Sobre a terra somos belos por um instante

Sobre a terra somos belos por um instante Ocean Vuong




Resenhas - Sobre a Terra Somos Belos por um Instante


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Mariimagno 11/04/2022

Não esperava nada e entregou muito
É muito diferente de tudo que já li. Ele tem uma profundidade assustadora e não vou mentir que estava esperando um pouco mais nos agradecimentos.
Gostei do fato de não ter um fim, o final é quase como se ainda fosse uma continuidade. Assim como ele meio que não tem começo e fica na vida sendo um meio, um meio complicado de compilados de passado e futuro.

Acho que embora ele tenha feito da obra uma ficção é muito difícil acreditar que tudo aquilo não fez parte da vida dele em algum nível de acontecimento.
Ao invés de falar dos personagens dessa vez vou pontuar alguns acontecimentos.

Saúde mental de mulheres:
Nitidamente uma criança sobrevivendo a duas mulheres com transtornos e com a saúde mental ferrada, mas que ainda assim transitavam entre afeto, educação, exemplo. Ainda que a violência estivesse tão presente na vida deles e principalmente delas.

A Lan é incrivelmente bem construída. A vó que materna, que entende a profundidade dos danos causados não só nela, mas na filha. A guerra que permanece nelas em níveis diferente e passa para ele quase como um código genético. Como os búfalos que correm na mesma direção.

Mulheres e a continuidade da vida:
As mulheres em grande parte do Reino Animal são os seres que preservam, que mantém a continuidade da vida. Diferente de povoar é a manutenção. E ele faz referência a isso o tempo inteiro com as borboletas monarcas. Que assim como Rose e Lan, fogem do inverno. Atravessam o mundo para se manterem vivas.
O peso disso tá na obra inteira. Quando elas, partidas em pedaços ainda fazem seu papel da continuidade, para que ele tenha outras possibilidades.
Mulheres sem a sua plena capacidade e continuam cuidando, dando o seu melhor. É desesperador a solidão dessas mulheres, que muitas vezes se fecham nelas mesmas, (irmãs, tias, mães) um suporte de outras mulheres que conseguem compreender essa complexidade.

Como aprendemos a nos relacionar:
A ambiguidade que ele vivência com a mãe, entre amor e ódio, afeto e violência se propaga para as relações dele. É como ele sabe, é como ele aprendeu a receber amor, atenção com violência. E a relação dele toda com Trevor é uma marca disso. Toda vez que ele fala do Trevor vem a parir de uma ambiguidade, entre bom e ruim. Selvagem e delicadeza. E assim como ele a gente não sabe o que esperar.
Ele começa exatamente assim as narrativas com a mãe dele. Algo afetivo, depois alguma violência.

A parte em que ele não cede, é exatamente quando Trevor o presenteia com prazer. Como se o presenteasse por finamente por um limite entre eles. E acho que é isso que ele faz com a mãe tbm, quando ele manda ela parar de bater nele e ela nunca mais bate.
O limite que é também o dele consigo próprio, o limite da própria existência. Quando já não suporta mais.

O privilégio do esquecimento masculino:
Eu fico sem conseguir acreditar no quanto os homens são agraciados pelo esquecimento. O Paul que casa, assume uma filha, vai embora e se permite nunca mais pensar nisso. Recomeça a vida. É permitido ao homem o esquecimento, o seguir em frente. Se dando conta do quanto estava errado apenas no momento em que Lan morre. Ele pode não ter a responsabilidade da memória. Pra ele a memória é uma escolha. Diferente de Lan e Rose. A memória é a própria vida.
Os homens não são presos pelo passado. As mulheres vivem cercadas pelo passado e uma possibilidade de futuro.

Tem tanta coisa a ser debatida. O sonho americano. O preconceito. A homofobia. Xenofobia. Guerra. Gênero. Esse livro é compilado.
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elle37 09/06/2022

impactante
?Durante todo esse tempo eu disse a mim mesmo que nós nascemos da guerra ? mas eu estava enganado, mãe. Nos nascemos da beleza.
Que ninguém nos tome por frutos da violência ? pois aquela violência, tendo atravessado o fruto, não conseguiu estragá-lo.?

