos inúmeros movimentos de citações e concretudes que separam fluxos de consciência anedóticos e ciência. Mas que fique claro, toda a influência que Fisher possui de Jameson, Deleuze, Guatarri, Zizeck e outros ficam claras, inclusive diretamente mobilizadas. Simultaneamente, temos um complexo emaranhado de ficções, livros e filmes, sendo constantemente citados e que são cruciais para entender o raciocínio do autor; e principalmente o conceito de hiperstição que responde a pergunta posta como subtítulo do livro.

Em capítulos estranhamente nomeados e mais ainda estranhamente organizados, Fisher nos guia por seus desabafos sobre o futuro, seus medos, sua depressão e como o imperialismo capitalista parece vencer, assim como sempre venceu, os resquícios de uma esquerda que ainda hoje luta para se reinventar e inevitavelmente fracassa; mas então para que lutar? A resposta está na mágica daquilo que é e daquilo que deveria ser.

O futuro é, e sempre foi talvez, um campo em disputa. Controlar o futuro é controlar o presente, mas não o futuro místico e astrológico que prevemos em instrumentos mágicos, mas sim o futuro imaginado, o futuro criado e, acima de tudo, o futuro creditado como verdade. O que faz do realismo capitalista a verdade em si é justamente a crença de que não h[a outra alternativa, não há outra escolha (frase repetida infinitas vezes pelo autor em todos os artigos do livro); mas é aqui que mora o ponto chave: o realismo capitalista precisa da crença de que ele é o único caminho, como uma profecia autorealizavel.

Realismo Capitalista deixa um gosto de amargura no céu da boca, mas também uma vontade fortificada de lutar contra o "real" imaginado. A herança de Fisher vive nos aceleracionistas de esquerda (ou fáusticos, como preferir), mas também vive nos fragmentos das identidades que pouco a pouco percebem e aumentam as rachaduras do próprio sistema, através de ferramentas que o próprio sistema fornece. Acelerar o inevitável, mas se apropriar da aceleração como de dentro para fora e de fora para dentro.

Que um dia, Fisher, em seu descanso cósmico possa ver as ruínas desse sistema opressor, o tiro final no sistema nervoso desse zumbi apodrecido comedor de carnes, futuros e humanidades; ou, simplesmente, que o movimento dialético-materialista da historia leve suas ideias àqueles que um dia findarão esse sistema.
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renat.of.ábriga 15/11/2023

Visceral e necessário
Mark Fisher se vale de filmes, música, literatura e cultura pop em geral pra fazer uma análise social, cultural e política do estágio em que nos encontramos no neoliberalismo. O que nos restou depois da queda da URSS? O que nos legaram os imperialismos das políticas de Reagan e Thatcher nos anos 80? O quanto perdemos socialmente? O que nos faltou fazer após o vacilo do neoliberalismo na crise de 2008? A abordagem de Fisher é visceral e dolorosa, mas importante. Difícil saber se será mais dolorosa àqueles que viveram os anos 70 e 80 ou àqueles jovens de agora que não perderam nada porque nada tiveram em termos de seguridade e representatividade social. Ao fim, ao menos, Mark nos deixa uma mensagem positiva, de que é possível pensar e pôr em prática uma forma mais humana de sociedade, com a força da coletividade renovada, e que supere as imposições do capital. Leitura essencial.
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leportom 05/09/2022

É mais fácil imaginar o fim do mundo...
"É mais fácil imaginar o fim do mundo do que o fim do capitalismo." Nesse curto livro, o realismo capitalista, Fisher longe do formalismo acadêmico, passará de citações holliwoodianas a Nietzsche.
O autor, com uma prosa leve trará a tona o que ele chama de um sintoma da nossa sociedade neoliberal, um cinismo, consequência do realismo capitalista.
Fisher nos mostra como estamos apáticos dentro desse sistema. Incapazes de sequer imaginar uma outra realidade, acreditando fielmente que esse é o único sistema possível, a única realidade concebível, tudo isso, claro não passa de uma ilusão falaciosa.
O autor ainda vai engendrar na discussão das produções culturais que nada mais apresentam de novo, sempre (re)produções do que já existe e já foi produzido. Algo como um sentimento nostálgico em reproduções (reboots) de filmes e séries, repaginados álbuns de artistas e por aí vai... somos incapazes de criar nada na cultura apenas recriar.
Fisher demonstra ainda como a ansiedade e a depressão e o aumento dessas nas últimas décadas são consequências diretas do realismo capitalista, para além de uma responsabilidade individual e sim sistêmica, social, comunitária.
Recomendo fortemente a leitura, principalmente pela sua escrita simples e desapegada de formalismos o que torna um livro para o público em geral e não apenas uma referência bibliográfica para a discussão social.
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cella 28/03/2023

