Resenhas - Os supridores

Aline.Silva 17/05/2022

Um livro que mostra a realidade de Porto Alegre sob o ponto de vista realista e cativante, narra a mudança na vida comum de dois supridores de supermercado.

Tiago.Ropke 16/05/2022

Livro fantástico!! Muito legal as partes que fala de Porto Alegre, as descrições das cenas também são bem legais. Leitura fácil e gostosa. E também a ideia da história é muito boa e plausível.

lua 11/05/2022

Eu na real, nem posso dizer que vivo: eu sobrevivo
QUE LIVRO INCRÍVEL! Amei acompanhar a história toda dessa galera, quero muito ler outros livros do autor.

Camila Goi 10/05/2022

O livro levanta questionamentos que um dia já tive, com uma pitada meio marxista. Por que as coisas são como elas são? Muitas gírias locais, mesmo assim não tive dificuldades de entendê-las. As últimas páginas foram impressionantes, não pensei que pudesse ser algo tão marcante e cheio de reflexão. Terminei o livro querendo ler mais coisas desse autor.

Janaina 09/05/2022

Muito bom!
A leitura do mês de abril nos leva à periferia de Porto Alegre e nos apresenta a dois supridores do mercado Fênix, Pedro e Marques, que, cansados da exploração sofrida pelo sistema capitalista, que, à custa de um trabalho desumano os relega apenas à condição de sobrevivência, quando o que eles almejam é uma ascensão que os assegure uma vida digna e confortável, acabam sucumbindo ao tráfico de drogas.

Apesar de serem completamente diferentes, o conhecimento, a eloquência e o poder de persuasão de Pedro ? leitor voraz, adepto da teoria marxista e crítico da meritocracia ? mostram-se suficientes para seduzir Marques e transformá-lo num discípulo perfeito para a arriscada empreitada.

Com um planejamento meticuloso, o negócio vai-se mostrando um sucesso, à medida em que vai se sofisticando e se expandindo, levando os amigos a uma condição financeira antes inimaginável, o que torna difícil a tomada de decisão entre parar ou continuar naquela vida.

A humanização dos traficantes e a construção da motivação da entrada no crime faz com que nos aproximemos deles e, em muitos momentos, torçamos para que escapem das consequências de seus delitos, o que gerou, em mim, uma sensação de extremo incômodo, que, no entanto, não invalidou o prazer que a experiência literária proporcionou.

O livro disputou o Prêmio Jabuti com O avesso da pele (que amo!) e, na minha opinião, merecidamente. Amei a sensação imersiva que o livro dá, o suporte filosófico do personagem Pedro, a escrita informal para os diálogos dos personagens periféricos, e, por que não, o incômodo de quem é jogado abruptamente fora de sua zona de conforto.

Não tenho elementos para aferir a plausibilidade da situação se constituir exatamente como retratada, mas, tratando-se de uma ficção que chama para a realidade, foi uma experiência incrível!

?morrer não chega a ser mau negócio pra mim, porque, afinal de contas, eu tô só suportando a vida esses ano tudinho, e não desfrutando. Morrer só vai ser mau negócio pra mim depois que eu tiver uma vida bala.?

oliveiralauras 04/05/2022

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Sinceramente, o melhor livro que eu já tive q oportunidade de ler. É um tapa da cara real, o final, desde o começo até o final foi uma leitura impecável. Me apaguei as personagens, consegui me ligar a elas com muita emoção. Perfeito!!

Gui 27/04/2022

Muito bem escrito e rápido.
Não consigo nem expressar o quanto gostei dessa leitura inteligente, bem escrita e gostosa de ler. Também nos faz enxergar um dos problemas do nosso país que, sim, a gente já sabe que existe, mas a forma como é retratado através dos diálogos entre o Pedro e o Marques ficou muito interessante.

Leonardo.Fernandes 26/04/2022

Bom livro
História bacana até

Só tem umas viagens descontextualizadas pra época em que se passa a história, e um enredo meio hollywoodiano em alguns momentos, mas nada que chega a estragar a o obra

Karine.Batista 25/04/2022

Discussões necessárias
Terminei a leitura d'Os supridores há dois dias e gostei muito! No início achei a narrativa meio lenta, mas adorei a aula sobre marxismo de forma tão didática e aplicada a exemplos do cotidiano! Demonstrar a falácia do capitalismo, da meritocracia merece todo destaque e elogios!

A parte da vingança... que descrição! Uau! Fiquei Sem fôlego, angustiada, ansiosa...

É um livro importante ao não desumanizar quem se envolve com o tráfico. Apesar de seguirem um caminho tortuoso, há várias nuances e questões que precisam ser problematizadas e, na maior parte das vezes isso não é feito... as discussões tendem a ser rasas colocando essas pessoas como monstros e não considerando que são a consequência e não a causa desse tipo de experiência!

