O pacto da branquitude

O pacto da branquitude Cida Bento




Resenhas - O pacto da branquitude


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Wallace17 24/06/2022

Branquitude em cheque
"As instituições públicas, privadas e da sociedade civil definem, regulamentam e transmitem um modo de funcionamento que torna homogêneo e uniforme não só os processos, ferramentas, sistema de valores, mas também o perfil de seus empregados e lideranças, majoritariamente masculino e branco. Essa transmissão através da gerações e altera pouco a hierarquia das relações de dominação ali incrustadas. Esse fenômeno tem um nome, branquitude, e sua perpetuação no tempo se deve a um pacto de cumplicidade não verbalizado entre pessoas brancas, que visa manter seus privilégios".

Cida Bento é uma ponta de lança da negritude! Numa analogia bem rasa (peço perdão, desde já) O Pacto da Branquitude é uma crítica poderosa contra aquelas fotos de fim de ano das empresas da Faria Lima. Fotos de desembargadores, diretores ou daquelas formaturas de médicos e afins. Fotos que só tem gente branca feliz e de barriga cheia.

Aí vem aquela pergunta: Onde estão os negros???

Na ideologia neoliberal o sucesso depende do seu esforço e dedicação. Porém, o sol "brilha mais forte" para quem nasceu branco numa sociedade racializada. Não é o tal do "mimimi", são só as coisas como são. Por exemplo: quem condena e quem é condenado? Quem mata e quem é assassinado? Quem dirige e quem é dirigido? Quem mora em mansões e quem mora em favelas? O Google responde fácil essas perguntas.

Felizmente, o movimento negro luta pela equiparação social e aos poucos nós vamos chegando e ocupando os espaços. Vide esse livro, fruto de uma pesquisa acadêmica bem sucedida. Lê-lo é lavar a roupa sujíssima da ideologia de Gilberto Freyre e seus semelhantes.

Por fim, pessoas brancas não estão acostumadas em ser racializadas, tampouco ser objeto de estudo. Ler este livro pode ser o primeiro passo para parar de reproduzir mitos como: meritocracia; racismo como desvio comportamental individual; ou que o diverso é tudo aquilo diferente do branco (branco, não é universal).

Para as pretes, este livro pode representar a suspensão da carga pesada do fracasso e do insucesso desta sociedade capitalista competitiva.
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Ronan 25/07/2022

A obra é concisa, muito bem escrita e bastante relevante nas contribuições trazidas para o tema que aborda. A autora escreve com bastante propriedade pois atuou como psicóloga organizacional da área de recrutamento e pôde constatar, na prática, ao longo dos seus anos de trabalho, o tema sobre o qual disserta e que embasou suas pesquisas.
Ela constatou nas instituições públicas e privadas uma espécie de acordo velado, tácito, não verbalizado, entre brancos com marcado viés de gênero (machismo) no sentido de vetar o acesso de pessoas negras, sobretudo mulheres, a posições de destaque ou de comando dentro das empresas, tentando mantê-las em posições subalternas usando como justificativa o discurso da meritocracia . Esse pacto, um pacto narcísico como ela demonstra, acaba por corroborar situações de subalternização, hierarquizações e manutenção dos privilégios brancos (que não são reconhecidos como tais, já que são naturalizados). Outro tema importante levantado pela autora é o ponto de vista pelo qual a branquitude se vê, ou melhor, não se vê, em outras palavras, a branquitude se coloca como categoria universal e exclui outros grupos, sem enxergar nela mesma um grupo, obviamente essa ?universalização? reforça seus privilégios e naturaliza hierarquias há muito estabelecidas e que a beneficiam. Todos esses fenômenos perpassam não somente as instituições mas também o mundo político, manifestando-se em governos de fortes vieses autoritário, xenofóbico e machista. Como historiador achei muito pertinente o ponto em que ela menciona que a branquitude não reconhece ou prefere não enxergar a herança de horror, morte e violência legada pelos seus antepassados escravistas na medida em que esse reconhecimento também poderia colocar em xeque seus privilégios minando seu argumento meritocrático.
Toda a trajetória de Cida e sua atuação junto ao CEERT, centro de estudos das relações de trabalho e desigualdade, órgão que menciona várias vezes, é propositiva, isso fica muito evidente ao longo da obra, em especial em suas páginas finais, esse viés propositivo é um alento e também uma lembrança do quanto ainda é necessário avançar nessas questões. Sua obra sem dúvida contribui muito para o entendimento dessas dinâmicas e portanto para sua superação, que esperamos, seja célere.
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@leitoraincomum 26/07/2022

Ótimo ponto de partida
Nesse livro, Cida Bento trás de forma didática e crua os motivos que fazem com que se perpetuem as desigualdades raciais: uma branquitude que mesmo sem nada documentado se une para permanecer com seus privilégios excluindo os "outros" de diversas maneiras e alimentando o racismo estrutural.

