A Casa Holandesa

A Casa Holandesa Ann Patchett




Resenhas - A Casa Holandesa


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Gramatura Alta 21/10/2020

http://gramaturaalta.com.br/2020/10/20/a-casa-holandesa/
No início da década de 50, Ciryl Conroy, que acaba de ingressar no ramo imobiliário, compra a exuberante Casa Holandesa. Ele deixa para trás a antiga vida de dificuldades e mergulha de cabeça numa vida mais do que confortável. Seria sorte de principiante? Mais uma resenha dupla para vocês!


BRENA
Juntamente com sua esposa e filha, tomam o lugar que um dia foi lar de uma família holandesa. Cada detalhe daquela casa de três andares foi milimetricamente pensado, cada móvel, cada tapete, as cores de cada cortina… Tudo impecável e de bom gosto. Exceto, talvez, pelo rosto dos antigos moradores pintados nos quadros acima da lareira. Mas ele logo contrata um artista para pintar um quadro de sua pequena filha, Maeve, para ocupar um espaço ali também.

Danny, o segundo filho do casal, já nasceu desfrutando dessa vida distinta. Na companhia dos pais e da irmã, com uma babá, Fiona, ou “fofinha“, como as crianças chamavam. Sandy e Jocelyn cuidavam da casa e garantiam que todos ficassem confortáveis.

Danny e Maeve serão criados boa parte da infância pelo pai, depois que são abandonados pela mãe. Cyril sempre frio em relação aos filhos, embora firme quanto à educação, muitas vezes era uma incógnita para eles. Mas as coisas só pioraram quando se casa novamente e a madrasta, Andrea, vem morar na Casa Holandesa com as suas duas filhas. Quando o pai morre, Maeve e Danny ficam sob os cuidados da madrasta, até um dia que ela simplesmente decide expulsá-los.

A CASA HOLANDESA é narrada pelo ponto de vista de Danny no decorrer de cinco décadas. Iremos acompanhar, literalmente, o crescimento dos personagens, como eles encaram a perda dos pais e o fato de Andrea ter herdado tudo que o pai deles construiu. É muito interessante ler sobre esse sentimento compartilhado entre ambos, que os tornou inseparáveis, um amor fraterno tão forte, que emociona o leitor.

Esses saltos no tempo não são dados de forma linear, o personagem conta fatos como se fosse o presente e depois salta um pouco no tempo e narra da mesma forma, mas isso não atrapalha a compreensão.

É um livro que te mantém muito preso, que te faz se apegar aos personagens, mesmo que muitas vezes tenham atitudes ruins. Como um bom drama, desperta muitos sentimentos no leitor. Para mim é ímpar o fato de um livro mostrar as consequências de escolhas e ações, com o decorrer do tempo, lembrando o quão somos frágeis e substituíveis.

A edição desse livro é impecável, a arte da capa é linda e casa muito bem com a história, o livro todo é cheio de detalhes muito bonitos.

Apesar de no início eu ter feito uma leitura mais frenética (parecia Casos de Família), do meio pro final, a autora descreveu muito sobre a família de Danny e isso me fez desacelerar, porém ainda esperava um grande plot twist, mas no final não veio. De qualquer forma, teve um bom desfecho, sem deixar pontas soltas. É um livro que fala o perdão e a misericórdia, família e amizade, lealdade, redenção… Recomendo muito para os fanáticos por drama, e pra quem quer se aventurar mais pelo gênero.

CARLOS
Após a Segunda Guerra Mundial, graças à conjugação de sorte e um investimento fortuito, Cyril Conroy entra no ramo imobiliário, criando um negócio que logo se tornará um império e levará sua família da pobreza a uma vida de opulência. Uma de suas primeiras aquisições é a Casa Holandesa, uma extravagante propriedade no subúrbio da Filadélfia.

Mas ao contrário do desejado, a propriedade não traz a felicidade sonhada, mas uma série de eventos e traições que culminam no afastamento da esposa de Cyril, que vai embora para a Índia com um propósito humanitário, e abandona os dois filhos pequenos, Danny e Maeve, com o pai. As crianças não conseguem compreender o que levou a isso, além de ficarem com um trauma emocional por acharem que a mãe não os ama.

Anos mais tarde, já adolescentes, Danny e Maeve temem pela aproximação de Andrea, uma mulher, mãe de duas meninas, Norma e Bright, que começa a namorar Cyril e que se torna figura cada vez mais constante dentro da Casa Holandesa. Cyril casa com Andrea, mesmo contra à vontade dos filhos, que mantinham uma certa esperança do retorno da mãe.

