spoiler visualizarnsie 08/09/2023
Tomara que a música permaneça
Mafuyu e o Ueno são doces, adoráveis e maduros. Se entendem ou tentam se entender, discutem mas se apoiam, se magoam e compartilham da maneira que conhecem. Os personagens mais velhos precisam muito aprender com os caçulas.
Ugetsu e Akihiko foram, desde o início, a maior ferida um do outro. Aquela que se negavam a deixar cicatrizar, continuavam a arrancar a casquinha e apertar até que tornasse a sangrar. Apesar de se amarem, estarem juntos fazia com que Ugetsu fosse incapaz de voar e Kaji de gostar de si mesmo. Um era mantido de asas cortadas, sendo a dependência daquele que mais sofria com a sua partida. O outro, era contido em uma redoma, condenado a se comparar e se rebaixar, sem chance de enxergar o próprio potencial. O violonista recolheu o próprio coração há muito tempo, mas se recusava a deixar o rebelde fazer o mesmo. Saber que o amor que sentiam era intoxicante, não os fazia aceitar abrir mão do que tinham, acreditavam ser só o que tinham. Ugetsu amava Kaji principalmente quando o mandava partir, falsamente tentando poupar a si mesmo, mascarando a certeza de ser o melhor para os dois, torcendo para que não o ouvisse e que estivesse em casa quando voltasse. Kaji amou Ugetsu em todas as vezes que o feriu, em todas as vezes que voltou, ainda o ama ao partir, mas está na hora de amar o próprio violino.
Haru merece todas as coisas boas que o mundo pode lhe proporcionar. E apesar das tentativas do mangá em me fazer entender as atitudes do Kaji, me fazer aceitar que houve consenso, ainda me chateia a forma como esse romance aflorou. Haru merecia mais e eu vou sempre pontuar que ele merece mais que o Kaji.
No fim, os protagonistas se tornam antagonistas, ofuscados por todo esse romance dramático. Sendo os mais sensatos entre todos os envolvidos. Ueno e Mafuyu estão vivendo apenas na subida de suas próprias vidas e sendo as melhores versões de si mesmo. Espero ter mais do doce e nervosinho Munchkin e do adorável e intenso lulu da Pomerânia.