Na casa dos sonhos

Na casa dos sonhos Carmen Maria Machado
Carmen Maria Machado




Resenhas - Na casa dos sonhos


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Thais645 04/05/2022

Achei esse livro insuportável. A autora até que teve boas intenções, mas as divisões dos capítulos, que coisa medonha, parecem títulos de redação adolescente. Queimei a retina.
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yomaeli 30/05/2021

"Aquilo que me nomeia, me quebra."
"A Casa dos Sonhos nunca foi apenas a Casa dos Sonhos. Ela era, de acordo com a ocasião, um convento de esperança [...], um antro de depravação, [...] uma prisão [...] e, por fim, uma masmorra da memória."

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O livro me pegou pela ilustração da capa BR. Alguém tão grandioso para uma casa tão pequena.

Carmen, bi, faz da obra um grande relato do relacionamento abusivo que teve com uma mulher, a qual simbolicamente representava uma casa - que com o tempo mudou as cores da parede, teve rachaduras e desmoronou.

É doloroso ler alguns relatos, não por conter violência gráfica, mas por ter tantas violências psicológicas e serem gradativamente sufocantes e revoltantes. Com o tempo a prisão psicológica que a ex criou foi tirando de Carmen sua força, deixando-a desconfiada de seus próprios desejos, atitudes e percepções.

A mulher da Casa dos Sonhos era, no começo, sinônimo de liberdade, não-monogamia, aventura e libertação sexual, que aos poucos foi demonstrando ações abusivas, invasivas e manipulativas. Acabei exercitando me colocar na situação e refletir: Será que algum dia eu já estive nessa posição também? - seja como vítima ou como o outro lado. A autora mexe com a nossa empatia, nos coloca na sua vida e narra sobre como as relações entre mulheres, ou qualquer outra relação que fuja dos moldes heteronormativas, acabam tendo essas violências jogadas para debaixo do tapete e subestimadas pelas pessoas.

Além de contar suas experiências com essa mulher e essa jornada que foi do céu ao inferno, usa de elementos da literatura, linguística, do cinema e de críticas sociais para criar reflexões potentes sobre a comunidade lgbt, a representatividade e representação lgbt na mídia, a construção da violência simbólica e psicológica nas relações, além de contar também sua realidade e os estigmas sofridos enquanto uma mulher gorda.

Com capítulos curtos, a leitura não é para ser feita sem moderação. As doses homeopáticas são necessárias para compreendermos todas raízes da relação abusiva e assim, mais tarde, entendermos também as marcas que ficaram.
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nadia 18/03/2022

Se você precisa deste livro, ele é pra você.
"Nesse sentido, a Casa dos Sonhos era uma casa mal-assombrada. Você era a moradora repentina e desprevenida de um lugar em que coisas ruins haviam acontecido. E um dia, na sala de estar, lhe ocorre que você é o fantasma dessa casa: é você quem vaga de cômodo em cômodo sem propósito nenhum, olhando boquiaberta para as caixas de mudança que nunca foram abertas, sem saber exatamente o que fazer. Afinal de contas, você não precisa morrer para deixar uma marca de dor psíquica. Se alguém estiver morando na Casa dos Sonhos agora, talvez essa pessoa veja um eco seu."


Não há muito o que dizer além de: leiam. Li tantas partes desse livro sem nem respirar direito, seja pelo peso, pela escrita, pela forma que nunca vi antes, que ele me consumiu, parece que passei um tempo embaixo d'agua e voltei. A autora conta sobre sua experiencia como vítima de abuso em um relacionamento com outra mulher, a Mulher da Casa dos Sonhos, e une seu relato a uma pesquisa sobre o poder do registro, a falta de referencias sobre relacionamentos abusivos entre pessoas do mesmo gênero e como a história engole relatos de vítimas e suas nuances. Carmen mostra seu processo, fala sobre como foi consumida por esse relacionamento por sentir que tinha sorte de estar com sua companheira, como foi difícil ir embora, e como, mesmo que o tempo e o espaço amenizem a dor, não significa que essa mesma dor não foi insuportável.
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nic.pecile 29/01/2023

Na casa dos pesadelos
Pesado e completamente cheio de gatilhos. Esperava outra coisa da leitura. Não foi dinâmico, muitas intervenções, a quantidade de nome de capítulos cansa, tem muita referência externa que interrompe a leitura e não agrega nada. Não parece uma história e sim vários pensamentos soltos. A ideia que da é que ela foi pensando e escrevendo meio sem critério. Apesar de te fazer pensar muito e em algum momento você se identificar com a Carmen, como um todo não dá.
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iris 11/02/2022

