A pediatra

A pediatra Andréa del Fuego




Resenhas - A pediatra


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Ana Sá 19/04/2023

Fluxo de (falta de) consciência
[EDIT.: aumentei a nota para 4 estrelas porque aqueles 0.5 (de algo que eu inicialmente sentia falta no livro) eu acabei encontrando na resenha primorosa da Flávia Menezes! ?? Um viva às boas trocas aqui do Skoob!]

???????

"Amiga, bota a mão na consciência!"... Eu não sei dizer quantas vezes pensei isso enquanto acompanhava o fluxo da falta de consciência da nossa pediatra protagonista Cecília!

Basicamente acompanhamos a narrativa sem filtros e em primeira pessoa de uma médica de classe média alta, sem saber, portanto, o que é fato e o que é fake naquilo que ela tem a dizer sobre seus colegas de profissão, sobre seu namorado-amante, sobre sua empregada doméstica... Ironia, deboche, acidez, delírio... Del Fuego constrói uma novela a partir da mente de uma personagem complexa e disposta a tirar as leitoras de sua zona de conforto!

Eu poderia dizer que o fio narrativo é o dia a dia de uma pediatra que desromantiza essa profissão, ou que a relação de Cecília com Celso, pai de um de seus pacientes, conduz a história... Eu poderia dizer que estamos diante das confissões mais íntimas, e "politicamente incorretas", de uma mulher recém-divorciada que vive os dramas do século XXI. Eu poderia, poderia... Mas o que eu vou dizer é que, para mim, o livro se resume totalmente a Cecília e a seu mundo interior, o resto é quase adereço! É um livro que mostra a boa construção de uma personagem "má" dos nossos tempos (e coloco "má" entre aspas porque perdemos muito se caímos na tentação de reduzir a leitura a juízos morais; Cecília é instigante justamente por trazer aquela verossimilhança que preferiríamos não notar!).

Minha melhor leitura de 2022 foi de autoria de Del Fuego, o romance "Os Malaquias". E é muito impressionante perceber a versatilidade da escritora, pois aquele livro não tem NADA a ver com este! Um é rural, fantástico, conciso; o outro é urbano, realista, prolixo. Pode ser que a minha experiência espetacular com "Os Malaquias" tenha gerado muitas expectativas em mim, mas admito facilmente que é desonesto comparar os dois. São duas propostas completamente diferentes, e que bom ser assim, mérito da autora! ... Então por que eu dei nota 3.5 para "A pediatra"?

Eu resisti a dar uma merecida nota 4 porque os 0.5 descontados vão me ajudar a lembrar do incômodo que senti com o final do livro. Passei dias sentindo falta de algo... Até agora eu não sei do que é, então... sim, talvez, quem sabe, o problema possa estar em mim, e não na Cecília. Pro bem ou pro mal, minha única convicção até aqui é: seja a partir do campo ou da cidade, Del Fuego sabe como passar bem percebida por essa leitora aqui!
Flávia Menezes 19/04/2023minha estante
Arrasou na resenha, amiga. E tenho que dizer que me deixou curiosa, e com aquele vontade de ler só pra depois voltar aqui e ficarmos falando do livro. ?


Ana Sá 19/04/2023minha estante
ahhh Flávia, esse é curtinho e eu adoraria acompanhar um histórico seu!! gosto mto qdo vc comenta algo sobre a composição psicológica de personagens...E este livro aqui é um prato cheio! pode passar na frente do bolaño ?


Flávia Menezes 19/04/2023minha estante
Ai, Ana!!!! Pronto!!! Já baixei esse pra ler!!! Agora você me deixou muuuuito curiosa! Já quero ler!! ?


Ana Sá 19/04/2023minha estante
ahh haha confesso que essa foi uma indicação muito egoísta, pois talvez eu vá ganhar mais com os seus históricos do que vc com a leitura!! ?

agora falando sério: não tem chance de ser o livro da sua vida, mas considero instigante! rs


Flávia Menezes 19/04/2023minha estante
Ana?eu já estou 100% convencida!! A curiosidade da pessoinha aqui foi aguçada! Logo logo falaremos sobre ele!!!! ??


Ana Sá 19/04/2023minha estante
ebaaaa ?


A Leitora Compulsiva 22/04/2023minha estante
Olha lá que esse livro tá aparecendo na minha timeline com frequência.

Mesmo sabendo que pode não ser o livro da minha vida, mas adoro livros com personagens complexos. Vou definitivamente ler!


Flávia Menezes 23/04/2023minha estante
4 estrelas! Merecido! ??


