Monica Monte 16/11/2021
Difícil falar desse livro. A história até que é boa e divertida de acompanhar, uma vez que somos expostos a todo um arsenal de tiradas sarcásticas do Win, que são muito engraçadas, como essa, por exemplo "– Se eu fosse um pouco mais jovem... – começa Kathleen. – Ou se eu fosse um pouco mais sortudo – retruco. – Ah, para. – Não se subestime, Kathleen. A noite é uma criança. – Você está sendo atrevido. – Ela me golpeia com um pano de prato lavado pela última vez durante o governo Eisenhower." (p. 79).
Ou essa: "O cardápio é tipicamente de pub. Frankie Boy insiste que eu peça asinhas de frango. Sai um prato cheio de gordura com um punhado de osso." (p. 79). Tem como não amar esse tipo de diálogo?
Além disso, é bem legal ver o Win participando mais da vida da Emma, filha dele com a Angelica Wyatt e conhecer um pouco mais da família do Win.
Mas para mim, o que ficou da história foi isso: tiradas sarcásticas, frases irônicas. Considero a ausência do Myron escandalosa. Não consigo entender o fato dele não aparecer, independente dos motivos, porque o Win sempre esteve lá pelo Myron. E com tantos personagens incríveis criados pelo autor (Esperanza, Big Cindy, Hester Crimstein, Zoha) a única que deu as caras foi a ex-noiva do Myron. Até o Mickey Bolitar, que eu acho bem chatinho, é preferível àquela criatura. Que, sinceramente, não disse a que veio. A presença dela na história foi irrelevante.
Não sei se a intenção do autor foi deixar o Myron de fora para que a presença dele não dominasse a história, o que não deu muito certo, porque apesar da ausência física dele, o tempo todo o Win ficava lembrando do Myron, das conversas deles dois, do que eles gostavam de fazer…