rickspcrkr 22/03/2023
?Eles se olharam e, como todo homem que amava outro homem, choraram.?
Avassaladora, trágica e bela. Assim é a história de Atlas Lefrève. Atlas presencia ainda pequeno o assassinato da mãe pelas mãos do pai e desenvolve um trauma relacionado a livros. Ao ver tamanha violência, todas as vezes em que ele tenta ler um livro, as memórias com sua mãe contando histórias para ele vêm à tona. Após a tragédia, ele é encaminhado para um orfanato onde é adotado pelo Sr. Lefrève, um senhor gentil acometido pelo alzheimer. Certo dia, um professor obriga Atlas a ler um trecho de um livro para toda a sala e em meio ao desespero e frustração de Atlas diante da situação, surge Finnick Dermott. O marquês lê o trecho pelo garoto e a partir daí inicia-se uma amizade e, dessa amizade, uma paixão. Atlas é a noite - retraído, alguém que não conhece o que é ser amado e cuidado desde a morte da mãe. Finnick é o sol da manhã - expontâneo, um artista em processo de autodescoberta. A paixão dos dois se desenvolve lindamente ao passo em que Dermott ajuda Atlas a superar seus traumas, até que em determinado momento a morte do marquês separa os garotos. Devastado e sozinho, Atlas encontra na biblioteca onde trabalha um livro que lhe permite reviver suas memórias com Finnick e o traz de volta como um fantasma. O livro, no entanto, contém muitas outras almas aprisionadas e a partir delas e de suas histórias os garotos descobrirão que possuem uma união além daquela vida. Um romance poético que aborda sobre solidão, amor proibido, xenofobia, sacrifício e com um final trágico, mas tocante. Que orgulho de saber que temos um livro nacional tão cativante como este!