DIRCE 23/04/2023minha estante
MARAVILHA! Se eu tivesse me deparado com essa resenha antes de ter lido o livro, talvez meu entendimento fosse outro. Enriquecedora.




Flávia Menezes 22/04/2023

??O FILHO DE UMA MULHER QUE NASCEU DE OUTRA MULHER.
Andréa Fátima dos Santos, mais conhecida por seu pseudônimo Andréa del Fuego (uma referência à dançarina, naturista, atriz, escritora e feminista brasileira Luz del Fuego), é uma romancista e escritora brasileira formada em Filosofia pela Universidade de São Paulo, que ainda na adolescência se formou em técnica em publicidade, onde começou a escrever contos eróticos que lhe renderam um convite de um amigo jornalista para criar uma seção de perguntas e respostas sobre sexo como se fosse um personagem. Andréa também atuou como colunista do programa ?Entrelinhas? transmitido pela TV Cultura, produzindo matérias sobre autores, tais como Murilo Rubião, Roberto Bolaño, Ana Akhmatova, Julio Cortázar e Enrique Vila-Matas.

?A Pediatra? é o último romance escrito pela autora, e publicado em 4 de outubro de 2021, e muito embora seja relativamente um livro curto com apenas 160 páginas, seu conteúdo possui uma diversidade de temas sensíveis e profundos, tais como a indiferença emocional, a ausência de vínculos afetivos, maternidade e maternagem, parto tradicional x parto humanizado e as polêmicas (e dolorosas!) relações extraconjugais.

Essa é uma leitura que iniciei depois de ter minha curiosidade aguçada pela amiga Ana Sá, mas confesso que fiquei bastante receosa em iniciá-la, uma vez que não sou uma grande fã da literatura nacional, onde essa saída da minha zona de conforto é sempre repleta de um grande desconforto. Mas para a minha surpresa, ao final, fiquei fortemente impactada por essa história.

A escrita de Andréa del Fuego acontece em um gênero textual diário, onde vamos conhecendo esse universo através do olhar da sua protagonista, que nos conta sua história através de um relato íntimo do seu cotidiano, em uma sequência que nos revela tanto o que acontece ao seu redor (percepção), quanto do que vai se passando em seu interior (desejos, ações, emoções).

Preciso dizer que a forma como a autora desenvolve essa personagem complexa e de comportamentos polêmicos é impressionante, ao ponto de ficar tão plenamente conectada a essa anti-heroína, que seu final me deixou de coração partido. O que foi surpreendente, porque de tudo o que havia lido sobre essa história, me emocionar era a última coisa que eu esperava. Mas aí é que está a maestria dessa escrita da Andréa que, para mim, atingiu o nível da perfeição!

A protagonista desta história é Cecília Tomé Vilela, uma médica pediatra que apresenta um quadro de acentuada indiferença afetiva, o que faz com que sua narrativa seja bastante chocante, uma vez que, sendo médica de crianças, se espere que ela tenha mais conexão com seus pequenos pacientes, que seria, inclusive, despertada pelo seu instinto maternal. Porém, o que Cecília menos tem, é instinto materno!

Já quero iniciar essa resenha me debruçando sobre a questão da atuação dos médicos e profissionais da saúde, e desse conceito tão banalizado na atualidade que é o da empatia. Uma coisa que aprendi durante o estágio em Psicologia Hospitalar no meu último ano de faculdade, é que se esses profissionais, médicos ou da enfermagem, fossem tão sensíveis aos seus pacientes como esperamos que eles sejam, eu lhe pergunto: como eles poderiam estar aptos para realizar o seu trabalho?

Existe um conceito na psicologia que se chama ?distância psicológica? (também conhecida como ?distância ótima?), onde precisamos ter uma distância emocional suficiente para poder ver as coisas em uma perspectiva que nos permita ter clareza quanto a conduta que precisa ser tomada. Aliás, esse distanciamento psicológico (e consequentemente emocional) do profissional da área da saúde é de extrema importância para que ele possa manter seu psicológico equilibrado, e possa assim realizar seu trabalho de forma adequada.

Sendo assim, muitas vezes não vi apenas a ausência de conexão emocional da Cecília com seus pacientes, mas também desse tipo de comportamento que é próprio da área médica. E a autora foi tão perfeita em trazer essa questão, que em um dado momento, ela demonstra como o vínculo afetivo pode desestabilizar até o mais controlado dos médicos.

Além disso, o que também não me deixou tão desconfortável com a protagonista é que, muito embora ela tenha bem acentuada essa questão da indiferença emocional, em momento algum ela deixa de realizar o seu trabalho seguindo os princípios da ética profissional. Como ela mesma diz, muito embora ela possa fazer só o ?arroz com feijão?, ainda assim, ela jamais atua de forma que possa prejudicar seus pacientes. Sendo assim, muito do que vi na conduta e fala da personagem, confesso que também já ouvi de muitos médicos com os quais trabalhei em uma Cooperativa de Trabalho Médico.

