spoiler visualizarLucy 01/01/2024
Pensei que seria ruim, mas consegue ser pior.
Quando vemos um livro que diz ser "sensação do Tik Tok", já podemos esperar um conteúdo no mínimo duvidoso provindo da dita obra. Como é de se imaginar, não foi diferente com esse livro. Entretanto, essa bomba nuclear vibes Hiroshima e Nagasaki, consegue ser bem pior do que eu imaginava. Ficando (honradamente) no pódio de "obras que objetificam mulheres, mas que são aclamadas por mulheres".
Esse foi o meu primeiro contato (e provavelmente o último) com a escritora Kennedy, portanto fico na dúvida se sua escrita é realmente amadora (nível garota de 13 anos que escreve dark romance no wattpad) ou tivemos um problema no processo de tradução aqui no Brasil. No entanto, prefiro confiar que a Débora Isidoro fez um bom trabalho, ou melhor, fez o máximo possível para tentar não deixar os diálogos e as descrições tão superficiais, asquerosos e mal feitos iguais os personagens desse livro.
Mas tenho que dizer o quanto os termos usados me fizeram rir lendo esse livro, principalmente nas cenas de sexo que me fizeram dar altas gargalhadas de vergonha alheia. Não só isso, se quiser ler esse fragmento de chernobyl, prepare-se para inúmeras vezes que termos pejorativos para se referir a vagina serão usadas nessa obra. Uma boa parte deles sendo usadas gratuitamente e do nada.
Aproveitando o gancho para os personagens, precisamos falar o nível de superficialidade presente no desenvolvimento de todas as pessoas aqui. Sem contar que todos os personagens masculinos tem um SCRIPT. Eu diria que todos os personagens masculinos são iguais (seus comportamentos, personalidade, falas... tudo), mas fui presenteada com a chegada de Sail. O único personagem masculino que realmente não entra no script do idiota, arrogante, babaca possessivo que só quer saber de comer mulheres ou estupra-las. A graça disso é que a primeira aparição do querido Sail ocorre após 160 PÁGINAS, temos que levar em consideração que isso é um livro de 288 páginas. MAIS DA METADE DO LIVRO!!!! Entretanto, analisando melhor a personalidade desse personagem, levei em consideração que ele fez o MÍNIMO, que e respeitar as personagens femininas. Mas, levando em consideração todos os homens que apareceram no decorrer dessa obra, somos levados para acreditar que ele é O CARA. Mas no meio de tanta merda, ele é ok. (P.s: ele morre alguns capítulos depois da sua aparição).
Com certeza o que irrita na obra nem é os homens, são as PRÓPRIAS MULHERES. Principalmente essa protagonista IMBECIL. Começando com a Síndrome de Estocolmo, ela foi praticamente amaldiçoada (não existe motivo real para a transformação da personagem em ouro, é completamente fútil e infundado) e aprisionada por esse rei de bosta (rei Midas) e mesmo assim ela fica o LIVRO INTEIRO colocando ele em um pedestal. Mas falaremos melhor dessa relação com tempo.
Sem contar os próprios homens imbecis da obra, temos que lidar com mulheres que são imbecis umas com as outras, com personalidades idênticas (SCRIPT?) e isso recaí sobre a própria protagonista, Auren, que consegue ser tão chata, imbecil e antiquada mais que todas as outras. No capítulo inicial é visto ela chamando as outras 'montarias' de vadias por estarem se relacionando com a imundice do rei midas, no entanto, ao decorrer dos capítulos ela se sente extremamente ofendida quando o mesmo termo é usado contra ela (com razão).
O relacionamento do Rei Dimerda com a protagonista consegue ser tão abusivo quanto todo o conjunto de personagens do livro. Em vários trechos ao decorrer da obra é visto a protagonista falando mal do comportamento machista dos homens e como ela odeia certos personagens (como aquele rei gordo lá do começo do livro que esqueci o nome ou o próprio Rei da Podridão, personagem esse que estou começando a gostar e querer que ele acabe COM TUDO e MATE TODO MUNDO DESSE LIVRO). Mas, ela não utiliza ele como exemplo. Como se ele fosse o rei maravilhoso e perfeito, sendo que consegue ser tão lixo de personalidade quanto todos os outros homens juntos. Sendo o culpado por 90% das desgraças que ocorrem com ela. O livro tenta passar ele de bonzinho por diversas vezes, me lembrou muito o que tentam fazer com o Zade (sla o nome) de Assombrando Adeline. Como se ele salvar pessoas do tal tráfico humano, conseguisse aliviar a PODRIDÃO QUE É A PERSONALIDADE DELE. Ele sim é o Rei da Podridão, Podridão de personalidade. Que nojo! As cenas dela sendo submissa e aceitando como um cachorrinho das decisões filhas da putinha dele, enquanto em outras cenas tenta dar uma de feministoda dona de si. ME POUPE! Não vamos entrar no mérito que ela se culpa ou coloca a culpa em si mesma em todas as brigas com esse Rei Imundo. Entre outras problemáticas desse relacionamento que não vou entrar em detalhe em favor da minha PRÓPRIA SAÚDE MENTAL e peço que façam o mesmo evitando ler essa OFENSA à todas as árvores que foram cortadas e usadas para fazer exemplares dessa coisa chamada "livro".
Vejo algumas pessoas falando dos personagens masculinos imundos, mas irei ser ADVOGADA DO DIABO e defender um deles. Digby, o soldado lá protetor dessa protagonista chata do capenga, muitos dizem que ele entra aí nessa classificação. Mas o coitado só tá fazendo o trabalho dele, ela que é extremamente insuportável. Ela se acha muito engraçadona (dito isso em palavras dela mesma), mas é só chata mesmo. "Sou ridicularmente divertida", tirando o termo "divertida", ela é isso mesmo.
Não vou nem entrar no mérito das várias falhas narrativas presentes no livro e como os poderes da protagonista SÓ INVOCAM quando convém ao roteiro. Não seguindo uma lógica e sua utilidade só revela-se quando tudo já foi pro ralo. UAU! Que conveniente, não? Patético.
Sendo sincera, só continuaria lendo a obra para conhecer realmente o Rei da Podridão (Rei esse que só conhecemos por comentários de terceiros no livro). Ah, e tem um feérico. Pra fechar o clichê obrigatório de fantasias de sucesso hoje em dia.
Enfim, já não fui como muitas expectativas por conta que essas fantasias atuais são só cópias mais bem elaboradas (ou não) uma das outras. Mas esse livro demonstrou-se ser o próprio vômito expelido pelo diabo. Gild, uma obra protagonizada por uma mulher que não consegue ser protagonista da sua própria estória, onde personagens secundários conseguem ser mais interessantes que ela, uma mulher que é objetificada e manipulada constantemente por um homem que ela diz amar ela, mas não vejo esse amor em nenhum canto. Rei Midas é uma versão medieval, mística e mais esnobe do Ryan de É Assim que Acaba (outra bomba, mas não vamos entrar no assunto) e a protagonista é sua Lily, uma Lily que ainda não conseguiu fugir do relacionamento abusivo. Não sei se isso muda, se existe uma REAL evolução da personagem nos próximos livros (ao que parece vai ter continuação), mas ao menos no momento não pretendo ler nada que venha das mãos da Raven Kennedy.