Aline Marques 12/05/2018O que nos une... [IG @ousejalivros]Uma das afirmações mais conhecidas (e poderosas) de Angelou é a de que ser feminista é inevitável, pois, como mulher, seria estranho não lutar por si mesma.
Em "Carta a minha filha", essa verdade elementar comanda a narrativa, formada por curtos capítulos que se alternam entre ensaios, relatos e poesias, destinados a todas as mulheres do mundo que, independente de sua origem, aparência e personalidade, merecem ser reconhecidas, amadas e compreendidas.
Através de suas experiências pessoais, a autora constrói uma relação com o leitor, dinâmica e duradoura, abordando temas tabus indispensáveis para o crescimento pessoal e social, reforçados pela sua fé e humanidade.
Nada é descartado! A opressão e feiúra do racismo e do machismo dividem as páginas com a força e beleza da honestidade e apoio da família, impelindo reflexões e debates que, possivelmente, transformarão vidas.
Como a maioria das mães, Angelou acredita que seus erros e sacrifícios devam servir de lição, não sendo necessário que, ao conhecer a sua história (e ao aprender com ela), seus filhos vivenciem o mesmo. Também, como mãe, ela sabe que tal pensamento é ingenuidade.
Como filhas, mulheres e leitoras, nos resta fortalecer nossos corações, "encorajando-os a marcarem um ritmo enfático e inabalável" para assim, quem sabe, "encontrarmos uma casa, dentro de nós mesmas" e conquistarmos a nossa identidade.
Um presente ímpar, para ser mantido ao alcance dos olhos e da alma.