Como digo acima, nem tudo é falta de empatia. Mas é certo que um médico possui um olhar mais clínico sobre as doenças, e essa fala carregada de jargões e termos técnicos, é parte inerente desse universo, e não um mero descaso.

De fato, a autora me pareceu bastante cuidadosa nesse quesito, tentando trazer bastante da realidade da profissão, sem grandes exageros, inclusive fazendo um paralelo quanto à polêmica que vemos hoje em dia sobre parto tradicional e os partos humanizados, mostrando que nem tudo deve ser levado tão a ferro e fogo assim, pois cada caso é um caso, e o mais importante é a segurança e o bem-estar da mãe e do bebê.

Construir uma narrativa coerente com a realidade, parece ser algo que a Andréa leva bastante a sério, e a forma como ela traz o caso da indiferença emocional da Cecília foi devidamente construído.

Dificuldades em sentir e expressar emoções, assim como em estabelecer vínculos afetivos significativos nas nossas relações interpessoais, são provenientes de quebras de vínculos afetivos com a mãe logo no início de vida, que pode acontecer por questões de dificuldades na maternidade (até mesmo por uma depressão pós-parto, ou o pouco falado ?baby blues?), ou por necessidades da mãe em se ausentar (por conta de trabalho, por exemplo). E no caso da Cecília, essa não foi uma exceção à regra, e seu vínculo pobre na relação mãe-filha, resultou na sua dificuldade em estabelecer sólidos vínculos afetivos e até no desejo de ser mãe.

Aliás, algo que achei muito rico nessa leitura, foi a autora trazer a questão da diferença entre a maternidade e a maternagem. Nem toda mãe que gera um filho é capaz de ser maternal, porque uma coisa é ser mãe (maternidade) e a outra é a forma como essa mãe se comporta com o filho (maternagem) com seus cuidados e demonstração de afeto.

Foi exatamente nesse ponto que a autora me levou às lágrimas, e já me deixou certa de que não havia nenhuma outra possibilidade a não ser lhe dar 5 estrelas por uma história tão primorosa e bem construída.

Se iniciamos a leitura sentindo a frieza da indiferença da Cecília, ao longo do que vai acontecendo, vamos nos simpatizando mais com seu jeito de ser, respeitando suas dificuldades, acompanhando com muita comoção o momento exato em que algo dentro dela se agita, e sua primeira expressão de afetividade acontece.

Além de belíssima, essa é uma cena muito tocante, e acompanhada por um drama intenso que irá nos envolver até o final.

A verdade é que a ausência de uma relação parental adequada e saudável, nos deixa sem um referencial de como devemos nos portar como pais e mães, e para que esse ?gap? seja suprido, é preciso trabalhar essas questões em um profundo processo psicoterapêutico, para que possamos compreender como essas relações se dão.

Claro que também podemos fazê-los através de leituras, ou mesmo de filmes, seriados e documentários sobre o tema. Mas o mais importante é entender que precisamos de bons modelos parentais, quando os nossos (seja pelo motivo que for) falharam. Algo que faltou na vida da protagonista, resultando em comportamentos altamente inadequados e até nocivos, culminando em um final de nos deixar completamente sem palavras.

Mas, neste momento, eu já estava tão conectada aos problemas vivenciados pela protagonista, que tenho que confessar que não me senti chocada. O que eu realmente senti foi compaixão, por uma vida tão repleta de rejeição, abandono, indiferença, deslealdade, que não havia como esperar nada diferente do que aconteceu, especialmente depois de saber tudo o que ela vivenciou no lar desajustado no qual ela cresceu.

?A Pediatra? não é só uma história chocante sobre uma mulher, médica pediatra, que não gostava de crianças. É uma história sobre a ausência do amor e do olhar materno, que resulta na desnutrição das emoções dos filhos, que carentes e sedentos de amor não sabem nem como expressá-lo, nem mesmo como pedir. E assim, vão atropelando suas relações, construindo muros para que outros não entrem, agindo de forma inadequada, porque para eles é sempre melhor ferir do que ser ferido.

Digo isso porque existem muitas Cecílias por aí, nesse nosso mundo ocidental onde vivemos em que a necessidade de uma vida financeira satisfatória traz a falsa ideia de que isso irá gerar felicidade. Mas ao final, vemos por aí muitas pessoas que assim como essa protagonista estão sendo consumidas por esse vazio existencial, por não saber o que as preenche.

