Bia 15/06/2021
Resenha - Vejo Estrelas Em Seus Olhos
Em Maio entrei em uma vibe totalmente diferente e fora da minha zona de conforto: ler muitos e muitos romances. Porém, Maio passou e a vibe passou junto, mas me fiz ler um último romance? Apenas porque estava curiosa. Para quem me conhece sabe que é o gênero que menos gosto, porém vira e mexe eu me arrisco a ler algum. As vezes acontece de ter uma raridade que conquiste meu coração, outras vezes (infelizmente a maioria das vezes) isso não acontece. Vejo Estrelas Em Seus Olhos infelizmente acabou não funcionando para mim.
Acho que o livro tinha tudo para ser muito bom, mas para mim forçou muito a barra. A escrita da autora é maravilhosa, apesar da história não ter me agradado, a leitura foi fluida. Para mim a história teve um peso exagerado de muito drama desnecessário, no início era Okay, porém quando começou a ficar um drama constante em todo momento, em toda hora, em toda questão, começou a parecer forçado e infantil. Exagerado.
Muito drama para algo que poderia ser resolvido em apenas uma conversa simples. Uma conversa até rápida só para esclarecer o mal entendido. Chegou a ser muito (na verdade extremamente) cansativo e repetitivo todo drama que se estendeu desnecessariamente. Perdi as contas de quantas vezes revirei os olhos e de quantas vezes sangrei lentamente a cada página que virava e encontrava um novo drama bem estilo novela mexicana kkkkk.
O romance não foi exatamente rápido, porém eu não conseguir sentir a química entre os personagens logo de cara. Ambos estavam atraídos um pelo outro, mas eu não conseguia me conectar a isso.
Acho que a intensidade a todo momento desse amor também me deixou um pouco incomodada, principalmente quando Aaron começou a ficar obsessivo com relação a questão financeira dele. Marília mostrava nitidamente que isso nunca importou para ela, ela falava e demonstrava mil vezes em diferentes ocasiões quando a questão vinha à tona, mas mesmo assim Aaron passou a ter uma certa obsessão a ganhar na vida que se tornou algo extremo de uma forma perigosa, e ouso até dizer: doentia. Algo bem maior do que deveria.
Aaron passou a ser uma pessoa muito ambiciosa. De um cara carismático, ele passou a ser um obsessivo atrás do dinheiro só para mostrar que pode subir na vida. Como se tivesse se transformado em um monstro, ir atrás de fortuna pareceu algo que o viciou e ele já não conseguisse mais parar. Mas ele exagerou. Quando ele seguiu esse caminho, ele apenas mostrou que correr atrás de tamanha riqueza pode fazê-lo perder o que já tem de maior valor na vida. A pessoa mais rica do mundo pode acabar mostrando ser a mais infeliz, enquanto a pessoa mais pobre do mundo pode mostrar que com o pouco que tem já é suficientemente feliz.
Para mim, nessa relação, quem mais tinha uma certa maturidade era Marília. Ela não era perfeita, e as vezes era até bobinha, porém comparada a Aaron, Marília era a mais centrada e realista.
Uma coisa que percebi (e é um pouco aleatória essa observação) foi que a protagonista no início do livro teve diversos apelidos. Cada pessoa chamava ela de um apelido diferente (contei três), até que pro meio do livro mais ou menos se fixa em apenas um até o fim do livro?
Mais uma vez sobre o romance: surpreendentemente não chega a ser meloso. Em certas parte até que as coisas são melosas sim e as vezes exageradas, principalmente no início, mas acho que já li livros bem piores onde o romance era mil vezes mais meloso, daqueles de chegar a dar ânsia de vômito. Depois do início do livro, o romance melhora, porém o livro começa a passar uma áurea mais pesada (isso não é uma reclamação da minha parte, apenas um fato). Passou a ter uma carga mais pesada, mas depreciativa, mais triste é até mesmo mais importante?
O interessante desse livro é que ele aborda assuntos bem bacanas e importantes: traz o preconceito de pessoas que tem tudo, contra as pessoas que não tem riqueza em fortuna. Traz o horror que muita gente deve vivenciar quando alguém que se acha superior coloca tão pra baixo um trabalhador simples, honesto e inocente. Como o preconceito pode destruir e mudar uma pessoa tanto para quem exerce quanto para aqueles que sofrem. É o preconceito em muitas formas.
O livro também traz um assunto muito importante e inspirador que é as ONGs, a importância de muitas ONGs e como tudo funciona e os resultados que elas trazem. Foi muito inspirado e realmente tocou meu coração, acho que foi um dos temas que mais me chamou a atenção e o que mais pesquisei saber. O amor da protagonista por esse trabalho, a dedicação dela em ajudar crianças, me fez querer procurar por ONGs (principalmente as que a autora apontou no fim do livro) e saber mais. Saber de que forma eu poderia também estar ajudando que estivesse ao meu alcance.
A nota da autora foi emocionante, foi extremamente realista e moralista. Mais uma parte do livro inspiradora. Fiquei surpresa e chocada com a numeração real sobre a situação da fome no mundo.
No geral o livro não foi grande coisa e não funcionou pra mim. Foi importante e inspirador o assunto que a autora trouxe, porém a história em si deixou a desejar, exagerou demais, foi bobo demais.