Milla 18/12/2012www.amorporclassico.comEntão, este é o terceiro livro do John Boyne que leio e, apesar de estar cheia de expectativas, não sabia muito bem o que encontraria.
Narrado em primeira pessoa, por Géorgui Jachmenev, que está assistindo sua esposa Zoia perecer sob um câncer, O palácio de inverno fala sobre a trajetória do personagem, sua infância pobre, seu ato heroico que o levou à morar com a família real russa, sua vida ao lado da esposa na Inglaterra e, por fim, as dificuldades que agora enfrenta.
O livro intercala fases da vida do personagem narrador como se ele contasse suas lembranças de fatos aleatórios e depois buscasse uni-los, mas tudo isso de uma forma muito bem construída.
Este é o segundo romance histórico que tenho a oportunidade de conhecer em 2012, baseados em pesquisas dos autores. Durante esta leitura, sentia desejo de pesquisar um pouco, estudar. Mais uma maravilhosa aulade história sobre autocracia e Revolução Russa.
Quando Géorgui era pequeno, sofria com a fome e o desprezo de seu pai. Até que o um dia o primo do czar sofreu um atentado ao visitar sua pequena aldeia e Géorgui o salvou. Pelo ato de bravura, ele foi levado para o Palácio de Inverno a fim de ser o guarda-costas pessoal do intocável filho mais novo do czar.
Ao sair da Rússia e exilou-se em Paris, ondetrabalhou como vendedor numa livraria. Foi nesta época que casou-se com Zoia e fizeram dois amigos, Sophie e Leo. Mas quando Leo morre, eles partem para a Inglaterra.
Já instalados na Inglaterra, acompanhamos seu emprego como bibliotecário, as dificuldades do casamento com Zoia, que se acha uma amaldiçoada, e a dor de ter perdido a única filha cedo. Zoia, ao descobrir seu câncer já em estado avançado, optou por sucumbir à doença e Géorgui fica completamente desnorteado. Acredito que seja o medo que está enfrentando que o faz lançar um olhar ao passado sem, entretanto, se prender a uma cronologia.
Géorgui mistura estes três momentos, fala sobre sua vida ao lado da família imperial russa, a riqueza e o luxo que viviam até que a revolução bolchevique extingue o título do czar, o apreço que sente pelo czavériche, seu protegido e a paixão por Anastásia, a mais nova entre as filhas do czar.
Depois ele fala sobre Zoia, a cerimônia do casamento, as dificuldades por causa dos traumas dela, o medo de serem descobertos em Paris ou Londres.
Os abortos espontâneos, a tão sonhada gravidez, a morte da filha e tantas outras histórias que oscilam entre fatos reais e imaginação do autor de uma forma muito bem entremeada buscando unir os dois momentos mais importantes da vida de Géorgui: o momento que conheceu Zoia e o momento em que a perde.
Recomendo imensamente e principalmente para os amantes de história!
Sinto que minha Leitura Crítica não correspondeu ao mínimo do que o livro transmite e fico muito mal por isso, mas quero registrar que adorei.
Enfim, após ter lido O menino do pijama listrado, O garoto no convés e O palácio de inverno, fica aquela dúvida: qual o melhor? e minha resposta é: ?????