E por esse motivo eu acho até muito superficial olhar para a protagonista apenas como uma vilã sem coração. Porque penso que ela nos faz refletir sobre uma vida vivida no piloto automático, e quantas pessoas na atualidade se sentem assim. Sobre esse vazio interior que não se sabe como preencher? já ouvi muita gente dizer isso. Ele é real, e buscar ajuda para saber o que tanto lhe falta é imprescindível. Senão acabaremos como a Cecília, tomando a via errada e colidindo com a insanidade.

Referente ao final, quero destacar aqui a magnitude dessa autora que com uma única palavra (uma única palavra apenas!) foi capaz de abrir inúmeras possibilidades do que aconteceu depois do último ponto final. Ou seja, como se diz na atualidade, ela literalmente construiu um triplex na cabeça do leitor. Isso foi simplesmente genial!

Ah! Antes de terminar, uma última curiosidade que eu li sobre a Andréa del Fuego, é que assim como o grande Mestre do Terror, Stephen King, é o seu marido o primeiro a ler as suas histórias. Mais um escritor que tem no seu parceiro de vida o seu melhor editor e seu leitor mais fiel! ?
Cleber 23/04/2023minha estante
Adorei a resenha e agora fiquei ainda mais curioso para ler também.


Flávia Menezes 23/04/2023minha estante
Que bom que gostou, Cleber! Leia sim! É um livro curto, e com uma escrita que prende bastante, apesar de alguns desconfortos com a personalidade da protagonista. Vale muito à pena!


Ana Sá 23/04/2023minha estante
Flávia, modéstia à parte, se alguma vez eu acertei em alguma coisa aqui no Skoob, te influenciar a ler este livro foi uma dessas! rs Digo isso não necessariamente por você ter gostado dele, mas sobretudo pelo proveito que a gente tira da sua experiência de leitura!

Quando falei de certa verossimilhança que a gente talvez preferisse não notar no livro, eu pensei, sem saber, nisso que vc mencionou: é mais confortável cair na tentação de encarar Cecília como uma "vilã sem coração" do que reconhecer que ela é tão real que... até poderia sermos nós, né? Sua resenha vai nos detalhes da personagem para mostrar isso, eu adorei!

Bom, com você gostando ou não do livro, eu tinha certeza que a sua resenha me tornaria mais íntima da Cecília e me conduziria a novos olhares e aspectos! Agora eu quero só saber quando é que o Skoob vai habilitar a opção "curtir duas vezes" uma resenha!!!


Ana Sá 23/04/2023minha estante
Obs.: a questão da empatia no ramo da medicina, do modo como você trouxe, foi especialmente enriquecedora pra mim!


Flávia Menezes 23/04/2023minha estante
Ana, minha querida! Muito obrigada pela dica. Você me tirou o preconceito com a literatura brasileira, e ainda me fez conhecer uma maga das palavras. A Andréa del Fuego tem uma escrita invejável, porque no pouco?ela diz tudo!

Fico muito feliz de saber que sua empatia pela Cecília aumentou. Ela é complexa?inicialmente a achamos bem abominável? mas dentro dessa indiferença, a autora soube nos mostrar a sua humanidade e isso me conquistou. Ela é perfeitamente bem concebida, e a relação dela com a empregada é muito interessante, porque essa frieza dela? quantas pessoas não falam assim? Conheço várias!! ?

Mas de verdade?um livro riquíssimo para olharmos para além da fala dela, e ver o sofrimento, o vazio, o encontro com o Bruninho (essa parte me fez literalmente chorar, porque eu vivi isso com o meu afilhadinho!), a relação abusiva com o Celso? são tantos pequenos detalhes importantes, que é preciso olhar além do óbvio, porque é muito rico!

E sobre a relação com os pais? a autora foi perfeita, porque ela em momento algum precisa explicar demais, para mostrar o que causou esse prejuízo nas relações da Cecília com as pessoas que surgem em sua vida. Uma mãe narcisista, depressiva e ausente. E ela (autora) deixou isso bem claro. O pai é até carinhoso, muito admirado por ela, mas ele ainda a trata como criança. Ela não tem voz ma família. E foi abandonada por ambos, porque o pai sempre esteve voltado para os pacientes, mas assim como faz com eles (pacientes)? de ouvir a queixa (médica), prescrever a medicação e logo depois esquecê-los completamente?ele faz o mesmo com a filha. Que família desajustada! E isso mostra muito da ausência de assertividade dela nas relações. Sem falar que ela atrai a mãe para as relações dela (depressivos) com um pouquinho do pai (desatentos às necessidades dela).

