Juliana.Santos 05/12/2020
Na corda bamba
Emira está em uma festa quando seu celular toca. É Alix, a mãe de Briar, a meninha de dois aninhos de quem Emira é babá. Ela quer que Emira tire Briar de casa por algumas horas. A mulher promete que vai pagar dobrado.
O único estabelecimento aberto é um mercado 24 h em um bairro de gente rica e é para lá que a babá leva Briar. Quando as duas estão indo embora, o segurança não deixa Emira sair. Ele desconfia que a menina foi sequestrada. Ocorre um tumulto e toda a cena é filmada por um cliente.
Emira só é liberada quando o pai de Briar confirma a versão da moça.
O cliente que filma toda a situação se chama Kelley, um cara branco. Ele acha que Emira tem que processar o estabelecimento, mas ela só quer seguir em frente.
Logo após esse início bombástico, a autora conta um pouquinho mais sobre Emira. Ela tem 25 anos e está perdida. Enquanto suas melhores amigas trabalham e tem salários e empregos de adultos, ela ainda não sabe que rumo tomar. Essa situação deixa a moça angustiada.
Um dia, ela reencontra Kelley e os dois começam a namorar. Com o tempo, Emira percebe que o rapaz vive cercado apenas de amigos negros e acha aquilo um pouco estranho.
Do outro lado, temos Alix, a mãe de Briar e Katherine. Ela é mulher branca, rica e empreendedora. Por ser bem sucedida ela acha que pode ajudar Emira a mudar de vida. Alix fica praticamehte obcecada pela babá de sua filha.
O tempo todo ficamos nos questionando quem está sendo sincero e quem é de fato racista. Alix ou Kelley?
Eu acho que o objetivo da autora é esse mesmo. O racismo nem sempre é direto e escancarado. Muitas vezes, ele é mascarado e sútil. E talvez esse tipo de discriminação racial seja muito mais difícil de ser combatido, porque ele vem acompanhado de "boas intenções".
site: https://www.instagram.com/cantinho_da_coruja/