Caderno proibido

Caderno proibido Alba de Céspedes




Resenhas - Caderno proibido


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Bookster Pedro Pacifico 13/07/2024

Caderno Proibido, de Alba de Céspedes
Comprar um caderno para usar de diário é um ato de liberdade. Ao menos para uma mulher na Itália da década de 50. Valeria, uma mulher de cerca de 40 anos, se coloca sempre em último plano. Seu marido, que a chama de “mamãe”, e seus filhos são a prioridade. Talvez por isso ela enxergue o ato de escrever e de refletir como uma transgressão. Teria ela direito de tirar um tempo para si, para seus próprios conflitos internos?

A leitura é feita a partir do próprio diário, em um período de cerca de 6 meses. Lemos as descobertas que a protagonista vai fazendo sobre a sua própria situação. São reflexões sobre a maternidade, o casamento, o trabalho e as dificuldades de lidar com as diferenças geracionais entre a sua educação e de seus filhos.

É muito interessante - e ao mesmo tempo incômodo - de perceber como o processo de consciência que Valeria vai tendo sobre a sua realidade e suas insatisfações assusta a protagonista. Seria melhor deixar esses pensamentos de lado e apenas seguir a vida no automático?

E a atualidade da história de Valeria impressiona. Publicado em 1952, há mais de 70 anos, a obra da autora italiana ainda revela muitos dos anseios e sentimento de culpa que assombra as mulheres. A dificuldade de conciliar o trabalho com a criação dos filhos e o cuidado da casa. A necessidade de sempre precisar se mostrar capaz. O medo de dar uma chance aos próprios desejos. E a lista não caberia aqui nesse pequeno espaço.

Aos poucos, uma nova figura acaba tomando um papel maior nos seus sentimentos e Valeria acaba se vendo em um impasse. Uma leitura muito fácil, envolvente e que desperta inúmeras reflexões no leitor. A autora influenciou Elena Ferrante e, sem dúvidas, continuará impactando inúmeras novas histórias.

E o livro foi o escolhido para o tema LIBERDADE do #DesafioBookster2024.

Nota 10/10

Post: https://www.instagram.com/p/C7xYbZeRZdK/
Site: https://booksterpp.com.br/
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Carolina.Gomes 24/10/2022

O diário de Valéria
Curioso como alguns livros conversam tão intimamente com o leitor. Parece que o autor perscruta nossa alma e coloca ali, diante dos nossos olhos, nossos segredos, medos, angústias.

Foi exatamente assim que me senti com essa leitura. Impossível, para uma mulher, não se identificar com Valéria.

A personagem é uma mulher que, com o casamento, perde a própria identidade e passa a ser chamada de mamãe até pelo marido.

Ela não tem uma narrativa própria, tudo é contado a partir do seu relacionamento com os filhos e com o marido. Como se sua existência dependesse do núcleo familiar.

Escrever sua rotina, num caderno, lhe parece um delito, como se ela não tivesse direito ao mínimo de privacidade.

A partir da escrita, Valéria vai se redescobrindo e confrontando-se com desejos e vontades já esquecidos. Isso lhe causa culpa, medo e inquietação. Mas é impossível parar de escrever? a autodescoberta é um processo irreversível.

O inicio do caderno é marcado pelos acontecimentos rotineiros e sem importância, mas a medida que Valeria escreve, sua alma é exposta de forma poética e muito tocante.

Senti a angústia da personagem, sua invisibilidade, seu medo de não conseguir ?ser? sem se apoiar naquelas pessoas que a cercam.

Pensei no quanto somos anuladas pelos papéis que exercemos e sobre a necessidade de estarmos atentas para não nos perdermos de nós.

Alba de Céspedes me apresentou a Valéria e nela, vi a mim mesma e tantas outras mulheres que conheço.

Uma das minhas melhores leituras do ano, seguramente.
Fabricio268 25/10/2022minha estante
Gostei. Vou procurar esse livro. Obrigado.


Marilia 25/10/2022minha estante
Nossaaa, fiquei doida pra ler com essa resenha! Talvez eu passe ele na frente dos outros ?


Suelen.Philomeno 02/03/2023minha estante
Estou lendo e ja me sinto representada nessa resenha.


Raquel 19/04/2023minha estante
Estou lendo o livro agora! Amei as tuas impressões


Valentina 15/06/2024minha estante
Senti exatamente a mesma coisa! Livro incrível


Catarina 27/06/2024minha estante
Nossa. Que vontade de ler esse. Bela resenha ??