Ficaria horas falando dela, Ana. Porque que personagem rica para brincar de análise!

Mas obrigada mesmo pela dica, viu? Amei essa leitura. Agora te espero ler Faulkner, hein? Nada de fugir do meu preferidinho! ?


Geovana 23/04/2023minha estante
Flávia, vi pessoas demonizando a protagonista desse livro em algumas resenhas, mas pelo que li na sua, parece que essa leitura nos mostra justamente que ninguém é o que é a toa, sempre há uma razão profunda por trás de certos comportamentos. Gostei do seu ponto de vista na resenha ??


Flávia Menezes 23/04/2023minha estante
Muito obrigada, Geovana. Mas eu realmente não achei tudo isso que vi não. Ela tem seu lado complicado, de mulher mais amarga e na defensiva, mas é interessante o caminho que a autora nos propõe para compreendê-la. Vale a pena ler e olhar para além da superfície. ?


David 24/04/2023minha estante
Só agradecer e parabenizar pela resenha!


Flávia Menezes 25/04/2023minha estante
Obrigada, David! Eu que agradeço pela sua leitura à minha resenha.




Andresa Calil 18/12/2023

Diferente de tudo que já li
Nem sei ao certo como começar a descrever esse livro. Estaria mentindo se dissesse que no início dele eu estava super empolgada; não estava colocando muita fé que me prenderia tanto. A começar pela escrita dele que pode parecer meio confusa no início por não ter a sinalização de uma conversa, por exemplo. O texto é descrito de forma contínua, sem travessão ou observações separadas. Simplesmente vem escrito tudo junto, uma coisa só. Mas a medida que a leitura vai sendo desenvolvida essa forma de escrita permite que o leitor pense como a própria personagem. Lembro de ter ficado desconfiada de determinadas pessoas e cenários igual a doida da Cecília kkk me senti uma louca como ela. Credo!!

Vinha imaginando um possível final para essa história mas fui pega totalmente de surpresa por não ser o que eu estava imaginando e pelo livro, simplesmente, ter acabado do nada!!! DO NADA MESMO!!! Fui para o próximo capítulo crente que teria continuação e me deparei com a foto da escritora? Só ali percebi que o livro realmente tinha acabado e que a a Cecília é uma baita de uma doidona!

O livro é de fácil compreensão, leitura fluida e capítulos curtinhos que fazem a gente querer ler ?só mais um capítulo? mas no final acabar lendo mais uns 3, no mínimo ?
Del Matos 18/12/2023minha estante
Terminei exatamente assim


Andresa Calil 18/12/2023minha estante
Não estou sozinha kkk ?


Del Matos 18/12/2023minha estante
Não kkkk
Esperava tudo desse livro, menos esse final


Andresa Calil 18/12/2023minha estante
Minha amiga deduziu esse final. Eu tava esperando algo diferente, tipo ela engravidar kkk


Del Matos 18/12/2023minha estante
Eu esperava que ela fosse ficar sozinha, que todas a abandonassem


Manuella 18/12/2023minha estante
Você é muito rígida nas estrelas ???


Andresa Calil 19/12/2023minha estante
Hahahahaha ? sou mesmo! Meta pra 2024: ser mais generosa com as estrelas kkkkkkk




Paulo.Ratz 28/12/2022

QUE DOIDEIRA!
Eu ameeeei a escrita da Andrea. É um fluxozão de consciência e tudo vai acontecendo muito rápido, mas peguei o ritmo e fiquei viciado. Queria muito saber até onde a protagonista chegaria. Queria maaaais barraco e confusão, mas não critico o final, só queria mais treta. Adorei a escrita mesmo!
Luizaaa 28/12/2022minha estante
Amo o Paulo descrevendo o tipo de escrita de discurso indireto livre como fluxo de consciência, eu nunca tinha conseguido descrever estudando e ele descreveu de forma incrível


Sarah 28/12/2022minha estante
Comprei esse, to doida para ler


Gabi 28/12/2022minha estante
Comprei esse livro porque vi em um vídeo seu que você leria durante o Natal, aí aproveitei pra ler junto, e olha? loucura esse livro! A escrita dessa mulher é genial e a personagem é tão complexa e doida ?? Amei a leitura.


luanabarcelosr 29/12/2022minha estante
tô doida para ler esse! agora fiquei mais ansiosa


Ray Delfino 16/05/2023minha estante
Li por indicação sua! Acabei de terminar ele e queria saber o que tinha depoisss kkk


Tutu Cavalieri 09/07/2023minha estante
Eu adorei!!!
É uma enxurrada de emocoes, pensamentos e tudo mais




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Suelen.Philomeno 30/05/2022minha estante
Pela sua descrição, me lembra um pouco a vida, como ela é.
Estou na metade do livro.
Vamos ver?


