A mulher ruiva

A mulher ruiva Orhan Pamuk




Resenhas - A mulher ruiva


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Mika 23/01/2021

O começo irrita, mas vale a pena continuar
O começo desse livro foi arrastado demais, me irritou até, mas do meio para o final só melhora.

Enxergo alguns pontos problemáticos nesse livro em relação a figura feminina (puta x santa), a mulher mais velha que seduz o jovem, (na narrativa do personagem principal isso me irritou algumas vezes) mas entendi a proposta do autor ao concluir a leitura.

No mais adorei as reflexões sobre a vida que permeiam a escrita do Pamuk. Também curti conhecer mais sobre mitos, lendas e histórias antigas persas.
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Mel Rasera 24/01/2021

Pontos positivos: a escrita fluída de Orhan Pamuk e os detalhes sobre Istambul (eu conseguia me imaginar andando pela cidade).
Ponto negativo: enredo simplório e muito previsível.
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Tânia 24/01/2021

Conflito entre pais e filhos
Cem Çelik é abandonado pelo pai ainda na juventude, nos anos 80, e se torna aprendiz do Mestre Mahmut, conhecido cavador de poços, em quem encontra uma figura paterna. No seu primeiro trabalho acaba por conhecer a misteriosa mulher ruiva, que dá o título ao romance. Quando um incidente inesperado ocorre, Cem toma uma atitude que pauta o resto de sua vida.
O romance traça diversos paralelos entre os clássicos Édipo Rei (onde Édipo mata seu próprio pai), e Shahnameh (onde Rostam mata seu filho Sohrab) e suas próprias relações com suas figuras paternas.
É um livro fluído, fácil de ler e agradável (embora a primeira metade da parte 2 seja meio arrastada). Mas o final me desagradou, de certa maneira me senti enganada. Ainda assim gostei bastante do livro e recomendo a leitura.
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Rafael Mussolini 16/05/2024

A mulher ruiva
"A mulher ruiva" do Orhan Pamuk (Companhia das Letras, 2023) conta a história do jovem Cem Çelik, um garoto de classe média que sempre sonhou ser escritor. Após ser abandonado pelo pai, que foi atrás de seus ideais revolucionários, Cem decide mudar de seu local de origem para se tornar aprendiz do mestre Mahmut, um experiente cavador de poços. Enquanto procuram água em um terreno improvável, começam a estabelecer uma relação que, por vezes, preenche o vazio paternal de Cem, inclusive na ambivalência entre amor e ódio. A rotina do garoto acaba sendo alterada, quando ele se depara com a figura de uma mulher a qual ele chama de “a mulher ruiva”. O fascínio de Cem pela mulher beira a obsessão, passará a ditar os seus pensamentos, guiar seus passos e mudará o curso de sua vida.

Enquanto adentram cada vez mais para o fundo da terra, munidos apenas de picareta, pá e balde, Cem e Mahmut vão revelando alguns detalhes de suas histórias de vida. Como Mahmut adora contar histórias nas horas de descanso, Cem se deixa embarcar nas suas narrativas, sempre tentando imaginar a fonte das mesmas e qual a fração que pertence às próprias vivências do velho cavador de poços e quais são fragmentos das muitas histórias que passaram por ele.

"Ouvindo seus vívidos relatos sobre aprendizes descuidados, eu percebia que, em sua mente, o submundo, o mundo dos mortos e as profundezas da terra correspondiam, cada um deles, a partes determinadas e reconhecíveis do céu e do inferno. Segundo ele, quanto mais fundo cavávamos, mais perto chegávamos da esfera de Deus e de Seus anjos – embora a brisa fresca que soprava à meia-noite nos lembrasse que a cúpula azul do céu, com seus milhares de estrelas cintilantes, devia ser encontrada na direção oposta."

Orhan Pamuk concebeu uma história que encanta por suas diversas camadas. Quando trata da paixão de Cem pela mulher ruiva, ela o faz envolto em toda uma aura de mistério e sensualidade. O garoto Cem olha para a mulher ruiva com olhos de quem vê o próprio segredo da existência. Mesmo que incialmente não saibamos nem mesmo o seu nome, somos conquistados pelo própria idealização e amor que Cem criou pra si.

Uma outra faceta da obra que nos fascina é o trabalho de construção de um poço. A história, que se passa no início dos anos 80, em uma Turquia completamente diferente do que é hoje, narra métodos bastante arcaicos para se furar um poço. Mahmut e Cem utilizam de métodos totalmente manuais. No esforço de subir e descer o balde com toda a terra, pedras e demais fragmentos retirados do buraco, acompanhamos também o lapidar de suas próprias vivências. São exatamente nesses momentos de esforço e ações repetidas, que conhecemos a intimidade de Cem e muitas de suas ambições e dores. Pamuk nos insere em um clima que mescla um sentimento de admiração pela capacidade e coragem de descer vinte metros na terra de forma braçal, com o medo sempre eminente do soterramento total.

Para além disso, o autor trabalha muito bem ao mesclar em seu texto algumas referências a histórias clássicas e que dizem muito sobre os personagens. Cem é fissurado pelo mito de Édipo Rei. Um dos pontos de virada da narrativa é quando Mahmut quebra a rotina ao pedir Cem para contar uma história em seu lugar. Cem narra a história de Édipo Rei, do filho que mata o pai por engano e desposa, sem saber, com a própria mãe. O acesso a história do herói grego abre uma fenda na relação do jovem e do aprendiz.