Genial e extremamente necessário!
Nossa que livro forte e extremamente necessário, acho que vai demorar um bom tempo para que eu possa digeri-lo por completo. A escrita é muito criativa, original, poética, diferente de tudo que já li antes, é genial os recursos usado pela Carmem para retratar os episódios de abuso. O livro traz excelentes referências da literatura, do cinema, da cultura pop e também traz fatos históricos e estudos acadêmicos, que foram fundamentais para discutir e abordar o tema dos relacionamentos abusivos entre mulheres queer e para tornar a experiência vivida por Carmem ainda mais imersiva. Na casa dos sonhos é sem dúvidas uma das melhores leituras que fiz esse ano e é um livro extremamente importante, que deve ser lido por todos.
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Loch 04/04/2022

Que livro perfeito, esse é o tipo de livro que te faz ficar olhando para o teto por horas, sei que é um tema pesado e que deve ser lido com cautela mas em todos os momentos ele foi abordado de uma maneira crua e verdadeira. Foi definitivamente um dos melhores livros que li neste ano.
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liz 01/06/2022

na casa dos pesadelos
o livro conta um relacionamento abusivo e, como todos os outros, vindo de quem você menos espera. no caso da autora, de um outra mulher, vendo as vertentes do abuso tanto psicológico quanto físico.

é uma leitura muito fluída, porém não me conectei como gostaria. claro, não tive a mesma experiência como da história, então não foi proveitoso (ainda bem?), mas tirei ótimas reflexões.

o lado ruim, porém, foi que, em algum momento, pareceu mais um artigo científico, com datas, nomes e acontecimentos reais de uma forma muito sistemática. a partir daí, ficou arrastado e não me prendeu, mas é um livro bom com uma ótima mensagem.
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@retratodaleitora 14/07/2021

Brutal e necessário
“Um livro de memórias é, em sua essência, um ato de ressurreição. Quem escreve as próprias memórias recria o passado, reconstrói diálogos. Conjura o significado de acontecimentos há muito adormecidos. (...) Venho registrar no arquivo que o abuso doméstico entre casais que compartilham da mesma identidade de gênero é tanto possível quanto relativamente comum, e que pode acontecer mais ou menos assim. Falo em direção ao silêncio. Jogo a pedra de minha história numa fenda imensa, e meço o espaço vazio pelo som mínimo.”



Em “Na Casa dos Sonhos”, Carmen Maria Machado, autora do também incrível “O Corpo Dela e Outras Farras”, vai compartilhar com os leitores um relato doloroso sobre os abusos que sofreu em um relacionamento com outra mulher, assunto que ainda é um tabu, e por isso extremamente necessário. Foi uma experiência muito marcante ler a história de Carmen, enquanto ela expõe suas feridas mais profundas, as marcas que ficaram, as cicatrizes. E o quanto ela sofreu! Impossível sair ilese dessa leitura.

“Na Casa dos Sonhos” também vai tentar desmistificar as relações LGBTQIA+ compartilhando informações muito importantes e teorias sobre o assunto, além de falar abertamente sobre suas experiências pessoais sendo uma mulher queer em um relacionamento lésbico.

É um livro muitíssimo profundo, extremamente tocante e realmente doloroso de ler. Tem muitos gatilhos para quem já sofreu, e sobreviveu, a relacionamentos abusivos. Um desabafo realmente muito impactante, real, provocante. De tirar o fôlego mesmo.



“Você não tem coragem de dizer o que pensa de verdade: eu cortei as histórias em pedaços porque eu estava caindo aos pedaços e não sabia o que fazer.”



A forma como Carmen Maria conta sua história é bem única, escrevendo realmente aos pedaços, como se tomasse fôlego entre uma parte e outra. E esse fôlego é muito necessário também ao leitor, pois pode ser uma experiência bem sufocante ler algo tão verdadeiro e traumático.

Livro incrível! Recomendo fortemente.

site: https://www.instagram.com/p/CRCtE-nr2TD/
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Jamyle Dionísio 30/01/2022

Casa dos Sonhos como Resenha
Você recebe uma tarefa no curso que está fazendo: ler A Casa dos Sonhos, de Carmen Maria Machado. Dizem que é diferente de tudo o que você já leu. Você tentou começar uma vez no kindle, mas desistiu.

