Vitória 11/01/2023
Primeiro lido livro do ano, primeiro cinco estrelas e primeiro favorito. Esse tanto de coisa boa só podia vir da Cinthia Basso. Comecei a ler a série dos Kingstons ano passado, e foi quando eu me apaixonei pela escrita dessa mulher. Ainda em o rei do petróleo, eu fiquei muito ansiosa pela história do Damon, porque tenho uma quedinha especial por viúvos. Ao mesmo tempo, fiquei com um pé atrás, porque todo mundo que eu conheço que já leu a série nunca apontava esse entre os favoritos, mas aqui eu percebi que nasci pra ser a diferente do rolê.
Damon é o meu mais novo crush literário supremo. O homem é insuportável nas primeiras páginas, mas eu, como uma boa leitora de romances, já ia percebendo ali as pequenas atitudes de cuidado que ele tinha em relação à Candy. E vamos combinar que é impossível não ficar de quatro por um homem com um cachorrinho. A história dele é dolorosa, a autora não nos poupa de nenhuma fase do luto que ele enfrenta, e isso dói tanto na gente quanto nele. Os flashbacks foram muito dolorosos pra mim, ver como ele se isolou e se tornou quase que outra pessoa depois de tudo, mas isso só deixa o romance desenvolvido aqui mais lindo e verdadeiro. Ele vai se abrindo aos poucos, entregando pedacinho por pedacinho do coração dele pra Candy, e é lindo demais acompanhar isso. O sentimento entre os dois me pareceu verdadeiro demais, era quase como se eu fosse uma amiga deles vendo tudo acontecer de pertinho.
A Candy é completamente surtada, e eu amo isso nela. Esse só é o segundo livro da Cinthia que eu leio, mas já deu pra perceber que ela adora uma protagonista feminina com alguns parafusos a menos, e isso só contribui pra que eu me apegue e me veja demais nelas, afinal eu nunca disse a vocês que tinha juízo. Ela não tem medo de fazer o que acha certo, ainda que isso traga riscos pra própria vida (vide a cena do lobinho), fala tudo o que vem à cabeça quase que sem filtro algum e é uma grande de uma safada. Todos esses aspectos da personalidade dela conversam demais com seu passado e com a idade que ela tem, a gente vê que ela não nasceu assim, mas que uma sequência de fatores contribuíram pra que ela se tornasse essa pessoa, e é exatamente isso o que acontece com a gente na vida real. Amei o fato dela ser mais velha que o Damon, mesmo que sejam só dois anos de diferença. A idade dela traz muitas questões diferentes pra história, coisas que geralmente a gente não vê nos livros hot, que quase sempre optam por um mocinho mais velho e uma protagonista abaixo dos 25 anos.
As cenas hot são incríveis, perfeitas, maravilhosas, verdadeiras obras de arte. Eu já suspeitava desde o início que o Damon não tinha se envolvido com ninguém desde a morte da esposa, mas quando ele fala isso pra Candy só trouxe mais carga pra cena e pra história como um todo. Eu chorei igual uma condenada em todas as cenas hot (isso mesmo, sem exceção), e não sei nem explicar como a Cinthia consegue fazer o sentimento dos dois sair das páginas e bater com tudo na nossa cara, mas ela consegue. O fato deles serem granidissíssimos safados só deixa tudo ainda melhor. Voltando à Candy, porque esse comentário tá sendo escrito na base do surto, eu gostei da autora ter colocado as inseguranças e fraquezas dela na história. Ela é uma mulher foda pra 🤬 #$%!& ? Sim, mas isso não significa que ela seja uma fortaleza 24 horas por dia, porque ninguém é. E o jeito como o Damon serve de apoio pra ela nesses momentos é lindo demais. Eu adivinhei o plot do transplante logo no início, mas isso não diminuiu em nada a emoção que eu senti quando eles perceberam tudo por trás da cirurgia.
Nesse volume a gente tem um tempo maior da história completamente alheia ao resto da família Kingston, e isso só contribuiu pra aumentar o meu surto quando eles finalmente apareceram. Aqui a gente conhece um lado diferente da vovó, e as conversas dela com o Damon foram responsáveis por várias das minhas lágrimas (sim, como já deu pra perceber, eu chorei o livro inteiro), porque me fizeram sentir falta da minha avó, acho que esse é o tipo de conversa que eu facilmente teria com ela hoje. Mas nem tudo foi choro, o concurso dos suéteres, as brincadeiras entre os primos, o caos que é a casa de uma família gigante durante o Natal, me fizeram gargalhar alto. Inclusive, eu não fazia a mínima ideia de que esse livro se passava durante o fim de ano (falou a latina que sempre liga inverno ao mês de julho), mas obrigada ao acaso que me fez ter tido vontade de lê-lo agora. Fazer essa leitura no meio das festas de fim de ano, com uma velinha de panetone do lado, só tornou a minha experiência mais mágica.
Aliás, precisamos falar da magia. São poucas as autoras que conseguem fazer esse negócio de elementos mágicos, pedidos e destino realmente funcionarem e parecerem verdadeiros numa história, e aqui a Cinthia conseguiu isso como ninguém. Eu fiquei completamente encantada com as cenas do globo de neve, e ninguém vai me tirar da cabeça que já estava escrito que esses dois deveriam se encontrar desse jeito, me deixa ser uma leitora cadelinha. E, como boa cadelinha, eu comprei a versão física do livro assim que terminei a leitura, preciso desses dois pertinho de mim. O rei do petróleo me deixou implorando pela história do Damon, e esse aqui fez isso em relação ao Kendrick e à amiga da Candy, porque ela vai se casar sim com o Dale e ninguém vai me convencer do contrário, Cinthia que trabalhe pra isso.