Sarah 13/02/2024
"aos poucos o apartamento foi se enchendo de plantas até se transformar em uma selva. sempre pensei que a selva eram os mortos da minha mãe. seus mortos renascidos"
amo livros pela perspectiva de crianças, principalmente quando se trata da perda da inocencia, Cláudia tinha só oito anos, era tagarela, super inteligente, perguntava sobre tudo, respondia além do que a perguntavam, era muito carinhosa, embora os pais dificilmente demonstrassem reciprocidade nesse carinho, tinha medo do monstro que habitava o interior do seu pai, tinha medo que sua mãe se jogasse do precipício e afundasse no abismo, mas mesmo assim, era uma criança como tantas.
esse livro é excelente para quem está com ressaca literária, a forma de escrita flui muito bem, não é arrastado, você se prende facilmente na trama e, embora traga temas intensos como a morte, ser narrado por uma criança passa-se uma perspectiva menos "horrível", embora o final tenha sim sido horrível, li as últimas páginas três vezes pensando que perdi algo, mas a autora simplesmente cansou de escrever e terminou a obra, uma infelicidade... mas com certeza leria outros da mesma