Isabella.Tedeschi 25/06/2021Nem sei por onde começar a falar mal desse livrocomecei a ler essa história pq pensava que me somaria em conhecimentos sobre a ditadura Argentina, essa foi uma das minhas primeiras decepções sobre o livro: o contexto histórico é bem chulo e simplista, e se alteradas as datas poderia servir pra qualquer ditadura ocorrida na América Latina.
o que mais começou a me incomodar e depois a me deixar puta da vida foi o fato de que a autora utiliza elementos de religiões afro e indígenas (politeísmo e rituais pra homenagear os deuses, por exemplo) pra servirem de inspiração pra essa seita maligna aí que ela criou, em que um monte de gente pelada e drogada de ácido e tortura pessoas (inclusive e predominantemente crianças) e animais em nome de um deus.
além disso, DIVERSAS partes do livro não têm a mínima necessidade de estarem lá: não enriquecem a história no quesito contexto histórico, não desenvolvem melhor os personagens. a escrita é prepotente, tenta ser ?original? e ?inovadora? e acaba por ser somente um empecilho pra leitura fluir. parece que todas essas partes desnecessárias só são feitas pra ?chocar?. pra que no final do livro você não possa falar que não gostou, pq se isso acontece, vc não entende um romance ?à frente do seu tempo?, que ?precisa de estômago?.
o Intrínsecos foi, inclusive, extremamente irresponsável por ?vender? esse livro como terror. é muito mais um gore RECHEADO de violência infantil, e se eles tivessem deixado isso um pouquinho só mais claro teria sido ótimo: eu não encostaria nesse livro.
mas Isa, se o livro é tão terrível assim, pq vc terminou e ainda por cima deu 0,5 estrela ao invés de 0? te respondo: a única decisão feliz da autora foi a de fazer algo que eu sou completamente apaixonada na literatura: grupo de amigos. eu só terminei esse livro por causa da história e dinâmica de Gaspar, Adela, Vicky e Pablo, apesar dessa parte também ser recheada de coisas pesadas. além disso, achei interessante também a autora dividir o livro em diversos pontos de vista. só isso mesmo. um parágrafo das coisas boas do livro ????????
por fim, fiquei extremamente decepcionada com o final: pareceu que a autora já estava cansada, afinal já tinha escrito mais de 500 páginas, e falou ?que mierda [ela é argentina], preciso terminar esse livro! vou sentar aqui e fazer um final aberto, sem desenvolver quase nada, só pra acabar logo? . e foi exatamente o que aconteceu.
um adendo: Mariana Enriquez, não vou esquecer que você literalmente comparou uma religião afro-brasileira com essa sua nojenta aí que você criou. o nome disso é racismo :) assim como outros termos racistas que você também usou :) como ?ovelha negra? :)