Edson Camara 03/05/2023
É uma fantasia linda e gostosa de se conviver durante a leitura
A história é autobiográfica, o narrador, em primeira pessoa, é o próprio Berry e sua relação com o garoto David, que a princípio parecia ser o Peter Pan é uma substituição a seu próprio filho que morrera.
A aparição de Peter não tem a ver com o tema principal do livro e só foi inserida para explicar alguns dos eventos de fantasia da imaginação estupenda do autor. As crianças que são pássaros antes de virarem criança, o pássaro que recebe cartas das mães escolhendo seus filhos e realiza seus desejos, as criaturas do parque, e as fadas. Tudo é tão rico que me fez viajar longe e sorrir imaginando como a vida seria se estas coisas realmente existissem.
O cachorro São Bernardo do autor, quase humano, tem um capítulo interessantíssimo a seu respeito.
Peter Pan aparece por três capítulos e uma figura totalmente diferente do desenho da Disney, é um menino que não converteu totalmente sua humanidade e é definido como um nem isso nem aquilo. Mas ele tem um papel importante no destino das crianças que morreram ainda bebês e esta é uma das razões para sua relevância que o fez voltar no próximo livro de Berry.
Só no finalzinho fiquei sabendo quem era o Pássaro Branco e não é surpreendente, mas é inesperado.
Este livro foi lançado em 1902, o mundo era bem diferente naquele tempo, embora a natureza humana não, então a fantasia relatada aqui era uma espécie de protesto à rudeza humana, que continua piorando a cada tempo.
O importante é que fiquei feliz ao ler este livro, porque é uma fantasia linda e gostosa de se conviver durante a leitura.
De bônus há uma minibiografia do autor que ajuda a entender certas passagens do livro.