O pássaro secreto

O pássaro secreto Marilia Arnaud




Resenhas - O pássaro secreto


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Kira 17/05/2021

E eu achava que seria favoritado...

A melhor parte com certeza, é quando acaba.
inasantos 17/05/2021minha estante
?


Kira 17/05/2021minha estante
?


capitu.bretas 17/05/2021minha estante
?


Alê | @alexandrejjr 18/05/2021minha estante
Eita!


Marcella 20/05/2021minha estante
FINALMENTE alguém que odiou, assim como eu. Pior livro do ano


Vandinha 22/05/2021minha estante
Tô na metade, não me empolgou, mas achei o da TAG inéditos de maio mais cansativo.


Pedro Nunes 22/05/2021minha estante
Ainda nem terminei e não aguento mais.

É um daqueles livros que depois que você larga, não consegue mais pegar, definitivamente.


Caroline 30/05/2021minha estante
Concordo!


Bael 09/06/2021minha estante
Fraquissimo


Gabi 24/06/2021minha estante
Gente,pq? Kkkk tava querendo ler


Elenise.Xzas 21/07/2021minha estante
acho q nunca demorei/ procrastinei tanto pra terminar um livro curtinho desses kkk terminei só pra ter ctz q daria 1/5 :(


Quel 05/01/2022minha estante
Também não foi meu preferido.


Quel 05/01/2022minha estante
Também não foi meu preferido.


Bernal 01/08/2022minha estante
?


Magnus 27/10/2022minha estante
Pelo menos dava um feedback direito ne? Por que não gostou? É ruim ou só não foi pra você?


Joviana 21/11/2022minha estante
Que isso, que curioso. Eu AMEI esse livro... favoritei.


Eliza 24/11/2022minha estante
Nossa, eu amei esse livro


Vanessa 03/01/2023minha estante
Tô lendo, comecei ontem... fiquei já com receio das avaliações kkkkkk mas vou tentar ir até o final


Tathi (@Doidosporserieselivros) 16/01/2023minha estante
Credo kkk nao li e nem vou entao kkk




Rodolfo 04/07/2021

Aglaia Negromonte é a filha mais velha de um ator e escritor e de uma professora que sempre carregou a expectativa de agradar e atender os anseios de seus pais.
Quando seu pai revela que ele possui uma filha fora do casamento e que essa irá morar com eles o mundo de Aglaia começa a desmoronar.
Com todos aceitando a nova integrante da família, que é tudo o que Aglaia sempre almejou em ser, um "monstro" começa a despertar dentro dela, levando-a a tomar atitudes drásticas.
Marquinho 04/08/2021minha estante
Fiquei arrasado com o final. E vc?


Rodolfo 05/08/2021minha estante
Sim, bastante... eu torci bastante por ela, para um final diferente, mas realmente é um final bem triste... o livro como um todo é bem pesado.


Marquinho 05/08/2021minha estante
A metáfora da Fênix, vc entendeu como morte ou que ela deu a volta por cima? Pra mim ela morre, e renasce segundo a vontade dela em pássaro como num sonho. O que achou?


Rodolfo 05/08/2021minha estante
Eu tmb entendi que ela morreu... confesso que não pensei nessa metáfora da Fênix... bem interessante


Marquinho 05/08/2021minha estante
É isso. Queria o renascimento mas conclui que ela arrependeu do trato e foi morta pela recusa em ceder. Tive essa conclusão. Mas a dúvida deixada pela autora é genial.




Vilamarc 13/05/2021

Opção pela escuridão
Num vídeo da autora Marília Arnaud ela diz que podemos interpretar Aglaia de duas maneiras. Eu só consegui ve-la por uma delas.
Uma menina que bem nascida, bem criada, com uma cultura ampla, rodeada de familiares que a amam, família estruturada (sim, todas tem suas particularidades), um crush na sua, além de uma inteligência emocional capaz de enganar até médicos psiquiatras,... opta pela escuridão.
Aglaia faz parte de uma tríade de irmãs, Eufrosine e Thalie, as Graças da Mitologia grega. Símbolos da luz, da alegria, das artes... Aqui a personagem é sombria, pessimista, egoísta, autocentrada, invejosa e incapaz de perceber a dor dos outros.
Provoca ao longo do livro diversas maldades, com a meia-irmã que torna-se o centro de sua vida, outras duas contra animais (sempre me doem) e até contra si mesma.

