Jessika 23/12/2022segue sendo a maior das maioreseu não tenho a menor condição pra começar a falar desse aqui pois simplesmente mais um fecho da maior das escritoras de sci-fi
eu vejo muita gente reclamar desse aqui dizendo que é cópia do segundo e parece mesmo mas se você prestar atenção ele é completamente diferente. A perspectiva que aparece aqui provavelmente é a mais honesta sobre os oankali dos três livros pq entrega pro leitor que ainda possa ter dúvida (e sempre tem esses) eles como verdadeiros colonizadores. O sentimento de posse, a problemática da eugenia e a percepção de como tudo que tá rolando aqui é muito errado fica bem mais expressiva do que foi no primeiro & segundo livros onde tem muito mais conversa de "ai mas a gente veio melhorar e ajudar os humanos etc" e ela ter deixado esse tom pro final foi muito massa. Não que isso não seja dito nos primeiros livros também mas eu vi ser expresso de uma maneira muito mais ambígua. Ela não chega a esconder mas ela levanta a possibilidade de o leitor dizer se é um destino "merecido" ou "melhor" já que a raça humana não é perfeita e tals.
Eu não consegui não relacionar com a galera que, quando o tema de conversa é a escravização de povos indígenas e africanos, levanta logo aquele argumento do "ah mas eles também não eram santos, tinha escravidão, canibalismo etc etc". O fato de um povo ter um sistema que possa vir a ser falho justifica a retirada por completo de sua liberdade e autonomia por outro?
enfim, mais um aí da rainha e eu agora sou mais feliz e triste ao mesmo tempo pois mais um livro lido dela significa que em breve vou ficar sem nada dela pra ler ?
bônus: octavia escrevendo personagens sem gênero definido e metendo pronome neutro lá em 1980 e bolinha pra surrar palhaço que enche a boca pra dizer que isso é invenção de adolescente tuiteiro