Helaina 04/03/2023
A sinopse chamou minha atenção, assim como o local, Londres, onde se passa a história, então foi só uma questão de oportunidade para eu iniciar a leitura
No princípio somos apresentados aos costumes da realeza britânica nos anos 1930 e da mesma forma que Georgie, eu passei a desejar distância dos costumes deles. Senti pena por uma mulher nascer praticamente condenada a um destino desses ao mesmo tempo em que parece algo bobo quando pensamos em tantos outros problemas que podemos ter na vida. Mas que dá um ranço, a isso dá.
"Uma dama consegue se controlar. Uma dama sempre consegue controlar suas emoções. Uma dama sempre consegue controlar suas expressões. Uma dama sempre consegue controlar seu corpo."
Georgie quer se livrar disso, e como não conseguiu se casar, suas opções são continuar morando com o irmão e a cunhada, extremamente reguladora, ou tentar ganhar a vida em Londres. No entanto, para uma mulher que foi criada para o matrimônio acostumada a não fazer nada sem a ajuda de uma criada, não parece ser uma tarefa fácil. O primeiro passo é; sozinha e sem dinheiro, tomar conta da casa da família. Depois conseguir um emprego, para ter como se sustentar e em terceiro, fugir da vigilância da rainha que zela pelas aparências de todos os membros da família real. Mesmo os parentes mais distantes.
"Outras pessoas da minha idade tinham aprendido a pensar por si próprias. Eu nunca tive que tomar uma decisão sozinha."
Entre erros e acertos, a protagonista vai construindo sua vida e encontrando antigos amigos de escola pelo caminho e conforme sonha; o amor. Ela não é avessa ao casamento, só não quer se entregar a um relacionamento arranjado, nem ficar como sua mãe, que não se aquieta em um relacionamento. Esse lado da família de Georgie não é muito bem visto pela família real, mas a interação dela com o avô é uma das coisas mais fofas desse livro.
O casal apresentado aqui não me conquistou, mas já li a respeito dos próximos livros com a personagem e descobri que a dupla ainda vai ser trabalhada e parece que o moço tem motivo para agir da maneira que age. No fundo acho que vão dar certo, só me intimidei pelo comportamento um pouco atirado dele. Mas eu me assusto facilmente com pessoas, então não sou um bom parâmetro.
Sobre a espionagem, bem, esqueçam os detetives e policiais, não é bem isso que acontece aqui. E sobre o assassinato mencionado na sinopse, tenham muita paciência. Eu até esqueci que teria um pelo tanto que demorou a acontecer… Esse livro não se parece em nada com Hercule Poirot ou Sherlock Holmes. Há até uma menção ao detetive londrino mostrando que ele não existe no universo dessa história.
"Ele olhou pela janela do taxi quando paramos na esquina da Baker Street. Olhei para o lugar onde o número 221b deveria estar e desejei que fosse real."
Narrado em primeira pessoa, a história flui com rapidez e se não fossem as expectativas que criei a respeito da leitura (estou muito num clima de detetives analisando evidências), teria aproveitado mais. O crime é solucionado de forma rápida e sem envolver as deduções no estilo Sherlock, entretanto, de forma alguma isso faz o livro ser ruim.
Apesar de haver mais livros com a protagonista, esse aqui tem o final fechado e dispensa a leitura dos próximos para mais detalhes. A não ser que você queira saber mais sobre o destino de Georgie tentando ganhar a vida em Londres e encontrar o amor.
Recomendo para quem está buscando uma leitura leve, com toques de humor e mistério.
site: https://hipercriativa.blogspot.com/2023/02/resenha-espia-da-realeza.html