O livro aborda, de maneira poética e não linear e em um formato bem inusitado, diversas situações, como a vida de uma família vietnamita como imigrantes nos Estados Unidos, vícios e a existência e sobrevivência de um garoto homossexual em uma sociedade repleta de preconceitos. É uma leitura bem interessante.
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juliarib_f 08/10/2023

Liberdade: distância entre o caçador e a presa.
Meu favorito da vida. Queria reler inúmeras vezes como se fosse a primeira vez.
"Estou escrevendo para você de dentro de um corpo que era teu. O que é o mesmo que dizer: estou escrevendo como um filho" e "É nesses momentos, perto de você, que eu invejo as palavras por fazerem aquilo que a gente jamais pode fazer - o modo como elas podem dizer tudo sobre si mesmas simplesmente ficando paradas, simplesmente sendo".
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Luísa Lui 19/07/2022

Sobre a terra, somos belos instantes
Temáticas pertinentes - imigração forçada, homossexualidade, dependência química e pobreza. Ainda assim, nao curti o estilo de escrita do autor. Não fez sentido, para mim, constarem alguns relatos no livro, que é carta endereçada à mãe?
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Marie 24/07/2022

ai que depressão
Resumão: O autor escreve uma carta para a mãe analfabeta, contando sua história com ela e a avó traumatizadas pela guerra do Vietnã, e suas respectivas histórias.

Um trecho que gostei: "Estou de novo pensando na beleza, em como algumas coisas são caçadas porque achamos que elas são bonitas. Se, comparada com a história do nosso planeta, uma vida individual é tão curta, um piscar de olhos, como dizem, então ser belo, mesmo que do dia em você nasce até o dia em que você morre, é ser belo apenas por um instante."
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MarcosQz 11/06/2023

"uma vida individual é tão curta, um piscar de olhos..."
Sobre a terra somos belos por um instante é um dos livros mais lindos que já li, é profundo, é intenso, e é verdadeiro.
É uma carta de um filho para uma mãe, vietnamitas vítimas da guerra, vivendo nos EUA, que os levou para longe de seu povo, de sua história.
A carta é a história de uma vida conturbada, confusa, agressiva, violenta de várias formas, mas que ainda é uma história de cuidado de amor entre mãe e filho. Ocean fala com sua mãe através de uma longa carta, uma carta profundamente complexa, dolorosa, lírica, com um jogo de palavras tão bonito que soa poético, lírico.
É uma carta onde tudo é escancarado, o preconceito cultural, racial, linguístico, tudo ao mesmo tempo, sem espaço, com uma violência e brutalidade que somos capazes de entender e visualizar facilmente em nosso dia a dia. No decorrer da páginas Ocean narra seu trabalho na plantação de tabaco, suas lembranças da escola, de sua avó, de avô falso, Paul. Conta com profundo amor e dor sua relação com Trevor, se declarando e se assumindo como é.
A carta segue um fluxo não linear, as lembranças se intercalam numa linda carta em um tom confessional que termina abruptamente, como muitas coisas na vida.
Esse é o tom de sobre a terra somos belos por um instante.
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sofia587 08/09/2022

queria ter o descoberto em outro momento
não tenho um comentário negativo sobre esse aqui. fiquei apaixonada pelo quanto de poesia coube na prosa do Ocean (fun fact: peguei pra ler sem saber do que se tratava, só porque o título parecia um verso mesmo) e pela delicadeza e o respeito com que ele narrou momentos tão banais, não fazendo eles parecerem menos significativos pra construção dos personagens do que todas as camadas de sofrimento que transpassavam as suas vidas, respeitando sempre a complexidade de cada um naquelas páginas. fiquei meio desnorteada em alguns capítulos e depois de ler algumas reviews conclui que esse é um sentimento comum nessa leitura mesmo, mas não foi por isso que tirei meia estrela. acho que se tratando de um livro que simula memórias (algumas bem antigas e algumas até baseadas nas memórias de uma senhora com transtornos mentais) faz sentido que seja confuso em alguns momentos sim. o único motivo que me fez não dar 5 estrelas foi puro erro meu: o livro não me encontrou num momento propício. não sei porque, mas demorei mais de um mês (intercalando com outras leituras) pra terminar uma leitura que poderia ser feita facilmente em um ou dois dias. ter lido tão parcelado atrapalhou um pouco a minha experiência com a leitura, penso que se essas reflexões fossem trazidas à tona de uma vez só seriam mais impactantes pra mim. mesmo assim, é um livro que eu grifei muita coisa e que
indico de olhos fechados.
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Beatriz 19/04/2023

