nats 04/02/2022
Criei expectativas com a capa e o título belíssimos? Mas com toda certeza!! Foi só isso o que me fez achar o livro razoável/2 estrelas? Acredito que não, vejamos...
Marília pra mim é um personagem raso, como uma planta no BBB. E o problema não é nem ser rica padrão que paga de diferente porque é "profunda" e quer fundar uma ONG. Quer dizer, esse também é o problema, mas isso não seria um problema se ela tivesse um pouco mais de... "motivos para se importar". Pensei que a amiga falecida poderia ser um bom motivo para as ações altruístas dela, mas não. O cervo, que também só aparece no começo da história, foi mais lembrado que a amiga dela ao longo de toda a narrativa, fiquei meio ofendida pela amiga que eu já nem lembro o nome. No fim, a boa vontade parece forçada, mesmo que seja admirável e até linda de ser abordada e incentivada.
Eu não sei ainda muito bem o que dizer do Aaron, porque na verdade acabei me identificando com ele e com a busca da realização de um sonho a qualquer custo...
Achei o desenvolvimento da história bem corrido. Tem acontecimentos que eu gostaria de ter vivido junto com os personagens, mas em vez disso eu fui colocada de novo e de novo no momento depois que o evento tinha acontecido. Senti como se a autora me tivesse me roubado o direito de estar do lado dos personagens ou algo assim...
Tirando isso, a narrativa é bem fluída, em primeira pessoa, alternando os pontos de vista dos protagonistas... o que eu achei bom, porque deu pra ver os dois lados das questões e me permitiu torcer pelo menos pra que eles se entendessem.
O relacionamento deles, contudo, não me convenceu muito. É meloso, imaturo e intenso, como romances adolescentes são. Comunicação ficou com Deus. Muita coisa claramente poderia ter sido evitada, mas se tivessem sido evitadas claramente não teríamos uma história.
Eu também me peguei pulando as cenas mais quentes, que poderiam ter sido cortadas em prol do desenvolvimento do enredo, aliás, elas não fazem a menor falta
O final foi bem previsível e nem foi do jeito bom, quando o "como" importa mais que o "porquê". Não é porque você escreve um clichê que não precisa pensar em como usar isso a seu favor e estou me perguntando se foi isso mesmo o que aconteceu aqui. Mas também acho que o fato de eu não ter me conectado muito com a história não me permitiu ter uma experiência completa com um clichê, que, pasme, é uma das minhas coisas preferidas...
Enfim, eu provavelmente não sou o público alvo, mas queria deixar minha experiência só pro caso de alguém se interessar por uma segunda opinião e ir sem tanta expectativa... espero que você tenha uma experiência melhor do que a que eu tive.