spoiler visualizarMarilda 16/02/2022
Opinião e Fragmentos
"Zaza morreu de sua excepcionalidade. (...) Zaza morreu porque tentou ser ela mesma e foi convencida de que essa pretensão era um mal. (...) Zaza não conseguiu 'adaptar-se' - termo sinistro que significa se encaixar no molde pré-fabricado em que nos espera um alvéolo entre outros alvéolos: o que transbordar será comprimido, esmagado, jogado fora como dejeto." (p. 8)
"(...) o privilégio da solidão lhe é recusado." (p. 9)
"Simone de Beauvoir se sente culpada, porque em certo sentido sobreviver é uma culpa." (p. 14)
"Os livros da escola pareciam ainda mais novos que nos outros anos: eram mais grossos, mais bonitos, estalavam sob os dedos, tinham cheiro bom;(...)" (p. 28)
"Quantos anos? Quantas noites? Viver era só aquilo, matar um dia após o outro? Eu ia me entediar assim até a morte?" (p. 29)
"Viver sem ela já não era viver." (p. 29)
"Era considerada paradoxal, irônica, orgulhosa; censuravam nela o espírito de contradição;(...)" (p. 30)
"(...) para Andrée nossa amizade não tinha a mesma importância que para mim, mas eu a admirava demais para sofrer com isso." (p. 32)
"Certa noite, deitada num prado molhado, diante da lua, pensei: 'São pecados!' Mesmo assim, estava firmemente decidida a continuar comendo, lendo, falando, sonhando como bem me desse na cabeça. 'Não acredito em Deus!', pensei. Como acreditar em Deus e escolher deliberadamente desobedecer-lhe? Fiquei atordoada por um momento com essa evidência: eu não acreditava." (p. 39)
"(...) minha cabeça estava cheia de ruídos e trevas." (p. 45)
"(...) sei por experiência própria que há momentos em que nada é capaz de me distrair de mim mesma e nesses casos divertir-me é um verdadeiro suplício." (carta)
"Muitas vezes estou com você apesar da distância. Você sabe disso, mas estou dizendo para ter o prazer de ver minha pena escrever uma verdade tão incontestável." (carta)
"Muitas vezes Andrée dizia cruamente, em voz alta, o que mal formulava em voz baixa." (p. 69)
"(...) não que representasse algum papel, mas simplesmente se punha à altura da necessidade que tinha dele." (p. 76)
"(...) e amor não é desculpa para tudo (...) (p. 78)
"Com que idade a gente tem o direito de achar que é para sempre?" (p. 79)
"(...) ficar calada, no papel, virava mentira." (p.89)
"Você conhece a arte das simplificações." (p. 113)
"Felicidade ou infelicidade é sobretudo uma questão de disposições interiores." (p. 113)