joana543 29/07/2022
Sinais divinos, treinamentos de incêndio e amor
Esse foi possivelmente o segundo melhor livro de romance que li esse ano. E nem sei porque demorei tanto para escrever essa resenha. Talvez por ter finalizado a leitura desejando muito outras 100 páginas.
Quando eu li as sinopses dos livros da coleção das Irmãs Brown, esse segundo foi o que menos me cativou de imediato. Talvez fosse uma aversão ao que eu sabia que encontraria, uma identificação com a Dani em muitos aspectos.
O interesse pelo mundo acadêmico, pela narrativa de mulheres negras, o receio de se ocupar tanto dessas coisas que as pessoas comecem a parecer impecilhos, ou de que elas pensem que somos difíceis demais de amar. Distantes e incapazes de afeto real. Para além disso, o desenvolvimento da personagem é excepcional.
Suas ações permanecem coerentes do início ao fim da narrativa, de modo que você a entende embora questione algumas de suas ações. Dani é forte e segura, e o livro traça um caminho inspirador até que ela perceba que tais qualidades não são o completo oposto de ser vulnarável.
O Zaf é irritantemente maravilhoso. (Metade do ano, e eu tenho outro crush literário) A timidez, o desconforto com o convívio social, a inabilidade com tecnologia, o amor pela família, e a disposição para ser cuidadoso e atencioso sem esperar nada em troca aqueceram meu coração o livro inteiro. O plano de fundo do personagem, e a forma como ele dá continuidade à trajetória de transformar seu sofrimento em outra coisa, é incrível.
Hibbert tem um jeito de abordar questões que trazem sofrimento aos personagens de forma leve e cuidadosa, e isso torna a leitura muito mais fluída. A química entre o casal é impecável, os diálogos são instigantes, o roteiro não é arrastado e nem se prolonga demais. Eu só gostaria de ter lido mais momentos entre as irmãs.