Ah, mas a autora espera que vejamos uma outra Aglaia, que teme a rejeição, etc, etc.
Desculpe mas não vi...
Kira 16/05/2021minha estante
Estou na metade e estou tendo as mesmas impressões que a sua.
A passagem dela chutando o cachorro foi o fim, não consigo mas sentir empatia por ela depois disso, inclusive estou indo na base do ódio.


Vilamarc 16/05/2021minha estante
Se prepara... tem mais...


Kira 16/05/2021minha estante
Mais****


Kira 16/05/2021minha estante
Jesus socorro, não quero nem ver


Debora 07/06/2021minha estante
Vila, estou contigo. Não consigo enxergar esta "outra Aglaia"...




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Kira 21/05/2021minha estante
???


Nina 22/05/2021minha estante
Consegui sentir empatia por ela em alguns momentos, mas não comprei a história de que tratamento psicológico e psiquiátrico não ajudam em nada.
Tenho transtorno de ansiedade generalizada e demorei anos pra me sentir confortável em relação a isso e poder falar a respeito. Nunca sequer pensei em tomar qualquer uma das atitudes que ela tomou por causa do meu problema e me senti realmente incomodada com o apelo com que a autora tratou isso. Doença mental é como outra qualquer e, se não negligenciada, tem tratamento correto que traz qualidade de vida pra pessoa.
Achei preconceituosa a forma como o problema foi tratado e não engoli de jeito nenhum o final também. É absurdo e realmente problemático que ela encontre seu ?renascimento? por meio de um ato tão violento que somente a possibilidade aterroriza a nós mulheres.
A escrita da autora é linda, mas faltou muito tato pra tratar do assunto.


Isis.Angeli 24/05/2021minha estante
Sério, uma das poucas resenhas sensatas que li sobre o livro. Meu tratamento por TDM (transtorno depressivo maior) vem desde os 7 anos de idade, após a pessoa que me criava falecer. Jamais vou comparar o meu caso e dizer se os motivos dela foram fracos ou fortes baseados na minha experiência, mas o que posso dizer é que me entristeceu grandemente a banalização dos tratamentos disponíveis, sendo que acredito que falo por, pelo menos, a maior parte das pessoas que sofrem de depressão: nossa maior luta é pela melhora e por nos sentirmos funcionais e humanos novamente. Um desserviço voltar essas emoções da personagem a um mero sentimento de vingança. Pode-se alegar que ela não foi diagnosticada e que não sabemos qual era, de fato, o transtorno que ela sofria, mas como a autora disse em sua entrevista que não fez pesquisas desse tipo para escrever, acredito que não haja de fato um diagnóstico concreto.

E, por último, essa purificação dela pelo estupro foi tão absurda, tão ofensiva que eu não sei, de verdade, o motivo das pessoas estarem ovacionando tanto o livro. E para mim o pior de tudo mesmo foi ela ter buscado a situação (por um desvio de tudo o que ela acreditava, por achar que seria como Thalie e Demian, por romantizar ou por qualquer coisa) mesmo que ela tenha se arrependido e dito não em um último momento. A autora colocou essa personagem, essa criança, para pagar por sexo, como a cereja de um bolo inteiro de desastres. Para mim, por baixo dos panos, foi quase como um ?ela procurou por isso?, a pior de todas as frases que pode vir com um estupro e o nosso maior medo. O livro acaba assim: um estupro desnecessário, que a gente não faz a menor ideia de qual o sentido de estar ali. Assim, de graça. E depois disso a personagem renasce como uma Fenix. Eu não tenho palavras.