A curiosidade de Cem pela história de Édipo Rei do Sófocles o leva a conhecer um outro conto épico de proporções e temática semelhantes: a história de Rostam e Sohrab, que faz parte do épico persa Shahnameh do século X, do poeta Ferdowsi. Ele seria uma espécie de anti-Édipo, onde o pai acaba por matar o próprio filho sem saber sua verdadeira identidade. Em ambas as histórias os heróis precisam lidar posteriormente com o grande sofrimento de terem aniquilado um parente próximo e as consequências desse ato.

A predileção de Cem, pelas trágicas histórias dos heróis gregos e persas, faz todo o sentido quando olhamos para seu histórico familiar e mais detidamente para sua relação com o próprio pai. “A mulher ruiva” é um livro que explora diversas minúcias que envolvem a paternidade.

"Recuando um pouco para examinar o assunto racionalmente, eu conseguia entender o que havia de tão familiar na história de Sohrab e Rostam e sua semelhança com a história de Édipo. Na verdade, havia paralelos surpreendentes entre a vida de Édipo e a de Sohrab. Mas havia também uma diferença fundamental: Édipo matou o pai, ao passo que Sohrab foi morto pelo pai. Uma história é de parricídio, a outra, de filicídio."

Cem Çelik foi duramente marcado pela ausência paterna. Mais do que ele mesmo percebe. Todos os seus passos após o abandono do pai, foram, ainda que inconscientemente, uma forma de obter respostas e preencher o vazio.

"Parece que todos nós desejaríamos ter um pai forte e decidido nos dizendo o que fazer e o que não fazer. Será que esse desejo nasce da dificuldade de distinguir o que devemos do que não devemos fazer, o que é certo do que é errado? Ou se deve ao fato de precisarmos o tempo todo nos convencer de que somos inocentes e não pecadores? A necessidade de um pai existe sempre ou nós a sentimos apenas quando estamos confusos ou angustiados, quando nosso mundo está vindo abaixo?"

Pamuk faz reflexões profundas sobre a complexidade das relações humanas e o impacto do abandono. Colocar o personagem abandonado, cheio de dúvidas e questões existenciais para cavar um poço, é algo que apenas um escritor com a genialidade de Pamuk poderia conceber.

site: https://rafamussolini.blogspot.com/2024/02/a-mulher-ruiva-do-orhan-pamuk.html
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Carla 29/01/2021

Viciante
A mulher ruiva é aquele tipo de livro que a gente gosta pela narrativa, e de repente, percebe a genialidade da história.
Definitivamente um ótimo livro, com uma edição impecável da TAG.
Certamente recomendo.
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Eliana158 29/01/2021

Um livro sobre mitos
Orhan Pamuk tece uma história baseada em mitos, literatura antiga e psicanálise, descrevendo a quase sempre dolorosa relação entre pais e filhos. Gostei mas talvez não tenha me conectado com a narrativa como gostaria.
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Nath 18/04/2021

Muito bom
Eu achei um livro muito bom, muito inteligente. Uma história que nunca imaginei ler, viajei para um lugar que jamais tinha imaginado, que dou Istambul. Eu achei sensacional a integração que o livro teve com os mitos. Adorei ele, mesmo com o começo meio chatinho, o final achei meio parado, mas eu adorei o livro. Recomendo demais.
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Valerya insta @leslivres_ 04/02/2021

Destino?
"Se a gente age como se nada tivesse acontecido e como se não fosse haver nenhuma consequência indesejada, termina por achar que afinal de contas nada aconteceu. " (pág. 133)
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soutatyrs 04/02/2021

A mulher ruiva
Não sabemos o seu nome, mas apenas que ela escolheu ser ruiva, o mito de Édipo e de Sohrab e seu inevitável cumprimento do destino fazem parte desse livro! Vale a leitura!
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Wanessa_Gabriela 10/10/2021

Me arrastei por 5 meses nessa leitura
Terminei com a sensação de: MAIS O QUE? MINHA GENTEEEEEE? e se falar mais que isso, já é spoiler. Só leiam!
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Robert125 22/02/2021

Geografia urbana condensada em uma literatura de qualidade.
Esse é meu primeiro contato com o "Nobel de Literatura" Orhan Pamuk e uma obra turca, e só posso dizer que amei. Desde a construção da estória (que parece confusa no primeiro contato) até às correlações feitas com clássicos da literatura ocidental e oriental.

Talvez, o mais importante na minha visão de geógrafo, tenha sido a forma como Pamuk colocou na trama as modificações que ocorreram ao longo de três décadas em Istambul, seja no âmbito urbano ou social, tornando-se um prato cheio para quem é amante das teorias de Geografia Urbana.

É um livro intrigante e que vale a pena a leitura!
Luly @projetocabeceira 22/02/2021minha estante
Gostei muito desse livro e nem esperava, fui na expectativa por conta do Nobel e não me decepcionei


Robert125 23/02/2021minha estante
Sim, Luly! Ele é muito bom em diversos aspectos e pode ser feitas muitas análises.




Larissa 26/02/2021

A vida influenciada pelos mitos
O livro nos conta uma triste história de abandono e de como os mitos e crenças podem acabar moldando a vida real.
Cem Celik, um adolescente precisa de dinheiro para estudar, depois do o pai ter abandonado a família, e então começa se torna aprendiz de um escavador de poços.
Começa a ver o seu mestre como uma figura paterna, já que sente tanta falta de uma. Durante seu tempo cavando poços Cem conhece a Mulher Ruiva, acontecimento que terá consequências mais à frente em sua vida.
Reviravoltas e tragédias acontecem, o que faz com que Cem volte ao seu plano de estudar! Com isso ele passa a ter uma vida bem sucedida e feliz, amorosamente e profissionalmente, mas a falta de um pai e de um filho continuam marcando a sua vida... Junto com a importância que ele dá aos mitos de Édipo (parricídio) e Sohrab (filicídio).
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