Não muito depois do casamento, Cyril sofre um ataque cardíaco e falece. A primeira coisa que Andrea faz após o funeral, é expulsar Danny e Maeve da Casa Holandesa, sem qualquer herança, uma vez que o pai havia perdido grande parte da fortuna, apenas com um fundo de estudo que garantia os estudos de Danny até que ele se formasse. Mas Danny e Maeve não se conformam com a traição e mantém uma esperança de reaver o lar que o pai construiu.

A narrativa de A CASA HOLANDESA é feita por Danny, já aos 50 anos de idade, que revê todos os acontecimentos de sua vida e da irmã desde o abandono da mãe. Ele começa pela chegada de Andrea à Casa Holandesa e molda todo o restante como consequência dessa chegada. Mas também retorna aos anos anteriores para explicar, e tentar compreender, a traição do pai com Fiona, a babá de Maeve e dele; a relação com as outras empregadas da casa, Sandy e Jocelyn; as motivações do abandono de sua mãe, de quem não se lembra; e, principalmente, a relação de extremo carinho e amor com Maeve.

Aliás, embora Danny seja o narrador, é Maeve quem detém o monopólio da história. Sua presença e determinação para proteger o irmão, é uma das construções de personagem mais lindas que já li. Com o passar das décadas, acompanhamos como a dedicação que Maeve reserva para Danny, direcionam a vida do irmão, e como essa dedicação tem um preço alto, que relega a vida de Maeve para um segundo plano. Também é emocionante como eles se mantêm fiéis, não apenas como irmãos e amigos, mas também quanto aos traumas que carregam.

Todos os anos, Danny e Maeve retornam à rua onde fica a Casa Holandesa e, dentro do carro, passam momentos apenas observando e conversando sobre o que aconteceu, sobre a forma como foram expulsos, mantendo uma esperança de reaver a morada que o pai comprou para eles. Essas passagens remetem muito ao sentimento do paraíso perdido, onde Adão e Eva são expulsos do Éden e passam a vida toda com o desejo de terem permissão para retornar ao lugar onde achavam que eram felizes. Mas essa obsessão acaba por tomar todo o tempo de vida, impedindo que eles enxerguem as chances de terem a mesma felicidade de outra forma, uma vez que não é o lugar que importa, mas o amor que um sente pelo outro.

Danny até tenta deixar a Casa Holandesa para trás, mas Maeve não. Ela era mais velha quando foram expulsos, ela tinha um sentimento de posse mais profundo que Danny, e ela não consegue deixar para trás a forma como perdeu tudo por causa da madrasta. Não apenas ela e o irmão, mas também Sandy e Jocelyn, que ocupam um lugar importante no afeto dos irmãos e nos acontecimentos que se desenrolam nas décadas seguintes. Esse é outro lado da história que comove, uma vez que as duas empregadas da casa não ocupam apenas um lugar de trabalho, mas de quase família, ainda mais que são testemunhas do que aconteceu desde antes do abandono da mãe dos meninos.

As maiores surpresas da história são reservadas para a parte final, quando a mãe retorna, da forma que retorna, e como cria uma situação, mais de 4 décadas depois, que culmina no reencontro de Danny, Maeve, Andrea e as duas filhas, dentro da Casa Holandesa. E o que encontram, é uma das partes mais tristes da história. Inclusive, é nessa parte que se explica a capa do livro, um retrato pintado de Maeve aos 10 anos de idade e que fica pendurado no centro da Casa Holandesa, onde permanece por todos os anos que a história é contada, por um motivo de encher os olhos de lágrimas.

Aliás, todo o final da história é bem forte, em parte triste, embora com desfechos inevitáveis. Ele é composto por reencontros, por superação, por perdão, por castigo, por redenção, mas para tudo, existe um preço. A relação entre Danny e Maeve é composta por um amor incondicional, e isso emociona muito, principalmente quando a vida intervém. Maeve é apaixonante, me conquistou com uma força que poucos personagens já conseguiram, e ela foi a responsável pelas lágrimas que soltei. A CASA HOLANDESA é um exemplo de como a perda de algo pode afetar nossa vida de forma irreparável, principalmente quando esse algo é um lugar, uma casa, que representa toda a felicidade que se teve, além de deter a promessa de reaver toda a felicidade que se perdeu. Um livro que vou guardar na minha estante como dos mais lindos que já li.