Cleber 26/03/2024

Alba de Céspedes
Acompanhando a LC de março do canal do Pedro Pacífico, Bookster.
Gostei muito da leitura e da forma como o livro foi escrito com capítulos curtos e em primeira pessoa.
Vou aguardar o final da LC para deixar mais impressões sem deixar spoilers.
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Leila de Carvalho e Gonçalves 23/06/2022

O Diário
A escritora italiana Alba de Céspedes (1911-1997) permaneceu ignorada pela critica durante muito tempo, apesar de seus livros sempre terem vendido bem. Entretanto, nos últimos anos, sua obra sofreu uma reavaliação e finalmente lhe foi conferida a devida importância, passando a constar entre as percursoras do movimento feminista na ficção. Aliás, é notória a influência das questões abordadas pela escritora na temática de Elena Ferrante que chegou a citar um de seus romances, Dalla Parte Di Lei, em Frantumaglia: Os Caminhos De Uma Escritora.

Contudo, o livro mais conhecido de Céspedes não é esse, mas Caderno Proibido que acaba de ser lançado no Brasil pela Companhia Das Letras, com tradução de Joana Angélica d?Avila Melo e interessante posfácio de Mariella Muscariello.

Escrito em 1952 no formato de diário, ele apresenta a dinâmica de uma família de classe média romana a partir da perspectiva de Valéria Corsati que, casada com Michele e mãe de dois filhos já crescidos, Mirella e Ricardo, divide seu tempo entre as tarefas domésticas e o emprego num escritório.

A narrativa cobre um período de seis meses e começa numa ensolarada manhã de domingo, quando ela resolve caminhar e, aproveitando o passeio, levar cigarros para o marido, que ainda dorme. Na tabacaria, um caderno chama sua atenção e, movida pelo irreprimível desejo de escrever um diário, Valeria consegue comprá-lo após alguma insistência, pois de acordo com a legislação local, só é permitida a comercialização de produtos essenciais ? fumo, bebida e comida ? nesse dia da semana.

Após esconder o caderno dentro do casaco, a protagonista retorna para casa temerosa e se sentindo culpada, pois sabe que o destino que pretende dar a ele, não será compreendido, nem bem recebido pela família. O diário torna-se o seu segredo e, longe dos olhares de Michele e das ?crianças?, o que deveria ser uma mera coletânea de lembranças, desencadeia um processo de autodescoberta capaz de desmoronar o mundo perfeito que sempre imaginou ter, inclusive, operando decisivas transformações na sua maneira de pensar e agir.

A bem da verdade, mudanças de paradigmas não são bem-vindas, em especial, numa sociedade conservadora como era a Itália em meados do século passado. Portanto, aos 40 anos, Valéria deve comportar-se tal qual uma respeitável senhora cujo marido a trata pelo execrável apelido de ?mamãezinha?, e os filhos, já crescidos e envolvidos com os próprios problemas, logo deverão estar casados e lhe dando netos. A aceitação desse prólogo da velhice é o fulcro da narrativa e remetendo a Hamlet: transgredir ou não, eis a questão.

Enfim, Caderno Proibido é um romance que gira em torno de personagens complexas, discorre sobre decisões difíceis e, sobretudo, revela uma história cuja contextualização é relevante para o processo interativo das personagens. Um processo que, ao abarcar temas universais como o desgaste do casamento e os conflitos geracionais, traz à luz uma miríade de sentimentos e emoções exibida com fluidez e na medida exata. Recomendo.
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Max 10/09/2024

Um caderno...
Depois de nos apaixonarmos pela tetralogia napolitana da Elena Ferrante, uma indicação de leitura sua é quase obrigatória.
E não me decepcionou!
Aqui a personagem externa a crônica de sua vida em um caderno, em segredo, como um confidente.
Nessa catarse narrativa, o registro dos acontecimentos tomam forma, tornando-se palpáveis. Nesse instante, materializada por sua escrita, enxerga sua vida e a si mesma, se transforma, pois não quer mais ser levada à reboque daquilo que escreveu, quer ser protagonista de sua história.
Identifiquei-me, quando de forma crítica percebi que vivemos boa parte de nossa vida antevendo o futuro baseado na interpretação, idealizada, do passado. Depreendi, provocado pela autora, que temos de estar atentos ao presente, ao agora, valorizando a quem, por escolha, nos sentimos próximos...
A consciência de que vivemos nesse instante, neste momento, sendo bom ou ruim, é um privilégio, pois sentir é a prova inequívoca de que a vida ainda pulsa em nós...
Recomendo!
Emerson Meira 10/09/2024minha estante
Ótima resenha Max! ????
Fiquei curioso pra ler ?


Max 10/09/2024minha estante
Obrigado, poeta Emerson!


Débora 10/09/2024minha estante
Amei a resenha e fico muito feliz que tenha gostado também, Max!!!?


Max 10/09/2024minha estante
Obrigado, Débora querida, o livro é simples e na simplicidade a beleza...?


nathaliart 10/09/2024minha estante
Que bom que tenha gostado! Esse livro rende discussões excelentes sobre o papel da mulher na sociedade e seu apagamento.