Isis.Angeli 25/05/2021minha estante
*** Me expressei mal ali em cima. Quis dizer uma das resenhas mais sensatas que li (por ter avaliado a questão do estupro de forma tão certeira), e não uma das poucas resenhas sensatas pq cada um é cada um.


Fernanda Duarte 26/05/2021minha estante
Exatamente isso!




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Kira 17/05/2021minha estante
Disse tudo.


Mari Pereira 18/05/2021minha estante
Acho bem complicado caracterizar o sofrimento mental como "white people problems". Tudo bem não gostar da obra, da personagem etc, mas esse tipo de análise é muito reducionista. Há uma série de estudos sobre questão racial e adoecimento mental que indicam que, em primeiro lugar, o adoecimento mental de pessoas brancas tem maior visibilidade porque elas têm maior acesso à tratamento terapêutico. Segundo, socialmente foi forjada uma ideia de que adoecimento mental é coisa de gente fracas, "mimada e egoísta", e que as pessoas negras são "fortes", "resilientes", logo, não são passíveis desse nível de adoecimento. Enfim... Só colocando algumas questões.
Ah, e sim, é possível ser bulímica, ainda ser gorda e não ter problemas na garganta, especialmente quando se trata de bulimia nervosa, que é o caso do livro.


Alice Batista 27/05/2021minha estante
a história é narrada pela Aglaia de 40 anos, se eu não me engano...


Bernal 01/08/2022minha estante
Concordo totalmente com a Mari Pereira e, conforme explicado pela Alice Batista, a história é narrada pela Aglaia em sua fase adulta, o que mesmo assim não impossibilitaria uma adolescente de ser tão lírica.




Magnus 10/10/2022

romance de (de)formação
A escrita é bem metafórica e densa, não há diálogos então a leitura pode parecer arrastada em diversos momentos e os capítulos vão alternando em presente e futuro (as passagens do futuro são bem curtas ? 1 página ? e não fazem muito sentido numa primeira leitura, mas após terminar o livro, é muito interessante revisitá-las). Então a forma de como ele é escrito consegue ser bem diferente do que estou acostumado, mas não me fez desgostar dele.

Bom, nesse livro você assiste ao processo de degradação de uma menina negligenciada e doente, vê o ciúmes corroendo ela que, sem saber lidar com isso, procura ferir os outros (a ferida dela sangrava em todos) e com suas vinganças acaba se condenando. Ela era autodestrutiva e por muitas vezes odiável, mas pela família disfuncional e situações é quase compreensível suas atitudes. Em vários momentos me peguei dividido, quis deixá-la de castigo da mesma forma que quis acolher essa menina, e acho que no fim era só disso que ela precisava rralmente...
Magnus 10/10/2022minha estante
ah, acho válido alertar sobre um gatilho [spoiler a frente, caso não tenha nenhum gatilho, ignore] ....
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há um abuso sexual que não tem como pular por ser relevante na história


Biga 10/10/2022minha estante
Me senti da mesma forma que você lendo, ao mesmo tempo-quente tentava compreendê-la e sentir pena, tinha noção que as coisas que ela fazia só afastava as pessoas dela.


Magnus 11/10/2022minha estante
no fim ainda não tenho uma conclusão se como deveria me sentir em relação a Aglaia, só sei q dá muita pena dela :(

pode ser tbm q o objetivo da autora fosse deixar esses sentimentos mistos mesmo




Paulascrap 26/04/2022

Impactante!..
"Talvez haja um lugar de onde nao se pode mais retornar, de onde a vida não pode mais ser devolvida".

📌 Uma leitura bem fora da minha zona de conforto e certamente não escolheria sozinha, mas o clube de leitura nos proporciona essas preciosidades e conhecer novos autores e obras é uma delas. Realizamos uma deliciosa discussão com a autora no grupo do catarse organizado pelo @christianassuncao

📌 Iremos conhecer Aglaia Negromonte, uma adolescente um tanto pertubadora, leitora solitária parece criar um mundo próprio e será nessa realidade que iremos mergulhar e conhecer um pouco mais de sua personalidade.