leiturasdabiaprado 24/04/2022

Impactante!
Comecei o livro questionando a analogia do marxismo para justificar a entrada no tráfico de drogas, muito embora tenha achado brilhante o ponto ter sido abordado!
Foi muito interessante ver a questão da meritocracia ser abordada pela perspectiva de quem está sofrendo com a desigualdade social...
Sou Delegada de Polícia e investigo o tráfico de drogas, pra mim foi um livro riquíssimo, pois mostrou o submundo das drogas sob perspectivas diferentes, mostrou o tráfico tradicional e também uma modalidade mais branda vamos assim dizer...
Sempre falo que a questão das drogas precisa ser revista, precisa ser tratada prioritariamente como uma questão de saúde pública e apenas secundariamente como política criminal... mas não vou dialogar sobre esse viés, vamos voltar a história do livro!
José Falero conseguiu abordar o tema do tráfico de drogas como meio de desenvolvimento pessoal numa sociedade extremamente desigual, como maneira de uma parcela massacrada conseguir subir na pirâmide.
Nos apresenta a realidade de dois amigos, dois supridores (ou repositores se você preferir) de um supermercado que assim como a maioria da população brasileira apenas sobrevive, e, que um dia resolvem começar um tráfico de maconha como meio de mudar as suas realidades, desenvolvem um tráfico pautado nas ideias de Marx e então a história desenrola!
Um livro bem interessante, que mostra o submundo das drogas visto de dentro, fora do pacto narcísico da branquitude!

Leonardo.Lenner 22/04/2022

Finalmente, concluído...
Infelizmente, os últimos 25% do livro soa muito apressado, buscando uma finalização que foge muito às expectativas de quem estava lendo um drama sobre a tentativa de superação de condições sociais abaixo da média através do narcotráfico e suas tensões, para um filme de ação/vingança, tipo C... enfim, final um tanto quanto decepcionante para uma boa argumentação inicial, com excelentes diálogos e inventividade narrativa pontual.

Irka Barrios 09/04/2022

as vozes ausentes
"Os supridores" demorou a me "pegar". O livro escolhe uma abordagem levinha (entre muitas aspas) para tratar de questões comoventes (e outras violentas). Avancei como se estivesse assistindo a um filme dos irmãos Coen e me preparei para acompanhar a trajetória de Pedro e Marques assim, com uma leitura distante, quase um entretenimento. Mas o livro me deu um tombo no momento em que aprofundou os conflitos e me deixou cara a cara com a realidade das periferias brasileiras. Diversas referências pipocaram na minha cabeça, desde a comparação com a vida animal (sempre esquecemos que somos animais) e a luta por território, a dúvida no momento em que precisamos refletir se suprir as necessidades não está se tornando ganância, e a transformação do olhar um tanto romantizado que Pedro tem sobre a igualdade (de posses, de oportunidades, etc). Com o início um pouco quadradinho, "Os supridores" surpreende muito quando ganha corpo. Vale a pena chegar ao final. OBS: eu tinha lido em algum lugar que a cena do tiroteio era muito bem feita. Reitero. Li no ônibus, mal consegui disfarçar meu nervosismo.

savio.jacyntho 29/03/2022

viva a literatura contemporânea brasileira!
que livro, meus sonhores e minhas senhoras!
parabéns ao josé por ter escrito esse livro maravilhoso, ter colocado uma realidade que muitas vezes não são representadas na literatura.

a história é muito envolvente: cheio de aulas entre os diálogos; uma porta de empatia para os "demônios" da sociedade; uma montanha-russa entre a comédia, o drama, a ação e a revolta.

sei quando um livro é bom quando tenho a imensa vontade de esquecê-lo para ter a primeira experiência novamente, que nem a primeira brisa de um beck.

Renata Vaz 27/03/2022

Necessário
Acho que todos deveriam ter a oportunidade de conhecer esse autor e sua obra. Principalmente aqueles que, são oriundos das periferias das grandes cidades, ou que, por escolha, trabalham diretamente com essas realidades que durante muito tempo a sociedade quis/quer invisibilizar. Pra quem não sabe a história se passa nas principais vilas de Porto Alegre. Uma delas, inclusive, na qual cresci e a outra em que trabalho atualmente. A terceira que é mencionada na obra, faço trabalho voluntário há um ano. Mas essa resenha não é sobre mim, e sim, sobre o que essa leitura de uma verdade potente causa nas pessoas. Eu tive raiva, eu sofri, eu torci pelos personagens e ao fim, eu me emocionei. Não gosto de contar o enredo nas minhas resenhas, acho que pra isso já tem a sinopse, mas esses são os sentimentos que me foram despertados. LEIAM!

nadia 03/03/2022

Fé em Deus, gurizada.
José Falero escreve sobre pessoas. A escrita mistura a norma culta dos romances e a linguagem da cidade, as gírias, as expressões, e tudo aquilo que definem o local dos personagens. Uma história que envolve a pobreza, a vontade de mudar de vida, trabalho, marxismo, tráfico de drogas, violência: todas essas coisas ditas sem moralidade, sem o estereótipo, expondo uma visão humana que insere os personagens como indivíduos. Ver a argumentação viva de quem sabe que merece mais, que trabalha igual cachorro pra ver o patrão esbanjando dinheiro enquanto não consegue trocar a fechadura de casa, Pedro é a movimentação do trabalhador brasileiro que quer o melhor pra si e pros seus iguais, pra acabar com a ideia de que pobre tem que continuar pobre, nem que pra isso tenha que traficar. Uma porrada na ideia de meritocracia e no empreendedorismo.

Essencial, principalmente, no contexto gaúcho. José Falero e Jefferson Tenório são exemplos que merecer sem lidos e divulgados e que colocam o Rio Grande do Sul como uma literatura combativa e poderosa, que fala sobre o seu povo.