Max 10/09/2024minha estante
Nathalia, é preciso descortinar o pensamento daquele tempo e perceber o processo delicado com que ela passa a olhar para si, foi isso que mais gostei...


Vania.Cristina 11/09/2024minha estante
É muito livro bom pra ler ? Tem hora que bate um desespero... Mais um que preciso colocar na fila, né gente. Obrigada Max, pela resenha sensível.


Max 11/09/2024minha estante
Obrigado, Vania! ?
Ultimamente ando lendo livros tão bons, que experimento um prazeroso entorpecimento contínuo...?




FláRocha 13/05/2023

Deprimida!
Este livro desgraçou minha cabeça de um jeito que não sei nem explicar. Vou levar um tempo pra me recuperar. Mas é maravilhoso!
edna.ribeiro 13/05/2023minha estante
Desgraçou minha cabeça mas recomendo. Conheço bem essa dualidade. Hahaha




aline203 29/03/2024

Para uma fã de Elena Ferrante como eu, não foi difícil se apaixonar por Caderno Proibido. Nota-se desde o estilo da escrita, até o universo são muito próximas uma da outra.
O livro é escrito em formato de diário, e como todo diário estamos dentro da cabeça de quem o escreve.
Valéria passa por uma crise de meia idade com pouco mais de 40 anos, com dois filhos (gostei muito da personagem da filha Mirella), um trabalho e um marido.
Ela usa o diário como forma de reflexão da sua vida e consequentemente começa a tomar decisões baseada em reflexões.
Como pessoa que fez psicanálise, acho que o que houve com Valéria foi uma tentativa de se auto-analisar e que com o caminhar do livro, nota-se que para ela funcionou.
Adorei!
augusilveira 11/04/2024minha estante
Sempre tive curiosidade de ler Elena Ferrante, realmente as autoras têm uma pegada semelhante? Acho que vou adorar então, porque Caderno Proibido foi muito bom!


aline203 17/05/2024minha estante
tem sim!!




Paola 11/06/2024

Uma jornada de autodescoberta
"Caderno Proibido" é uma obra que nos conduz pela vida de Valeria Cossati, por meio de seu diário, começado em um domingo de outono. Este diário, comprado ilegalmente em um domingo, torna-se um potente instrumento de autoanálise, um objeto que Valeria precisa esconder de todos os outros.

Desde o início, o diário assume um papel de confidência e transgressão, permitindo que Valeria explore suas inquietações sobre as relações familiares e a rotina diária. Escrever torna-se um ato de culpa a ser mantido em segredo, mas também é uma ferramenta que lhe dá uma nova perspectiva, revelando uma compreensão mais profunda da vida além das aparências superficiais do dia a dia.

O diário marca um ponto de virada na vida de Valeria, delineando uma separação clara entre seu "eu" social, moldado pelas expectativas externas, e uma subjetividade mais autêntica, que emerge gradualmente conforme as páginas do diário são preenchidas. À medida que essa transformação se desenrola, o leitor é levado a uma proximidade íntima com Valeria, quase como um amigo confidente.

A habilidade de Alba de Céspedes está em capturar a complexidade das emoções e a evolução interna de Valeria. "Caderno Proibido" é uma exploração profunda e sensível da busca por identidade e autenticidade, um testemunho da luta silenciosa de uma mulher contra as imposições de sua realidade.

Recomendo fortemente "Caderno Proibido" para aqueles que apreciam uma narrativa introspectiva e poderosa, capaz de nos fazer refletir sobre nossa própria existência e as máscaras que usamos.

A leitura deste diário é uma experiência envolvente e transformadora, que permanecerá comigo muito tempo após a última página.
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Liliana 23/04/2024

Faltou coragem
Valeria é uma mulher que está presa aos bons costumes impostos pela sociedade de que a mulher nasceu para ser esposa, mãe e dona de casa. Infelizmente, ela deixa de viver um grande amor por não ter coragem de mudar de vida e se libertar do passado. Ela também não consegue dizer não para seu marido e filhos e esses nãos ditos vão a consumindo internamente. Seu refúgio passa a ser um caderno no qual escreve sua vida na forma de diário. Por ser tão conservadora, acredita que o diário é um pecado no qual se deve se livrar dele. Fico imaginando quantas Valerias ainda existem na nossa sociedade, que preferem viver um casamento falido, sem amor à viver uma vida de felicidade... Lamento por você, Valeria.
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elisa :) 09/12/2023

O poder que a escrita tem de nos fazer questionar as coisas.
Valeria é uma mulher de 43 anos que sai em um domingo para buscar cigarros pro seu marido e acaba comprando ilegalmente um caderno preto ("o caderno proibido"). Ela então começa a fazer anotações sobre o seu dia a dia, seu trabalho e sua família nesse caderno sem que ninguém saiba. Se sente, inclusive, pecadora por estar escondendo um diário de todas essas pessoas. Interessante perceber que ao mesmo tempo que ela se sente mal, ela anseia pelo momento em que estará sozinha para sentar e colocar suas reflexões no papel.