📌 Mãe submissa, pai negligente, tendo um único amigo por ser muito introspectiva, Aglaia tem sua vida já complicada virada de ponta-cabeça com a descoberta de sua meia-irmâ. fruto de um relacionamento extraconjugal de seu pai, e piorando a situação a chegada da francesa Thalie e aceitação geral de sua inclusão na família de forma natural.

📌Sem aceitar a sua presença Aglaia começa a ter atos perversos que nos gera certa dúvida de considerar uma doença mental ou mesmo uma índole ruim ou quem sabe um certo grau de comportamento criminoso, não faltam brechas para discussões sobre a personagem, principalmente ao descobrir que a autora não pesquisou sobre a doença em si para compor a protagonista da trama.

📌 Podemos considerar a leitura irritante e envolvente ao mesmo tempo, depende do ponto de vista do leitor sobre o andar da história e análise do comportamento dos personagens, mas certamente foi uma experiência muito agradável, ressaltando que o final do livro físico e ebook possuem diferença no desfecho.

#clubedeleitura #leituraconjunta #leianacionais #opassarosecreto #contemporaneonacional #autornacional #mariliaarnaud
fermata.literaria 01/05/2022minha estante
Acabei a leitura e estou me sentindo mega deprimida.


Paulascrap 01/05/2022minha estante
voce leu peli fisico ou ebook ... e pesado mesmo..mexe bem com o psicilogico..procure uma live da autora..muito interessante conversar com ela sobre a obra


Bernal 01/08/2022minha estante
Uau! Fiquei curiosa para saber a diferença nos desfechos. Eu li a versão física.




Pandora 13/06/2021

"O Pássaro Secreto" da Marilia Arnaud é um livro pesado. Ao longo da leitura pensei muito no quanto a adolescência pode, e com frequência é, uma época claustrofóbica da vida. Quando somos adolescentes pode existir um planeta com milhares de culturas e milhões de habitantes, mas se nossa experiência se reduz aos espaços da casa e da escola e nossas pessoas são apenas a família e os colegas de sala reunidos pela força do acaso e das condições da nossa classe social o mundo todo fica pequeno, o plural se torna singular, as nossas perspectivas não conseguem se esticar para se ampliar, a vida pode se tornar muito claustrofóbica.

Não por acaso há quem viva a experiência de ser adolescente e há quem sobreviva a essa experiência. Independente de qualquer coisa, espera-se, no ritmo alucinante do capitalismo, que acordemos da adolescência adultos funcionais, aptos a estudar, trabalhar, acumular bens e capital, produzir, andar, falar, socializar. Sabemos que muitas e muitos de nós não conseguem seguir nessa trilha, há quem fique pelos caminhos, quem chegue depois, quem não se torna funcional nem com todo esforço da psicologia e psiquiatria pós-moderna.

Para nossa vergonha, é um tabu imenso falar sobre essas pessoas e dos fatores que arrastam elas ou para abismos nos quais desabam ou as solidões nas quais habitam. Na maior parte do tempo ignoramos o sofrimento psíquico e quando falamos dele fazemos isso aos sussurros. Existe toda uma estrutura de opressões, machismo, capitalismo, homofobia, racismo, patriarcalismo nos desestruturando continuamente, mas é tabu trazer ao sol essa desestrutura. Na maior parte do tempo seguimos como se nada houvesse, tivesse sido ou venha a ser até o ponto no qual alguém, seja lá por qual motivo, fala e é uma explosão de sensações com as quais é até difícil lidar.