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Maira 09/12/2020

Na história acompanhamos a vida de dois irmãos que foram marcados pelo abandono da mãe e como, apesar de todas as dificuldades, o laço entre eles se tornou ainda maia forte ao decorrer dos anos. Com a partida da mãe, Meave assume, de certa forma, a responsabilidade de ser a figura materna de Danny, cuidando e planejando todos os aspectos de sua vida, mesmo que muitas vezes não levasse em conta os desejos do irmão. Narrada por Danny, fica evidente ao longo dos capítulos que o personagem está contando a história de Maeve e como essa é percebida a partir de sua perspectiva, o que nos faz ficar cada vez mais envolvidos no enredo. Além disso, o livro traz várias questões que nos fazem refletir e avaliarmos quais seriam as nossas decisões frente a situações que os personagens vivenciam. Adorei a escrita da autora e com certeza o livro se tornou um dos preferidos do ano.
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thays 05/02/2022

todo mundo deveria ler esse livro!
É muito mais do que um livro que relata a história de dois irmãos, é sobre perdoar e superar o passado, por mais complicado que seja. A única coisa que não me agradou foram as passagens de tempo, a mudança de passado pra presente e vice versa é bem confusa.

O grande diferencial desse livro é que os acontecimentos não são aquelas coisas absurdas e malucas que deixam qualquer um fascinado, muito pelo contrário, tudo acontece de uma forma tranquila e no desenrolar da história e isso me conquistou.

Os personagens são muito bem desenvolvidos e é impossível não se apegar e sensibilizar pelos seus traumas, por muitas vezes eu queria abraçar a maeve e o danny e dizer que tudo ia ficar bem.

Foi uma leitura INCRÍVEL e estou numa ressaca literária daquelas, não vou conseguir superar essa história tão cedo.
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bobbie 30/07/2021

Memória bloco a bloco.
A Casa Holandesa é um livro tão bem escrito que você vai sentir como se, de fato, ele tivesse sido escrito no começo do século XX, que é quando sua história se inicia, ao invés de no limiar da terceira década do século XXI. Estou falando de ambientação convincente. É um livro que trata da memória sendo construída bloco a bloco, com "blocos surpresa" sendo acrescidos à história aleatoriamente, com a sutileza de um trem desgovernado. Explico: alguns eventos simplesmente surgem sem aviso prévio, embora soem como se tivessem sido anunciados há muito tempo dentro da cronologia da narrativa. A Casa Holandesa é sobre uma família, embora, antes de mais nada, seja sobre a casa que compõe essa família: a casa que define as vidas, atitudes, caráter, decisões, alegrias e tragédias de dois irmãos que, unidos, vão seguir da infância à meia idade para sempre unidos à memória da Casa como gêmeos siameses unidos pelos quadris. Livros que constroem sua narrativa por intermédio da memória, se bem escritos como este, fazem com que eu seja transportado a um tempo imemorial da minha própria vida, como se eu fosse bastante velho e vivesse mergulhado em nostalgia. É uma leitura agridoce, às vezes amarga e triste, que mostra como a vida passa rápido e como lugares têm papel crucial na formação de quem somos. A Casa Holandesa me transportou para a casa onde passei minha infância e juventude, casa que hoje não existe mais, por ter dado lugar a uma casa mais moderna e sólida. Embora eu não tenha crescido na Casa Holandesa, pude viajar à casa onde cresci e isso faz com que este livro tenha um valor especial para mim.
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Caroline 09/09/2022

?
Esse livro tem umas 400 camadas, no mínimo.
É um romance de formação sobre dois irmãos, que crescem na ausência da mãe q os deixou, com um pai emocionalmente ausente e uma madrasta ambígua. Do começo até o meio do livro, mais ou menos, é tudo muito poético e profundo, até que começamos a realmente conhecer os personagens em suas mais diversas camadas.

São personagens extremamente humanos, com momentos bonitos e outros miseráveis. É possível se colocar no lugar de todos eles e se questionar: eu faria dessa forma? O que eu faria diferente?

Em determinado momento da história, conclui que, na minha opiniao de leitora, o narrador é exatamente como o pai que ele nunca conheceu sentimentalmente. E nada me tira essa certeza.
Mas a personagem que mais me intrigou foi a Maeve, a personagem mais desenvolvida da trama e também o elo entre todos, a única constante na história.