Ela acredita viver uma vida simples e feliz, acredita ter um bom casamento. Porém, conforme vai colocando em seu caderno seus pensamentos e acontecimentos do dia a dia, Valeria começa a notar uma profunda transformação em si mesma e a questionar certos acontecimentos que lhe pareciam convenientes e habituais.
Vanessa.Castilhos 09/12/2023minha estante
Adorei a resenha! Fiquei com vontade de ler. ?


elisa :) 10/12/2023minha estante
Indico, Vanessa! Se ler, me conte depois o que achou.


Vanessa.Castilhos 10/12/2023minha estante
Já coloquei na minha lista! ?


Fabio 13/12/2023minha estante
Adorei a resenha, Elisa!!!




marina.siqueira 11/09/2024

Como disse a própria autora, "não acontece nada, a história está na narrativa [...] está toda na análise da personagem". Não poderia haver definição melhor. O livro inteiro gira em torno dos pensamentos conflitantes de Valéria, em suas interpretações daqueles que a cercam e da sua quase libertação.
Valéria traz, nas páginas, o conflito constante entre o que foi ensinada sobre o mundo e o que poderia ter caso abrisse mão de suas convicções tão enraizadas. Ela se submete, por completo, ao papel de dona de casa e de mãe, tanto que acaba agindo como mãe do próprio marido, além de abrir mão de seus desejos e do que seria direito a todos em prol do que acredita ser seu papel familiar. E, embora seja um livro que se passe em 1950, é curioso ver como seu comportamento é tão replicado ainda nos dias de hoje.
Apesar de conhecermos todos os personagens pela óptica da principal, foi possível se aprofundar em cada um deles. Ricardo e Michelle apenas foram figuras de dar pena em seu retrocesso e inércia, enquanto Mirella foi a grande estrela da família, visto que foi a única que soube de fato viver.
Quanto ao final, eu senti como se toda a evolução de Valéria tivesse sido em vão, ao passo que ela me pareceu ter cedido à amargura no lugar de abraçar a felicidade. Valéria pode ter sido ponte para que Mirella alcançasse algo melhor, mas ela teve a chance de atravessar essa mesma ponte também, só se resignou com sua vida até então. No entanto, foi um final adequado à crítica que se construiu nas páginas.
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inasantos 23/05/2024

É um livro em que a construção da personagem é incrível, o quanto você percebe as mudanças delas ao longo do tempo.
Porém foi um livro cansativo, a personagem não me cativou. Continuei a leitura até o fim pela linguagem fácil e leve, além da esperança de ter algum acontecimento significativo (na qual não darei spoliers sobre).
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Avner 27/03/2024

?Quanto mais me conheço, mais me perco?
Escrito pela autora italiana Alba de Céspedes, ?Caderno Proibido? é um diário de Valeria Cossati, uma mulher comum, casada há mais de vinte anos, mãe de dois filhos e funcionária de um escritório, no início dos anos 50, em um contexto pós segunda guerra. O livro começa com a aquisição de um caderno pela protagonista, no qual ela decide escrever, de forma escondida, sobre seu cotidiano.

Acredito que a premissa do caderno proibido e de o leitor ter acesso direto aos escritos que só a personagem tem, cria uma conexão imediata, uma sensação de acesso aos segredos, que torna Valeria alguém próximo logo nas primeiras páginas.

É um livro que revela os pensamentos mais íntimos de uma mulher que vive muito para todos (família e trabalho) e quase nada para si mesma. Apesar de publicado e se ambientar nos anos 50, tenho a sensação de que, em diferentes proporções dependendo do caso, muitas mulheres ainda passam por essa anulação de si, principalmente quando se tornam esposas e/ou mães. A leitura provoca muitas reflexões nesse sentido e permite muitos paralelos com a experiência de estarmos vivos no mundo e o que isso significa.

Sem grandes acontecimentos marcantes, é um livro muito reflexivo, um ótimo exercício de empatia e tentativa de compreensão do outro e de si mesmo por ser tão íntimo. Tudo isso com uma leitura fluida e que te deixa muito envolvido com os pensamentos da protagonista. Eu adorei! Recomendo demais!
Rodrigo1001 27/03/2024minha estante
O meu está na estante, aguardando pacientemente a sua vez chegar. Parabéns pela resenha.


Avner 27/03/2024minha estante
Aguardo pra saber se gostou quando chegar a vez dele! ?




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