Mas agora não há escapatória. E, ao mesmo tempo que a narrativa fragmentada em curtos capítulos faz a leitura fluir, a sua atenção não ganha a mesma fluidez. Algo te incomoda. Será essa história narrada em segunda pessoa? Afinal, se trata de uma Memória, como diz a capa. Então o que faz com que a autora queira ver a si mesma de fora, como se tivesse que sair do próprio corpo e coisificá-lo, usar metáforas e racionalizações, dados e histórias, lançar mão de uma linguagem quase jornalística para falar do relacionamento abusivo com sua ex-namorada?

Ela não quer estar ali, como você às vezes não quer mais ler aquele livro. Mas é preciso sair daquele lugar, e o caminho é longo. Você passeia pela casa dos sonhos, bonita e grande e cheia de cômodos, mas sente um arrepio na espinha. Como se estivesse sendo vigiada por um fantasma perverso, ou esperando um poltergeist que vai atirar os objetos em cima de você a qualquer momento.

Você sente, com a autora, o terror que é habitar aquela casa. Numa página tudo parece estar bem: ela passeia por cenários idílicos, na página seguinte se tranca no banheiro enquanto a namorada tenta arrebentar a porta aos gritos e pontapés. Numa página, a companheira jura que Carmen é amada por ela, na outra la trata como lixo e, muitas vezes, faz questão de dizer isso.

Mas os fantasmas se escondem as frestas sombrias, os objetos voltam aos seus lugares e você se pergunta se aquilo tudo não é coisa da sua cabeça. Afinal, aquela casa é tão bonita! É a casa dos sonhos.

Você a acompanha enquanto ela tateia as paredes, desconfiada dos próprios sentidos. Você a vê chegar perto da saída e recuar, e quase grita (como num filme de terror) ?Não, não pare!?. Você segue os seus raciocínios, sua reunião de argumentos, tudo o que ela usa para desenhar um mapa de saída. Você sabe que ela conseguiu, senão não teria esse livro em suas mãos. Mas você sabe quantas páginas faltam para o livro acabar. Ela, enquanto presa no livro, não.


@chadepalavra
Leticia.Ternus 20/07/2022minha estante
Hahahaha o melhor comentário




patriciagguimaraes 16/07/2021

Ótimo livro
Gostei bastante do livro, considero essencial conhecer e viver outras vivências (queer, relacionamento abusivo e etc). Fiquei um pouco cansada em algumas partes, mas em geral é uma boa leitura.
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Zé Guilherme 31/05/2023

Pesadelos cotidianos.
Que livro denso, complexo e poético. A escrita da Carmen Maria Machado te leva por um labirinto íntimo de memórias, resgatando a sensação incômoda de que você não deveria estar descobrindo aquela história.

Um tratado sobre violência doméstica e pesadelos prosaicos, que acabam vindo de lugares de segurança aparente. Daquelas leituras que podem ser descritas como um ?soco na mente? pela coragem. Surpreendente.
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Danilo 01/06/2023

