Ana 27/12/2021
Provavelmente esse foi um dos lançamentos mais esperados em 2021 para quem é fã da Victoria Aveyard, aclamada autora da série A Rainha Vermelha. Destruidor de Mundos chegou com a promessa de revolucionar o gênero alta fantasia, mas será que realmente chega lá?
A trama se passa no universo fictício de Todala, um continente que está ameaçado pela volta de um supervilão, Taristan, que está determinado a reabrir portais que o farão ser detendor de inúmeros poderes. A grande problemática é que esses portais são extremamente imprevisíveis e instáveis, podendo trazer criaturas perigosas que não hesitarão em destruir Todala.
É nesse contexto que surge a protagonista, Corayne, filha de uma pirata que esconde inúmeros segredos. Um dele, inclusive, é a descendência da garota, que a torna muito poderosa e uma peça chave para a salvação de Todala. Não bastasse isso, digamos que Corayne é bem aventureira e está cansada de ser deixada para trás pela mãe, então não foi difícil convencê-la de que conseguiria impedir que Taristan completasse a missão.
Enfim, não nego que o enredo de Destruidor de Mundos é muito chamativo, bem pensado e embasado. Prova disso é o mapa que acompanha o livro, que nos dá uma visão geral do continente e, de certa forma, ajuda a compreendermos os personagens e suas respectivas culturas. Porém, a narrativa é tão, mas tão, mas tão descritiva que, do fundo do meu coração, dá até preguiça. A começar pelo prólogo, que é extremamente longo, cansativo e com tantas informações que deixa o leitor confuso logo de cara.
É comum que primeiros livros de séries sejam mais descritivos mesmo, afinal, o autor está apresentando um universo aos leitores. Mas Victoria Aveyard foi muito exagerada, gente. As informações precisam ser inseridas com cautela, afinal, nós precisamos entender o que está acontecendo, não é mesmo? Sinto que a autora se preocupou tanto em citar lugares, personagens e nomes que esqueceu, de fato, de desenvolver a história.
Por exemplo, logo no prólogo, Aveyard nos apresenta as esferas e os fusos, mas só apresenta mesmo. Ela fala que esses termos existem, que são importantes para a trama, mas em momento algum explica o que eles são, o que torna a leitura muito complicada. É difícil demais se prender em um livro de fantasia em que não entendemos a magia por trás dele. Tanto que eu comecei a ler esse livro em meados de maio, pertinho do lançamento, e só fui conseguir terminá-lo agora.
Sobre os personagens, que tristeza, gente. Nenhum é desenvolvido o suficente a ponto de nos fazer gostar verdadeiramente deles. As personalidades são muito rasas, incluindo a de Corayne e Taristan. Esse último, inclusive, parece ser apenas uma aura do mal, que todo mundo ouve falar, sabe que é perigoso, mas que nunca aparece de fato.
Pensando por esse lado, Destruidor de Mundos é até um pouco incoerente... Quer dizer, logo no começo somos apresentados a um problema gigantesco e muito urgente, afinal, todos os personagens precisam parar Taristan antes que seja tarde, mas passam praticamente toda a história andando de um lado para o outro, sem nada importante acontecer de verdade. Não existe sequer uma cena de ação eletrizante que justifique tanta urgência, no fim das contas.
Como é um universo com muito potencial, tenho fé que Victoria Aveyard pode trazer o que há de melhor da história nos próximos volumes, desde que foque no que realmente importa. Mas, sinceramente, não posso dar certeza que estarei lá para conferir.