Em "O Pássaro Secreto", Marilia Arnaud conta a história de como se supera a claustrofóbica experiência de adolescer em nosso tempo, de como se entra em colapso e se perde o rumo de forma QUASE definitiva. A voz que nos conta essa história é a da Aglaia, filha mais velha de um casal composto por uma professora universitária e um ator de sucesso. Ela recebe esse nome saído da mitologia grega em homenagem as Três Graças, filhas de Zeus com Eurínome e esse é o primeiro dos muitos elementos que constroem o mal estar no qual a protagonista habita.


O pai é o sol em torno do qual toda a casa gira, um homem egocêntrico e egoísta, extremamente carismático, consegue ser fisicamente presente e ao mesmo tempo ausente, se esquivando dos compromissos da paternidade com habilidade incomparável. Absurda a Aglaia a forma como sua mãe, mulher inteligente e bonita, não só se deixa ofuscar pelo marido como aceita carregar sozinha a maior parte dos pesos da vida doméstica, das despesas aos pormenores do cotidiano. A formação familiar burguesa tradicional com o pai sendo tão ausente quanto é possível ser e mãe se deixando apagar pelo peso das responsabilidades cotidianas.

A família soma-se a escola, território no qual o corpo da Aglaia que não se encaixa no padrão de beleza e magreza esperando sendo assim recebido com toda violência da gordofobia. Se os adultos tem seus pudores, as crianças não tem e lá vai mais peso. Fui a criança que passou toda a infância e adolescência estudando em uma escola publica sucateada olhando para as escolas particulares do Recife com olhos românticos imaginando o quão felizes eram aquelas crianças que gozavam do uso de toda aquela infraestrutura. Me absurda grandemente descobri as negligências, falta de tato e violências escondidas naquelas paredes. Me choca a hipocrisia da brancolândia de classe média brasileira. Agem como se seu mundo fosse perfeito, luminoso, higienizado, mas tanta coisa má ocorre em ambientes higienizados, a brancura como sinônimo de pureza esconde muita atrocidade.

A Aglaia não é simpática, atlética, magra, dócil ou fácil. Ela é combativa, sincera, muito impiedosa na forma como expõe as hipocrisias e pequenas misérias cotidianas, pela falta de pudor e por não poupar o leitor de suas próprias características pouco doces ou suaves seria fácil antagonizar com ela SE ela não fosse tão sincera. Aglaia me lembra o "Poema em Linha Reta" de Fernando Pessoa Álvaro de Campos.
"Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia
Não, são todos o ideal, se os oiço e me falam
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil
Ó príncipes, meus irmãos"
Ela não é uma princesa e nos conta os seus atos ridículos, seus enxovalhos, confessa uma infâmia, uma covardia, nos diz quando e como foi vil. Não tem muito piedade para consigo, nem para com os para com os outro. Narradora implacável dos pecados grandes e pequenos. Narrado em primeira pessoa o livro caminha tenso, pesado... os poucos momentos de leveza acontecem apenas quando a protagonista sai da rotina CASA/ESCOLA e vai passar períodos no sitio da Avó Sarita. A natureza, o sol, a vida no campo e o amor incondicional e franco da avó trazem frescor, beleza e ar aos pulmões da protagonista são um alivio.
"O amor é o mais alto grau da inteligência humana..."
(Deus e o Diabo na terra do Sol, Canção de Djonga e Filipe Ret)
Nada como uma história de colapso para por em evidência os incômodos da nossa existência em sociedade. É fácil julgar a Aglaia, difícil é ser a Aglaia existindo em um mundo pequeno e limitado, se equilibrando no desconforto cotidiano, entre a escola a família, até seu interesse romântico da adolescência é um primo. Mesmo os livros, potenciais fatores de alargamento do horizonte, apequenam o horizonte dela, pois são os livros do pai, clássicos da literatura escritos em sua maioria por homens brancos.

Apesar da distância imposta pela classe social, a Aglaia foi uma criança de classe média e eu uma criança favelada, foi difícil para mim não ter empatia com ela e não me identificar, meu mundo adolescente também era pequeno feito de casa, escola, igreja); meu pai era o sol e as vezes também a sombra desse mundo; minha mãe se apequenava diante dele; também comi minha cota de bullying; até minhas leituras batem com as dela. Me distanciei da tragédia pela franqueza e constância da minha mãe e por ter facilidade de fazer amizades com pessoas da minha idade e mais velhas. Quando as estruturas me desestruturavam a cumplicidade de minha mãe e amigas me estruturavam, fui sobrevivendo assim.

