Stefie Ferreira 20/08/2021Dizer que eu estava ansiosa para o final dessa trilogia é pouco, o que por mais irônico que pareça me fez demorar muito para finalmente pegar esse livro para ler e no fim a experiência foi no mínimo decepcionante.
Devo começar dizendo que detestei Wayward Son/O filho rebelde com todas as minhas forças. Detestei do começo ao fim, portanto minhas expectativas para esse eram gigantescas, imagino como de todo o fandom. Já que todo o problema do relacionamento deles era uma grande parte focal de Wayward Son, imaginava que a Rainbow trabalharia extensamente isso nesse livro, assim trabalhando mais profundamente os problemas que Simon estava passando.
A estrutura inicial desse livro começa separando os personagens o que me dá a impressão de que o único motivo da autora fazer isso é para que os problemas não sejam resolvidos rapidamente, veja bem, obviamente a autora tem que criar empecilhos para que os personagens não resolvam a trama instantaneamente, mas esse recurso só me pareceu barato, falta de comunicação é um problema pequeno levando em consideração aos problemas que um mundo magico pode oferecer. E mesmo que a falta de comunicação de fato fosse o problema, as resoluções nessa primeira parte são tão rápidas que me fez desacreditar que esse ponto tivesse algum sentido narrativo além de dividir os personagens para resolver os problemas apresentados no livro anterior e assim poder finalmente começar a trabalhar no problema que lideraria o plot do livro de dois terços para o final.
Rapidez essa que me leva a crer que o livro anterior é completamente dispensável, muito do plot dele é simplesmente descartado ou rapidamente resolvido, não sei se por pressão do fandom ou se por ela não ter tido um bom planejamento. Me fez sentir que esse livro poderia facilmente ser divido em dois, o que seria o terceiro trabalhando na insegurança do casal principal, os problemas que o Simon anda enfrentando e a maldição de Shepard, isso enquanto dá pistas sobre um novo Escolhido aparecendo para ser trabalhando mais profundamente num possível quarto livro.
Sobre a trama do novo Escolhido, para mim ficou o sentimento que ela apenas serviu para introduzir o Simon a família de sua mãe, porque de resto era uma trama tão desinteressante que eu só estava esperando por essa revelação, que vem muito tarde e é apresentada num capítulo apenas o que é uma das coisas mais decepcionantes desse livro.
Falando sobre desinteressante deixo aqui minha menção ao plot da Agatha, que para mim era um side quest insuportavelmente chata, não poderia me importar menos com as cabras e como elas eram um ponto essencial para salvar o mundo magico.
Outra coisa qual me desapontou muito foi não ter uma resolução sobre os poderes do Simon, por mais que a gente termine o livro com ele "melhor", eu particularmente queria uma solução para os poderes dele (mesmo que fosse uma faísca de volta) e as suas asas.
O relacionamento entre eles é o ponto principal do livro (da trilogia) para mim, tirando as cenas em que em que eles estão se pegando e o Simon simplesmente surta e começa a morder Baz que eu simplesmente não entendi, acho que ela poderia trabalhar quer o que fosse aquilo de maneira mais interessante ou menos confusa do que aquilo.
Por mais que tenha reclamado de tudo não digo que a série foi de todo ruim, acho que apesar dos pesares me diverti consideravelmente, adoro Simon e Baz e gostei muito de Sheppard e Penélope. Talvez tenha sido minha expectativa, talvez tenha sido a pressão do fandom na Rainbow, mas no fim para mim é que cada vez que eu penso nesse livro, menos eu gosto e que essa trilogia é um ótimo stand alone (ou uma duologia se a gente apagar Wayward Son da equação).