Rafael V. 30/05/2022minha estante
Bom livro, mas acho mesmo que perde potência mais pro fim...


Suelen.Philomeno 01/06/2022minha estante
Finalizei!
E achei bem justo o encerramento, assim como eu disse anteriormente, a vida é assim. Kkkk

Me chamou muita a atenção dessa relação dela com o menino, tenho comentários sobre, mas seriam spoiler kkkk
Valeu pela resenha!


Larissacustodioo 01/06/2022minha estante
Exatamente


Rafael V. 02/06/2022minha estante
Pode comentar sobre, a minha resenha tem spoiler também.




Yee 23/02/2023

Devolva minha geleia
A história não é tão surpreendente a protagonista não gosta de ser médica e nem de sua especialização,a pediatria,afinal ela nem gosta de crianças sua profissão é fruto da conveniência de seu pai também ser médico.Contudo,ela gosta de Bruninho o filho de seu amante Celso ela ajudou no parto,ela ás vezes cuida dele como uma ?babá?,um misto de melancolia porque ela é separada e não teve filhos do seu antigo casamento.Ela precisa de terapia porque é quase o roteiro da traição da Shakira a mulher se apossa da vida da outra num nível absurdo.
Isis243 23/02/2023minha estante
Oi ? vc já terminou ?
vc gostou do final ? Vale a pena ler ?


Yee 23/02/2023minha estante
Oi Isis,terminei sim,o final tem as suas camadas acho super válido a leitura,além de ser nacional a Andréa escreve de uma forma digamos que cativante


Isis243 23/02/2023minha estante
Obrigada. Nunca li nada dela. Vou começar por este. Graças a vc!


samantha 24/02/2023minha estante
Eu sinto que ia amar esse livro kkkk




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Larissa Tabosa 03/12/2022minha estante
Eita, eu apaguei tuas respostas foi? Ou tu que apagou? Não tá aparecendo pra mim aquela primeira.


Larissa Tabosa 03/12/2022minha estante
Para mim ficou em aberto. Tanto ela pode ter sequestrado mesmo, que é o que acho que aconteceu, quanto ela pode ter devolvido depois. Como ela é doida, mas tem lá seus rompantes de sanidade, pode ter mudado de ideia, sei lá.


Nay__ 04/12/2022minha estante
Siim, isso que eu percebi a partir da leitura das outras resenhas, vai que devolveu depois né?
(Eu tinha comentado duas vezes igual e apaguei um deles, sumirão os dois ?)


Nay__ 04/12/2022minha estante
Sumiram*




Camila Alexandrino 07/05/2023

Muito superestimado pelos leitores
O livro acabou como eu esperava, mas não gostei. Cecília é uma protagonista chata, que me causou mais ranço que empatia. A leitura é fluída, mesmo assim, difícil de engolir. Aprendi muitos termos médicos-pediátricos, o que foi legal. Acho que ainda preciso digerir o final para ver se mudo minha impressão.
Daiana 28/05/2023minha estante
Acabei de terminar a leitura e foi exatamente o que eu achei, muito superestimado.


Camila Alexandrino 30/05/2023minha estante
Pois é! Acho que as pessoas deram um hype desnecessário para esse enredo. A escrita da autora é boa, mas a história em si não é tudo isso


Daiana 01/06/2023minha estante
Concordo!




olivia.tomazela 20/10/2022

Eu simplesmente devorei este livro por alguns motivos: ouvi em audiobook, é curto e a história é muito viciante. Eu queria comentar muito mais sobre o que esta pediatra que não gosta de crianças despertou em mim, mas eu daria muito spoiler. Gostei demais da história e da escrita.
Jaque.Campari 20/10/2022minha estante
Tu ouviu por qual app de audiobook menina? Tô pensando em ler, mas o preço do livro é absurdo de caro haha


olivia.tomazela 20/10/2022minha estante
Dá para ouvir pelo Play Books ou pelo Skeelo ;)
Ambos caros mas valeu a pena kkkk


Jaque.Campari 21/10/2022minha estante
Ah, então beleza hahaha vou procurar. Obrigada




Camila1856 26/09/2023

Faltou uma especialidade aqui: psiquiatra!
Pensa em um livro esquisitamente bom! Digo isso porque o livro é minúsculo e, mesmo assim, eu levei dias pra findar. Posso dizer que ele tem momentos: Cecília era uma pediatra na média, mas que a gente não espera encontrar por aí. A pediatra que não gostava de crianças. ? Ela falando sobre as doulas, foi demais. ÁCIDO.