Quando falta algo para nos estruturar é fácil cair. É preciso ser muito prepotente para não percebe o quão frágil é o edifício da nossa sanidade. Qual é a pedra angular responsável por nos manter funcionais, donas e donos de nossa consciência? Quando as nossas relações sociais e afetivas se somam as estruturas sociais só tiram e tiram de nós como nos manter inteiras? E quando não estamos mais inteiras é possível seguir?

Eu não sei, mas suspeito: há coisas para as quais não há conserto, mas é possível torres tortas resistirem ao tempo e se manterem integrando a paisagem urbanas. Tem uma amoreira no nosso jardim, meu pai implica com ela e ameaça cortar, para ele não cortar meu irmão poda e continuamos regando. Quando a gente menos espera ela renasce. Uma amoreira com espirito de Fênix!



Se esse livro fosse escrito por um homem provavelmente a narradora, não-princesa, vilã dramática, talvez não vivesse o fim de seu colapso, no entanto esse é um livro de autoria feminina e, se o final não pode ser considerado feliz, a vida continua após o caos.

"O Pássaro Secreto" da Marilia Arnaud foi o livro campeão do “Prêmio Kindle de Literatura", em consequência disso acabou chegando às minhas mãos em maio como publicação do Clube TAG.

site: https://elfpandora.blogspot.com/2021/06/o-passaro-secreto-de-marilia-arnaud.html
Paula 18/06/2021minha estante
Que sensacional! Obrigada por me fazer sentir que me expressei a respeito. Quero te dar um abraço bem forte!


Pandora 19/06/2021minha estante
Obrigada




Marques60 30/06/2021

Profundo!
O livro é forte e profundo. A forma com que a alma, a essência da personagem principal é exposta é um pouco perturbador. A história me prendeu e isso fez com que a leitura fosse rápida e fluida. Não gostei muito do final, mas a experiência de ler o livro vale muito a pena.
Everton.Tolfo 03/07/2021minha estante
Não te parece lembrar a vida real?


Marques60 03/07/2021minha estante
Sem dúvida!




Gláucia 13/06/2021

O Pássaro Secreto - Marilia Arnaud
Surpreendentemente a nota; convenceu muita gente.
Geórgea 15/06/2021minha estante
Nota zero? Uau.


Gláucia 15/06/2021minha estante
Esqueci de avaliar, mas dei nota 1.




Alice Braga 28/02/2022

Não mereceu o prémio kindle
"As histórias do meu pai pareciam um bolo no qual eram colocados os ingredientes mais ricos, mas que não cresciam porque o fermento fora esquecido. Faltava-lhes a verdade, a verdade do coração de quem conta"

Frase retirada do livro, faz juz ao que li. Livro muito ruim, personagem que deveria cativar, mas que não consegue nos dar empatia e sim ódio. Acho que a autora usou um tema em destaque, a depressão, mas não soube explorar, não soube criar um personagem que cativasse o leitor e o fizesse ficar do lado dela. Foi difícil ler, e não pelo tema pesado, mas sim porque estava chato mesmo, dando ranço da menina que só sabia odiar e se sabotar. A escrita do livro foi confusa, misturando momentos distintos no mesmo capítulo, indo e voltando nas coisas, sem nos mostrar uma cronologia mais precisa para conseguirmos entender os sentimentos da personagem. As citações de livros, versos, musicas, falas em francês também não ajudaram, pareceu mais uma tentativa de fazer o livro ser mais validado como intelectual. E como dizem " nada é tão ruim que não possa piorar", o final terminou de matar o livro. Tantas possibilidades e o final foi ridículo, tentativa de ser trágico, mas me deixou foi com mais raiva. Só terminei a leitura porque fazia parte de um clube do livro e não gosto de abandonar os livros.
Thaís Furlan 23/04/2022minha estante
Ia ler e desisti. Obrigada pela narrativa, pois tenho a impressão de que ia odiar as mesmas coisas que você odiou e já me poupei da perda de tempo, pois Já fiquei com raiva do livro ?


fermata.literaria 01/05/2022minha estante
Estou em 79% e empurrando com barriga. Descrições totalmente desnecessárias e sem contexto. Parece q só pra encher linguiça.