Um filho escrevendo uma carta para sua mãe, uma carta que nunca será lida, uma vez que ela não sabe ler, por isso ele pode se despir em palavras, deixar a caneta fluir levando toda a sinceridade de seu coração, toda angústia, todo medo, toda felicidade que já viveu, a dor da guerra, a dor da xenofobia, a dor da droga, a dor do preconceito, a dor do luto. Um livro muito delicado, valioso, que desperta diversos sentimentos em quem está lendo.
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Laura.Roberta 09/11/2022

Levei quase um ano pra terminar esse livro (literalmente, comecei em março e só terminei agora em novembro). No começo a escrita me fascinou, perdi a conta de quantas citações eu destaquei e quantas ressoaram com os meus próprios sentimentos. Entretanto, lá pela terceira parte do livro, a escrita poética começou a ficar maçante e não mais me interessava. Por ser autobiográfico, não vou comentar sobre a história, em si, porque foram experiências do próprio autor que não me dizem respeito. Mas enfim, apesar de ser curto, foi difícil de ler e eu só terminei porque peguei o audiobook.
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João 15/11/2022

?In Vietnamese, the word for missing someone and remembering them is the same: nh?. Sometimes, when you ask me over the phone, Có nh? me? không? I flinch, thinking you meant, Do you remember me?

I miss you more than I remember you.?
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lAvia494 23/11/2022

"Em um mundo infinito como o nosso, o olhar é um ato singular: olhar para algo é preencher toda a minha vida com aquilo, ainda que brevemente."
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Olgashion 23/07/2023

História de uma família vietnamita saída fugida da guerra e o ponto de vista do filho que se descobre homossexual junto com um companheiro de trabalho de verão. E nessa descoberta ele escreve cartas pra mãe pra se entender e com ela
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Lurdes 24/12/2022

O título poético já entrega o quanto de bonito e sensível é este livro.

A narrativa vem em forma de carta do protagonista à sua mãe, onde ele compartilha seus medos, anseios, descobertas.

Sua mãe, Rose, é filha de uma vietnamita e de um ex soldado americano. Praticamente não fala inglês e é analfabeta e, portanto, nunca vai chegar a ler a carta de seu filho.
A impossibilidade de leitura é libertadora e é para se libertar que ele escreve.

Vamos conhecer também, e nos apaixonar, por Lan, sua avó, que além de esquizofrênica, sofre de stress pós traumático devido à Guerra.
Lan o apelidou de Cachorrinho como forma de protegê-lo dos maus espíritos.

São muitas as dificuldades enfrentadas por esta pequena família. Desde o subemprego da mãe como manicure, a doença da avó, o preconceito geral que enfrentam por serem imigrantes (que no caso da avó e da mãe, sequer conseguem falar inglês).
Tampouco se sentiriam acolhidos no Vietnã, onde sua avó era condenada por ter se casado com um soldado americano.

Além de todas as dificuldades, Cachorrinho quer poder expor sua homossexualidade, ser aceito e ser amado. Através da relação com Trevor ele vai conhecer o desejo, o amor e o prazer.

"Eu fui visto ?eu que raras vezes tinha sido visto por alguém. Eu que aprendi a ser invisível para ficar em segurança..."

A narrativa tem saltos temporais conforme as lembranças vão sendo contadas na carta/livro.

Se em um primeiro momento fiquei com receio de o formato "carta" se tornar tedioso, foi só um receio bobo mesmo.

O autor vai nos conduzindo com muita sensibilidade e delicadeza pelas suas mais íntimas e queridas lembranças.

Um livro que superou todas as minhas expectativas.
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wileninha 26/12/2022

horrivel
meu deus que livro ruim. a premissa da história eh muito boa e por isso me interessei por ler, mas lá pela metade do livro o autor se perde muito nos pensamentos, não entendi nada com nada do fluxo de ideias dele, a escrita do nada fica muito poética nao da pra entender a cronologia das coisas meu DEUS horrivel.
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