Angélica Patriano 08/05/2022Raiva, pressa, amadorismo, medo... A mãe.Há pessoas que nascem e, no decorrer de suas vidas, vivenciam sensações, cheiros, gostos... parece que elas já conhecem/possuem lembranças do que estão vivendo naquele exato momento pela primeira vez.
Helen é a mulher de 33 anos responsável pela revista ?Em quadro?, recém divorciada de Roger - dono de uma galeria de artes e obcecado pela obra de August Marchant, casamento que já parecia destinado ao fim mesmo quando começou.
Mickey é o amigo de Helen, e arruma um encontro para ela com Luke Varnier, também do ramo de artes. Nesse encontro, Helen esperava encontrar alguém diferente, mas, além de ter uma sensação de que Luke não é estranho, ele começa a falar algumas coisas que parecem bizarras para ela. Naquela noite, ela sonha com uma garota chamada Juliet...
Juliet é uma adolescente francesa que vive no campo com seus pais e irmã e tem aquela vontade de conhecer a cidade grande, sair do campo, ter uma vida diferente da que leva naquela casa nos anos de mil e oitocentos.
Passamos então a conhecer a Juliet através dos sonhos de Helen, e o Luke continua a aparecer, o que torna tudo mais real.
Após Juliet, nos sonhos, temos Norma/Nora, uma atriz de teatro dos anos 30 que almeja as grandes telas. Como Norma, ela se viu presa ao seu ?chefe? abusivo, mas, devido às suas conexões, como Nora ela viu a oportunidade de mudar de vida. Foi uma atriz que teve sua fama, conheceu seu marido no ramo e foi enganada pelo mesmo.
Seguimos com Sandra (achei que aqui o livro foi um tanto corrido na introdução desta personagem), uma jovem que trabalha na rede de mercados de seu pai, mas que na verdade, quer ser dos palcos, fazer sua música... anos 70.
Durante este tempo, Helen vai descobrindo que, na verdade, ela está conhecendo suas vidas anteriores, e vendo que, em todas elas, ela se envolve com o ?mesmo? homem, que acaba sempre dispensando-a. E, depois, sempre temos Luke, que só aparece quando ela o chama.
Se ver em meio ao resultado de um ritual feito em sua primeira vida, o qual a faz estar atrelada a vida de duas pessoas por toda a eternidade, é algo a ser explorado com a finalidade de encerrar esse ciclo.
Temos neste livro temáticas muito relevantes, e também a influência do cenário artístico de cada período, o que enriquece bastante a obra. Por fim, a galeria de Robert armazena toda a sua obra, de todas as suas vidas anteriores, mas é, na verdade, uma homenagem às vidas de Helen.