Thaiza.Vianna 05/05/2023

Um brinde à literatura nacional
Uau! Perturbador, triste, denso, visceral e extremamente reflexivo!
Esse livro é um mergulho em apnéia por uma mente humana que carrega e transborda diversos transtornos, e que acompanhamos nos mínimos detalhes.
A protagonista Aglaia Negromonte narra em primeira pessoa a história de sua adolescência: sua dificuldade em se encaixar socialmente, sua vontade de ser vista por seus pais, a relação com seus irmãos e o carinho encontrado na companhia de sua avó. E o seu mundo, que já era pequeno e cheio de defeitos, desaba quando eles recebem em casa uma irmã, fruto de um caso extraconjugal, que até então era do conhecimento apenas de seu pai.

Com certeza um livro que não agrada a todos, com capítulos longos, muitas referências de livros, autores, músicos e artistas, e sua escrita como num monólogo, onde não temos a leveza de diálogos, precisamos nos conectar por completo com Aglaia para entender suas lamúrias e compreender o estopim que engatilha seus atos.

Eu comecei o livro esperando nada e ele me entregou tudo. Impecável a construção da protagonista. Lindíssima narrativa com uma grande carga lírica, com uma linguagem bem poética. A associação entre o desfecho do livro e os capítulos curtos, e também o por quê foi feito dessa forma foi a cereja do bolo.

Um brinde à literatura brasileira! À Marilia Arnaud
Soliguetti 06/05/2023minha estante
Vou precisar ler mesmo, hein! Vou tentar encaixar na meta desse ano! :D


Thaiza.Vianna 06/05/2023minha estante
Por favor!!! Estou super curiosa pra ver seu parecer. Acho que esse é um ama ou odeia!!!




Michelle 07/05/2021

Senti uma conexão enorme com a protagonista. Várias situações narradas por ela calaram fundo nas minhas lembranças. É um livro profundo, doloroso, triste. A leitura me apresentou inúmeros gatilhos. Apesar dos gatilhos, adorei o livro. Devia ter lido nesse momento? Não.
Micaelly.Santos 10/05/2021minha estante
Devia ter lido nesse momento? Não mesmo kkkkk é isso


Michelle 10/05/2021minha estante
??




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letAcia550 29/05/2021minha estante
uma pena esse esteriótipo de "pessoa louca" ainda existir e ser retratado em mídias até hoje :(




Milena300 21/03/2021

Ainda continua estranho mas, lendo umas outras resenhas, eu vi que era essa a intenção mesmo de mostrar como é "estranho" a fase e tudo pelo que Aglaia passou. Mesmo que ela tenha feito coisas cruéis demais.

Antes eu nunca tinha notado nenhum romance que possa ter sido tão poético quanto 'O pássaro secreto'. Fiquei tocada como a Marília Aurnaud tem o dom de: mesmo que a história te desperte um sentimento esquisito seja tão bonito se ler.
Acredito que eu possa compreender sua grandiosidade numa nem futura releitura.
Eu recomendaria a leitura com calma, ir reconhecer como cada personagem é bem construído, com o desenrolar da história, passar por tudo que a protagonista passou...

'O pássaro secreto' não merece menos que 4?. É mesmo muito bom, principalmente para ser discutido em um clube de leitura.

Valeu o prêmio kindle de leitura pra autora ?
Milena300 21/03/2021minha estante
numa futura releitura*




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