Hoje em dia está “tudo bem”
Próximo do que seria o curso final dessa história a sensação que me pegou foi o alívio por saber o pior já tinha passado, afinal de contas a autora conseguiu finalizar o trabalho que se dispôs a fazer. Não há nenhuma linha de conformismo nesse sentimento, muito pelo contrário, uma vez que junto com alívio vem carregado o pesar de saber que alguém passou por tudo isso. E a palavra tudo aqui é no sentido mais amplo que possa existir.
Pensei um pouco se deveria escrever sobre os sentimentos que me foram despertos com essa leitura porque sei que de longe tenho a coragem da Carmen, mas me arrefece o coração saber que meu alcance é quase nulo e mais valerá como um registro do que qualquer contribuição ou exposição.
Aos que sempre se perguntaram como poderia alguém se submeter a esse tipo de experiência, “"Casa dos sonhos como dando nomes aos animais”" foi a tipificação de fato mais palpável que já consegui reconhecer como resposta a essa pergunta: “"Atribuir linguagem a uma coisa para qual você não tem linguagem não é tarefa fácil.”". Se perceber dentro de uma situação da qual não se há nem referência, é difícil até de nomear. Por muitas vezes fica apenas no olhar de quem está sofrendo e interpretado por um outro alguém que já sofreu. Ainda que seus próximos o vejam definhar, não se tem conhecimento de como é possível lançar uma ajuda efetiva sem que se aparente provocar ainda mais sofrimento. É como pedir ajuda em uma sala superlotada de conhecidos, mas uma sala completamente escura: ninguém sabe de fato o que fazer.
No decorrer em que os episódios vão delimitando uma formatação e você consegue nomear a situação, sua mente já se encontra tão afundada no que sempre lhe pareceu normal, que qualquer movimentação diferente de sua parte, qualquer deformação daquele espaço lhe parece extremamente perigoso e sua mente não sabe como reagir. Seu sistema de fuga ou luta é disparado e a qualquer momento você pode sucumbir, literalmente. “"Quando você entra no seu quarto, o celular está lá parado, conectado ao carregador. Imóvel e pérfido. Quando você pega o aparelho, há chamadas perdidas e mensagens de texto. Você liga de volta para ela, TREMENDO, COM OS MÚSCULOS DO PEITO SE CONTORCENDO DE ANSIEDADE".” (Casa dos sonhos como thriller de ficção científica).
Uma solução fácil e rápida para esse tipo de caso é o término, claro. "Casa dos sonhos como homem vs. homem" me pareceu muito uma alusão sobre o estado reacionário à perda do relacionamento. “’"'Greta’', você disse, ‘'vai! Se liberta! Corre!’' Ela só olhou para você com uma expressão muito triste, muito pesarosa. Ela poderia ter fugido. A porta estava aberta. Mas era como se ela nem soubesse o que fazer.”". Nesse ponto, o sistema de fuga ou luta é tão constantemente mantido que sua ausência resulta numa inércia total.
Viver esse tipo de experiência não é um procedimento fácil com princípio, meio e fim bem delimitados. É de um desenvolvimento lento e contínuo, cercado de comportamentos e falas clichês, mascarado de sentimentalismo. Poderia citar diversas outras passagens, até porque não foi difícil a identificação com Carmen nessas páginas, mas uma em particular me acompanhou do momento em que a li, até seus agradecimentos. Em “"Casa dos sonhos como libreto"” a autora me resumiu todo o seu trabalho nas linhas finais desse capítulo: “"Aí ele a esfaqueia e ela morre. Confessando seu crime à multidão que se aglomera, ele se joga sobre o cadáver de Carmen e grita: 'Ah, Carmen! Carmen, minha adorada!', como se não tivesse acabado de matá-la com as próprias mãos.".” Não há nada que justifique o abuso.
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@limakarla 06/11/2022

Relações queer abusivas
Adoro acompanhar histórias autobiográficas e aqui a autora conseguiu ser extremamente criativa na hora de compor sua narrativa. Cada capítulo tinha um título que já nos direcionava para o que esperar, os assuntos se misturavam entre momentos dessa relação abusiva com divagações da autora sobre temáticas que conversavam com abuso, a dificuldade de pessoas queer compreenderem e aceitarem que elas também podem ser abusivas ou passar por relações abusivas.

Em alguns momentos confesso que fiquei meio perdida com as divagações, mas no fim o saldo foi bastante positivo, consegui aprender sobre a temática, ter novas referências para os estudos sobre esses tipos de relação, sinto que me abriu bastante a mente.

Por fim, fico feliz que a Carmen consegui sair de uma relação tão ruim e encontrou formas de cura, novas formas de amar e ser amada.
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Leninha 08/06/2022

Falta revisão
É complicado dar uma nota pra um não ficção mas lá vamos nós. A primeira metade apresenta uma narrativa que é envolvente e talentosa, pena que com o tempo ela fica cansativa e repetitiva. Existe um óbvio talento e um estilo de escrita próprio aqui, mas o sentimento ao terminar essa obra é que faltou revisão. Podia ser tudo mas foi mediano.
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Mcbloom 26/08/2022

O livro tem um formato diferente dos usuais, são capítulos curtos com capítulos que começam com o título "Casa dos sonhos". A forma de escrita não é "eu fui e fiz tal coisa", é no modelo de "você foi e fez tal coisa", coloca o leitor como agente da história e faz a gente se sentir no lugar de quem está narrando mesmo.
Para quem já passou por um relacionamento abusivo (ainda mais um entre mulheres), é dolorido se identificar com algumas coisas. Quando há abuso, as pessoas mais próximas costumam perceber antes mesmo de você conseguir nomear aquilo como uma violência. Você sabe que tem alguma coisa errada, mas não sabe dizer o que.
Um ponto fraco do livro: tem muita divagação, você quer pular as partes que são enroladas. O final teve um plot twist considerável.
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