Aqui traz várias linhas para se pesquisar e desconstruir o pacto que culpabiliza as verdadeiras vítimas.
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Luccrazy 11/09/2022

Fardo pesado
Esse deveria ser o real nome do livro, mas com a gentileza e suavidade em abordar temas tão espinhosos Cida Bento i converte e O Pacto da Branquitude.
Um pacto q esconde bosso legado escravocata, que ignoranas disparidades estruturais de acesso.
Mas ela areja nossas mentes em lutar por espaços de acolhida e quebra de racismo em todas as formas: nas empresas em particular, onde ela descontrói a mitica da MERITOCRACIA.
Um belo livro de provocação e ?enquadrada nos brancos? sobre seu fardo de responsabilidade de transformação social.
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Fernandes99 17/09/2022

Perfeito para entender a questão racial no Brasil
O livro é perfeito. A autora traz dados estatísticos para convencer, até menos os mais resultantes, de que, sim, existe racismo. E explica que esse racismo é mentido através de um pacto tácito entre os brancos pra manter os privilégios escravocratas.
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Irving Bruno 20/09/2022

Muito bom e NECESSÁRIO, mas poderia ser melhor...
Livro que começa forte, falando de história e dados, quebrando com qualquer argumento do mito da Democracia Racial.
Um dado, entre muitos, chama muita atenção:

"A população negra trabalha em média 2 horas a mais e ganha 30% menos comparado aos não negros no Brasil, sendo que mulheres negras trabalham quase o dobro para obter o mesmo salário que um homem branco."

Outro dado interessante é como o Judiciário
penaliza com muito mais força crimes relacionados a classes pobres e negras, enquanto vale muito a pena cometer crimes milionários, chamados de CRIMES DO COLARINHO BRANCO, praticado por homens brancos em sua maioria esmagadora.

Diante dados incríveis, o livro só não ganha 5 estrelas porque a incrível autora , ao meu ver, fica dando voltas, repetindo falas e dando ênfase a processos que ela viveu e presenciou, em especial o CEERT. Acho que isso deixou a leitura meio chata e academizado pro final, mas nada que faça o livro deixar de ser necessário.

Aprendi bastante com ele e estarei atento a mais obras da autora.
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Henrico.Iturriet 05/01/2023

Brancos
É necessário que os brancos leiam esse livro mais do que os pretos, até porque nada da fragilidade branca, desautorização branca e ideal europeu universal branco não seja vivenciado por negros como nós.

Sempre será necessária essa atualização constante, mas aqui, além do negro, a etnicidade branca é o tema: como a branquitude funciona?
Por isso os brancos devem debater sobre si mesmos, e não só o ?problema negro?.
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Sâm 10/10/2022

Como destruir um sistema desigual e desonesto
Um livro direto sem arrudeios que visa explicar e detalhar os privilégios de uma pessoa branca no Brasil e no mundo em vários áreas e o histórico de subalternidade a pessoas negras, e todo o enredo escravocrata e o quanto isso resultou e resulta até hoje no racismo em várias áreas e como as ações afirmativas são importantes para pagar essa dívida histórica e acabar de vez com o mito da meritocracia.
Em geral gostei do livro, penso que o público maior a se atingir são os brancos, sobretudo antifascistas.

Leiam.
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Alice - Avesso do Caos 27/10/2022

Precisamos falar sobre isso
Livro necessário para um país com a nossa história. Precisamos nos dar conta de todo o privilégio e de como as dinâmicas sociais se dão na prática para desconstruir e reconstruir a partir de um lugar de visibilidade.
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Cesar Loyola 07/11/2022

Uma leitura que vale a pena, principalmente para quem quer entender pelhos questões sobre racismo e a ideia de "supremacia" ou superioridade da branquitude, esta que leva a ambliar as desigualdades, preconceitos e violência na sociedade, tanto em relações aos negros como a outras minorias.
Leitura recomendadissima, para quem quer aprender e encontrar seu lugar na luta antirracista, seja branco ou preto!
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Asheley.Jesus 29/11/2022

Um livro ótimo para quem busca conhecer mais sobre os problemas racistas do nosso cotidiano, é uma leitura fácil se comparada com outros livros que tratam de assuntos sérios, achei que seria mais difícil de ler
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Alexandre249 02/12/2022

Ótima obra introdutória sobre branquitude
Livro muito bem fundamentado sobre a questão da branquitude. Traz um repertório rico de fontes de informação entre pesquisas e referências a outros livros sobre o tema.
Mais olhares, pais possibilidades de discussão e ação no campo da luta contra o racismo.
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Tamara 13/12/2022

O pacto da branquitude
Livro de 2022, super atual, Cida Bento é psicóloga por isso me chamou atenção o livro dela. Gente esse livro precisa ser divulgado, pq é uma potência! A Cida escancara uma estrutura de privilégios da branquitude, e como esse lógica atravessa gerações, impactando na hierarquia social. Pioneira nos estudos de branquitude, ela da uma aula de como o passado colonial e escravocrata, deixa marcas, influenciado diretamente no racismo e as desigualdades presentes nesse país. Ela aborda o conceito de racismo institucional, que consiste em práticas ?neutras? no presente, que perpetuam o efeito da discriminação praticada no passado. Como eu sempre digo, apenas leiam!
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gabs pina 10/05/2024

Eu tenho um apego emocional a livros que não explicitamente me convidam para visitá-la várias e várias vezes. E desde o início eu sabia que com este não seria diferente. ?O pacto da branquitude? me relembra o quanto precisamos, enquanto sociedade, lutar pelo o antirracismo e pensar o pacto narcísico da branquitude que é pautado desde o período colonial do Brasil.
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Raoni Pereira 18/12/2022

Um pacto de cumplicidade não verbalizado
A autora Cida Bento foi eleita em 2015 pela The Economist uma das cinquenta pessoas mais influentes do mundo no campo da diversidade.

Segundo a autora: "fala-se muito na herança de escravidão e nos seus impactos negativos para as populações negras, mas quase nunca se fala na herança escravocrata e nos seus impactos positivos para as pessoas brancas."

Há de se lembrar que o Brasil foi o destino de 47% de todo o tráfico de escravizados no mundo entre 1501 e 1866, ou seja, este valor corresponde a 5,8 milhões de pessoas, mão de obra base de sustentação da economia brasileira. Também foi o último país a abolir o regime escravocrata
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