zoni 26/07/2020
Não tive uma experiência muito boa com esses super heróis, acho que faltou um pouco mais de originalidade e criatividade para compor personagens que deveriam ser profundos como a autora faz parecer...
E foi grande a minha decepção com esse livro, nem mesmo a tradução incrível da Regiane Winarski conseguiu me fazer ignorar todos os problemas que encontrei durante a leitura. Eu tenho minhas dúvidas se o problema estava em mim, mas a leitura não rendeu, definitivamente não consegui comprar as ideias que a Marissa Meyer resolveu contar por aqui. Ela criou um grupo de pessoas com super poderes que geram um grande colapso na sociedade, que geram pânico e tudo para de funcionar, não existe lei, ou melhor, não existe uma lei que proteja o povo, e os chamados prodígios mandam e desmandam gerando um enorme caos, fazendo as pessoas temerem e instaurando uma conduta onde só sobrevivem os mais fortes. Em meio aos caos surge um novo grupo conhecido como os renegados, que promete trazer de volta a paz, e tentar implantar um regime mais pacífico dessa vez, mas é claro que o grupo anterior, os anarquistas, não iria deixar isso acontecer tão fácil. E é então que surge a nossa primeira protagonista, a Nova, que tem como missão, ela deve se infiltrar no grupo dos renegados e os destruir lá de dentro. E até aí eu pensei que seria um muito bom e que me ganharia logo de início, eu estava errado nisso.
Não consegui comprar as motivações dos personagens que são horríveis, era tudo muito conveniente para o andamento da trama, nada nesse livro acontece naturalmente. É uma história preguiçosa, com um grande número de personagens que acabam ficando vazios e sem um background aceitável, eles nem sequer são desenvolvidos além da descrição de seus poderes, o livro não tem clímax, não tem revelações, já que Meyer faz a mesma coisa que fazia em Cinder, ela nos dá todas as verdades e quando os personagens descobrem a gente tem que fingir estar surpreso pra não jogar o livro na parede ou desligar o kindle. E no final eu me peguei tentando entender porque esse livro de fato existia. E eu não quero ser pretensioso nem nada, mas a maioria dos personagens e até mesmo algumas cenas parecem que foram tirados da Marvel, tem umas coisas que não dá pra comparar com todos aqueles super heróis que crescemos lendo ou vendo nas telas nos últimos anos, nada parece original nesse livro, são usados muitos elementos numa busca por originalidade, mas sempre acaba voltando para o mesmo.
O livro tem pontos positivos? Sim, e eu não vou os deixar de lado, preciso comentar sobre o que me chamou mais atenção positivamente, pois não quero ser injusto. Gostei muito de como Marissa se preocupou com representar personagens diversos em sua história, nós temos personagens de raças distintas, incluiu personagem com deficiência, e os meus favoritos são os pais adotivos de Adrian, dois gays perfeitos que poderiam ter mais destaque, que poderiam ser os verdadeiros protagonistas do livro porque Nova não me convence em nada. Adrian também é um amorzinho, às vezes.
É um livro longo, cansativo, arrastado e eu tive a sensação de que pelo menos oitenta porcento dele era só introdução desnecessária, pois nós já entendemos tudo que tinha para ser entendido nos cinco primeiros capítulos. Eu não pretendo continuar lendo essa (trilogia?) foi até um choque saber disso, mas enfim, não pretendo continuar com a história porque o que me foi apresentado aqui não foi suficiente para me prender, a autora se perdeu durante a própria narração, antes mesmo do final ela deixa vários personagens esquecidos no churrasco, partes e até plots importantes da história de lado, e algo me diz que ela não pretende retomar no futuro...
Eu não tive uma experiência legal com esse livro, mas se você teve, brota nos comentários e vamos conversar, vou adorar ler sobre outros pontos de vista.