O livro chega ser tão ácido que no início a Cecília parece aquelas médicas que nem sabe porque está ali, e a própria afirma isso, aí ela demonstra ser meio rude, daí você antipatiza. Mas não antipatiza TANTO quanto virá antipatizar Celso, ô homem frouxo! Daí a gente começa a entender que o negócio de Cecília é que o mito do instinto materno andou para esquerda enquanto a pediatra foi para a direita, aí ela teve uma vertigem no meio disso, ou seja, aquela confusão!

Nesse ponto a gente começa a ver ela como um "Malvado Favorito"... até que ela fica OBCECADA por algo inesperado, será que, afinal das contas, existe instinto materno? Perai, mais não era mito? Toda mulher vem escrito no manual: gostarás de todas as crianças, irás ter amor condicional após parir, ou...? Só com isso, já provoca e incute na gente aquele desconforto da mais pura discrepância entre a maternidade e a idealização da maternidade!

A autora faz inúmeras outras críticas: sociais, morais... Olha, com uma sagacidade e umas sacadas sarcásticas que me fez em diversos momentos imaginar que ele tem muito uma pegada do filme "Reflexões de um Liquidificador" ? eu curti bastante!

Ih, pensa num livro curto e que vai te fazer rir (só se você não ficar cheio de dedos lendo) e refletir sobre umas quantas coisas, é este! Andrea nos joga lá no porão da mente da personagem principal. Em alguns momentos parecia um fluxo de consciência desenfreado, acho que isso fez o ritmo, para mim, ser lento. Não significa que o ritmo do livro caia, porque não cai, tudo acontece com bastante dinamismo e ela não precisa tomar fôlego, ela consegue te levar adiante com esse ritmo mesmo, apenas acho que eu ia digerindo e lendo com menos rapidez, parecia que eu podia acessar a mente da nossa protagonista, e pense numa mulher com a mente barulhenta!

O final, confesso que eu pensei em algo mais dramático pra ser mais polêmico ainda ? mas foi tão estanque quanto cauterizar uma laceração. Fiquei "Cecília mulher, venha cá, me dá a mãozinha e vamos ali no andar debaixo conversar com o psiquiatra", afinal de contas, temos pediatra, obstetra, neonatologista, endocrinologista, enfermeiros, anestesista e podia ter uma continuação que seria incrível da Cecília antes, durante e após uma visitinha ao psiquiatra, fica aí a dica, imaginem o que teríamos. ?
Vania.Cristina 26/09/2023minha estante
Voce me deixou com vontade de ler. Estava em dúvida se liq ou não, muita gente não gostou, mas pelo seu texto vale a pena, mesmo sendo cansativo. Confere?


Camila1856 26/09/2023minha estante
Vânia, eu não achei cansativo sabe? Acontece que você precisa entrar nele e viver como se Cecília fosse e há um fluxo constante de "doideiras". Eu levei uns quantos dias porque achei o ritmo lento não pela execução, mas parece um filme que tem tanta coisa pra se pensar, que a gente vai assistindo em etapas. Ele é curtinho, eu daria uma chance. Se você ler, vou querer saber o que achou! ?


Vania.Cristina 27/09/2023minha estante
Combinado, Camila. ?




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Aylane Nunes 13/05/2023minha estante
Uma das coisas que não me fez dar 5 ? nesse livro foi o simples fato de o final ser aberto.


Aylane Nunes 13/05/2023minha estante
Então , sendo o final aberto, a autora deixa o leitor achar como que o livro termina.


arifrossi 14/05/2023minha estante
Exatamente e como ela é meio louca eu achei o pior




Manú Tristíssimo 16/12/2023

Mais um livro sobre mulheres a beira da loucura.
Pra entender meu ponto de vista sobre essa resenha é preciso entender à mim também.

Eu trabalhei boa parte da minha adolescência como babá, sempre gostei muito de criança e principalmente bebês. No final da adolescência comecei a me interessar muito pela neurociência do desenvolvimento infantil e qualquer coisa sobre educadoras parentais e disciplina positiva. Então, esse meu lado pessoal influencia muito sobre a minha opinião sobre o livro, até porque, ele é sobre uma pediatra que não é nenhum pouco afetuosa com crianças num geral.

Porém, ela muda completamente após "conhecer melhor" o filhinho do seu amante. É gradativamente mas completamente notável a forma que ela muda de um jeito drástico em relação à aquela criança. Ela não passa a gostar de todas as crianças do mundo, é apenas e exclusivamente ao Bruninho.

