nayanebrito 29/05/2022(Re)Construindo a vidaAos 25 anos, Queenie está passando por um término de relacionamento doloroso com seu namorado de longa data Tom, e está prestes a deixar seu trabalho no jornal de Londres. As coisas não vão nada bem. Ela faz más escolhas, tem uma série de encontros ruins e se vê completamente perdida.
Por causa dessas situações, ela enfrenta sérios problemas de saúde, principalmente mentais, no entanto, não sabe o que poderia fazer diferente. As únicas coisas que ela tem certeza nessa fase da vida: que é jovem e almeja se adequar naquela sociedade. Queenie se vê diante de graves crises de ansiedade e escassa saúde mental por conta do passado, do presente e do futuro, já que tudo o que parecia ser certo, não é mais.
Morando na maior cidade do Reino Unido, fazendo um trabalho que ama, Queenie percebe que não consegue participar e ter sua voz ouvida, especialmente sendo uma mulher negra em um ambiente predominantemente branco e de classe média. O relacionamento dela com Tom, um cara branco que não entendia suas questões e vivia repreendendo tudo, seja sua família ou sua forma de se portar no mundo, finalmente teve seu fim, mas ela não se sente nada feliz. Tudo é demais para Queenie e por causa disso ela começa a se consultar com um psiquiatra para ajudá-la entender quem realmente é e o que ela quer da vida.
Houve momentos difíceis na trama e alguns que me fizeram querer abraçar a Queenie. Ao longo das páginas, percebi que ela parecia apenas uma garota confusa. Se eu não soubesse sua idade, daria em torno de 18-19 anos. Percebemos que o passado machucou muito e essa nova 'separação' a levou ao limite.
Se trata de um livro sobre a jornada de uma mulher que busca se encontrar, e para isso, ela conta com apoio de sua família e amigos. É comovente às vezes, alarmante em outros. Algumas cenas são bem difíceis de ler, especialmente as sexuais e isso não é por causa do sexo, mas porque na maioria das vezes Queenie não queria sexo, mas também não queria dizer não. Ela queria compaixão, alguém que estivesse lá para ela, mesmo que apenas por algumas horas, mas cedeu aos homens que só sabiam usá-la, infelizmente. Apesar desses temas, a trama possui o humor britânico característico, o que torna a obra bem equilibrada.
No geral, é uma ótima história que prendeu meu interesse. Por ser o debut da autora, acredito que ela começou super bem e já quero conferir os próximos trabalhos.