É um livro sobre perdão em suas mais diversas formas, sobre recomeçar e enxergar as mesmas coisas por outro ponto de vista: o ponto de vista daquele q amamos. Sobre aquela ideia de que os problemas nos acompanham pra onde quer que a gente vá e que estes lugares são sempre os mesmos, o que muda é o interior de quem os enxerga.

Não é um livro permeado de ação e reviravoltas. É uma trama familiar que flui deliciosamente, com aquele tipo de dor que tem sua beleza. O tipo de livro que cada leitor terá a sua propria experiencia, ninguem lerá o mesmo livro.

Recomendo muito a leitura!
Débora 09/09/2022minha estante
Carol, preciso!!!??????


Débora 09/09/2022minha estante
Amei sua resenha!!!


Caroline 11/09/2022minha estante
Obrigada, Débora! Espero que você goste ?




Nick 02/06/2020

Dispensável
É um livro sobre lembranças e como elas se acumulam e alternam de perspectiva durante a vida. Pra mim faltou carisma dos personagens, não consegui me apegar a ninguém, nem a própria Casa Holandesa. Um livro dispensável que não acrescenta muita coisa na vida de ninguém, amanhã provavelmente já o tenha esquecido.
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Paloma 04/10/2020

oq falar dessa familia que eu bem conheço e amo pakas
que legal (e triste) foi acompanhar toda a trajetoria de vida dessa familia, da qual eu me importava com todos os integrantes, apesar de todas as vezes em que eu discordei de atitudes de todos eles, e dessa casa que me deixou fascinada e que parece minha sem ser. é tudo genuino. simples, sem grandes reviravoltas. é só a historia de uma familia e uma casa, e eu amei
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Mari 15/03/2021

Particularmente histórias envolvendo casas antigas e que podemos acompanhar a vida dos personagens desde a infância me agradam.

Não é uma história com clímax, ou algum segredo a ser desvendado, é sobre a vida. Sobre perdão, reencontros, perdas...

Uma leitura muito agradável!
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Maria Camila 04/07/2021

Bom, mas nada demais !
Não sei se pelo gênero, mas não achei que o livro me prendeu o tanto que eu gostaria !

Pela repercussão desse livro, esperava algo mais intenso e não foi o que aconteceu comigo!

Livros são assim, o que pra alguém pode ser a virada de chave, pra outra pessoa, pode ser só mais um!

Esse livro gira em torno do drama de uma família na Casa Holandesa, apelidado assim pelo fato de ter sido construída por um casal de holandeses ! Suntuosa e sonho de muitos, a casa se tornou um pesadelo para as gerações que moraram lá!

Final de reviravoltas, mas achei que o drama que originou todo o pesadelo fosse ser mais justificável ! A mãe abandona os filhos para cuidar de pessoas pobres ? Enfim, a leitura flue bem mas esperava mais desse livro !
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raquel 09/07/2021

tinha potencial
até perto do final da segunda parte eu poderia jurar que seria um livro no mínimo 4 estrelas, mas a narrativa tomou um caminho que eu não esperava e que não foi suficiente para o palco que a autora montou.

esse livro é sobre a nostalgia e os fantasmas de um futuro perdido e posteriormente de um futuro esquecido. a escrita é viciante e sinceramente muito agradável sem ser medíocre, além de os personagens serem reais ao ponto de nos conectarmos.
foi uma história que me deixou pensando por muito tempo, ponderando detalhes e observando as vidas que já vi.
gostaria de ter amado, gostaria que atingisse seu potencial.
ainda sim, recomendaria a leitura.
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Bruna 18/07/2021

Não indico ?
Meu estilo preferido de leitura são livros sobre relações familiares, mas nem o tema salvou esta obra. O livro começa a ficar interessante a partir da página 100, mas não se mantém. Por um lado, diversas histórias jogadas, sem profundidade na psique dos personagens. Por outro, muitas passagens que não precisariam estar na obra, tornando a leitura cansativa . Aparentemente, tentou-se traçar a evolução de personagens, no estilo cem anos de solidão e a casa dos espíritos, mas ficou superficial e cansativo?
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Ana Racanelo 26/07/2020

Eu achei uma história muito impactante, que faz você sentir o que os personagens sentiram em cada acontecimento de suas vidas.
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CPF1964 20/10/2021minha estante
Resenha maravilhosa, Caline. Eu gostei deste livro também porém fui menos generoso que você.


CALINE 21/10/2021minha estante
O que não te agradou?


CPF1964 21/10/2021minha estante
Gostei muito do livro. Dei 4,5 estrelas.




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