E eu tenho um opinião fortíssima sobre quem diz em uma rodinha no meio do rolê de forma descontraída que não gosta de crianças. Eu acho que existem pessoas que levam jeito pra cuidar delas, que é mais natural pra uns do que pra outros e com isso, é INACEITÁVEL simplesmente não gostar de crianças. Todo mundo já foi criança um dia e não é como se estivéssemos falando sobre pizzas e sorvetes, e sim sobre uma fase do ser humano, uma fase que todo mundo passa por ela e é a mais importante pra definir caráter de cada idiota desse mundo.

Portanto, acredito que a nossa pediatra simplesmente não sabe lidar com esse lado afetuoso em relação aos seus pacientes devido a rotina de escutar dos pais o que a criança está sentindo e dizer novamente aos pais o que fazer. Pra ela é automático, é protocolo e arrisco dizer que faz dela uma ótima profissional. (Mas não a melhor e não que eu concorde com esse jeito de trabalhar.)

Acredito que, por ser filho de um homem que ela tem um tipo de troca íntima, ela pôde finalmente se conectar com uma criança de verdade, sem o protocolo. E isso a levou a beira da loucura. E crianças são fáceis pra deixar qualquer pessoa louca, seja de amor ou de cansaço!

E o que eu senti lendo esse livro?
Eu amei a sensação de estar lendo sobre uma grande fofoca de uma empregada grávida, pizzaria, segurança e creches negligentes. Uma delícia os capítulos diretos e uma escrita muito envolvente. Acompanhar Cecília até o último capítulo foi como assistir a minha própria loucura e apesar de odiar finais alternativos, esse aqui me deixou com uma curiosidade genuína de saber até onde ela conseguiu chegar. É como se eu pudesse até ver a notícia na TV e nos sites contando tudo que aconteceu.
Fabio 17/12/2023minha estante
Belíssima, resenha, Manú!
Parabéns!!????


Manú Tristíssimo 18/12/2023minha estante
Muito obrigada por tirar um tempinho pra ler, Fábio! ??


Fabio 19/12/2023minha estante
De nada, querida!!!?




Natasha 22/07/2022

Uma loucura
O livro relata sobre a vida de Cecília, uma pediatra que fez medicina por pressão do pai e que detesta crianças.
É cômico, pois mostra sua vida totalmente uma bagunça devido a seu amante, que ela não gosta, mas também não consegue se desprender.
Jheinis.Duarte 22/07/2022minha estante
Meu deus kkj


Natasha 22/07/2022minha estante
Esse é aquele tipo de vida que se você acha que sua vida tá ruim, é porque não a desta mulher kkkkkkk


Jheinis.Duarte 22/07/2022minha estante
Kkkkkkk tenso




João 21/04/2022

Com tantos livros na nossa literatura e a repetição sem aprofundamento de diversos temas, é sempre uma grande surpresa quando uma história tem realmente algo a acrescentar ao nosso repertório.

Apenas pelo título, A Pediatra já havia conquistado minha atenção desde o lançamento, mas foi só quando ouvi uma entrevista da autora ao podcast 451 que o impulso para ler o livro ficou irresistível, na época eu estava estagiando numa maternidade e a forma como ela apresentou o livro fisgou minha atenção.

O livro é narrado em primeira pessoa ? pela neonatologista Cecília ? numa linha tênue entre o irônico e o cruel; ela é o tipo de personagem que cativa o leitor a continuar lendo pela imprevisibilidade de seu comportamento, podemos esperar qualquer coisa dela.

Os principais temas do livro são a Mercantilização do parto e Maternidade patológica (e ouso apostar que nada que você tenha lido sobre maternidade foi nesta pegada). Recomendo a quem procura ler algo novo e inesperado.
Mariana 22/04/2022minha estante
Curiosidade: A Cecília é sarcástica?


João 22/04/2022minha estante
Pior que não muito, ela é mt direta, as coisas que a gente disfarçaria com sarcasmo ela pensa inescrupulosamente


João Paulo 22/04/2022minha estante
muito bom esse livro




Juliane.Motta 26/12/2022

Gostosinho e fluído
História cativante, ótima construção da personagem central, Cecília, a pediatra considerada canalha na contra-capa, que para mim foi tornando-se muito familiar, sobretudo na profissão de "cuidar" e na distância do que se esperam e do que, de fato, somos.
Livro fininho, com ritmo e fluidez na medida pra você não querer parar de ler. Deliciosamente autêntico e franco. Andrea del Fuego arrasou!
Recomendo muito.
Clarissa 26/12/2022minha estante
Você leu físico ou PDF?


Juliane.Motta 26/12/2022minha estante
Físico. Não consigo ler quase nada digital ?




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