Só canetadas
Eu gostei como o Mark fisher abordou os assuntos, principalmente sobre a desmotivação das pessoas no realismo capitalista, como se o capitalismo fosse "a única opção" e temos que aceitá-lo. Queria que mais pessoas tivessem a consciência de classe e parassem de cair no mito da garagem.
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Júlia 12/05/2023

?para a esquerda a libertação está no futuro,não no passado?
Para ler esse daqui, tem que colocar um capacete pra aguentar tanta pedrada.
apesar de discordar do Fisher em alguns pontos, o autor foi certeiro na maioria das suas análises; tão certeiro que por diversas vezes senti uma angústia profunda lendo o livro.
quando Mark Fisher falou de saúde mental, privatização do estresse e depressão, fiquei muito mal de cabeça, porque só conseguia pensar que ele foi derrotado pelo capitalismo.
recomendo muito a leitura.
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Laurex 23/05/2023

Comentário - 1a leitura
Particularmente achei que merece a leitura mais de uma vez. É um ótimo livro, achei interessante principalmente a parte em que o autor fala sobre depressão (e outros transtornos mensais) e sua causa social, e como o sistema capitalista consegue culpabilizar os indivíduos por problemas que o próprio sistema econômico muitas vezes é a causa. Além disso também achei muito bons os comentários acerca das formas com que a direita se adaptou para que os indivíduos realmente acreditem que essa é a única forma de produção possível, não deixando saída de forma bastante ideológica.
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Cachamorra 07/11/2021

Aquele tapa na orelha necessário
"É um tapa no pé da orelha." Foi o que pensei quando terminei o capítulo 'Não Sirvo para nada'. O livro é uma leitura necessária para nossa geração, que com a crença na meritocracia e no individualismo liberal, se cobra por resultados que não está em nossas mãos. Resultados esses impossíveis no atual modelo socioeconômico. Ler, no meio de uma Pandemia de Covid, que devemos pensar a depressão e outras doenças psíquicas, deveriam ser consideradas como resultado do sistema capitalista atual e consequentemente uma Pandemia (também) fez abrir uma nova área de interesses.

O livro abre para o leitor uma área de análise interessante, misturando cultura pop e análise marxista. Realismo Capitalista é um livro essencial para entender o dia de hoje.
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Erikcsen 28/04/2022

Livro espetacular
Discute como o capitalismo e o neoliberalismo têm corroído nossa vida no âmbito coletivo e individual, e como têm nos impedido de vislumbrar um futuro que não esteja associado a eles.
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souvIaki 17/05/2022

segundo o filósofo slavoj ?i?ek...
(1) ninguém aguenta esse cara falando do ?i?ek a cada 5 páginas (no ebook foram contabilizados o nome do slavoj 29 vezes, por deus)
(2) as referências à cultura pop, principalmente ao cinema, foram uma bela jogada mas muitas foram totalmente exageradas, se eu quisesse ler resenha de filme eu abriria o site do letterboxd ou o adorocinema
(3) o capítulo ?supernanny marxista? não fez sentindo nenhum pra mim, parecia um monte de palavra jogada + capital + bbc. pulei com muitíssimo prazer

talvez uma releitura futura ? quando meu cérebro estiver mais inteligente! kkkkkk ? seja uma boa pedida, já que, mesmo anos depois da publicação, a obra continua atual e necessária em muitos aspectos e a sua linguagem auxilia bastante para transmitir a informação ao leitor.
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