Caderno proibido

Caderno proibido Alba de Céspedes




Resenhas - Caderno proibido


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annikav.a 26/03/2024

Valeria
A mulher, quando tem filhos, é reduzida à mãe, à mártir (e quando não é essa força da moral, a pecadora). Valeria começa a escrever nesse caderno proibido, em muitos sentidos, para se lembrar. Lembrar-se da vida cotidiana, de hoje e de ontem, é lembrar-se da vida na sua forma mais completa. Entretanto, a memória nunca é um fim em si mesma, é um meio, é um caminho. Através da escrita Valeria, se reconstrói e destrói de novo a partir de inúmeras sutilezas e comentários tão certeiros que chegam a doer naqueles que (e aqui são quase todos) se identificam com os conflitos existenciais, geracionais e de gênero. Para mim, esse livro fica como testemunho inequívoco de que a família tradicional, por mais que perfeita aos olhos da Igreja, não se sustenta por ser materialmente e emocionalmente impraticável, sobretudo num mundo que o ônus da criação ( que muitas vezes nem é visto como ônus) recai todo sobre a mulher.
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Stella 06/11/2023

Nao odiei, mas não gostei, não sei o que dizer do livro. Algumas partes são boas e reflexivas, mas achei muito arrastado, sonolento, repetitivo. Do meio pro final fica um pouco melhor, ainda assim não o suficiente pra prender.
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Roberta.Justel 10/03/2024

Caderno Proibido
11/2024

Mais uma leitura influenciada pelo #efeitobookster

Valéria Cossati compra um caderno preto, proibido, no qual passa a narrar - às escondidas - os acontecimentos de sua vida privada e familiar.

É a através da escrita que se reconhece - ou se vê, pela primeira vez - em alguns de seus papéis desempenhados - mãe, filha, esposa, trabalhadora, amante e sogra? a escrita é libertadora, ao mesmo tempo que a aprisiona ao constatar que não pode abrir mão de alguns desses lugares.

A relação com a filha foi a cereja do bolo pra mim! Adorei como ela, ao se identificar, mas também ao invejar o que a filha constrói de sua vida, vai tentando se relacionar com a jovem.

Adorei!
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Vitoria 30/03/2024

A história de Valéria se parece, em tantos momentos, com a vida de qualquer mulher. A divisão entre o papel a ser performado e a complexidade que habita cada uma de nós.

O caderno proibido como um portal, uma caixa de Pandora: Valéria nos conduz pela mão e mostra com riqueza de detalhes suas angústias mais profundas.
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Iris.Ucella 17/02/2023

Valéria sou eu e você
Como uma só personagem consegue colocar em pauta tantas questões? Se está personagem for mulher, podemos compreender. Leitura intensa e profunda, extremamente prazerosa e reflexiva. Vale a pena cada página, cada dia deste diário.
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DêlaMartins 19/06/2023

Na Itália pós-guerra, Valeria, uma mulher por volta de 40 anos, sai num domingo para comprar cigarro para o marido e, impulsivamente, também compra um caderno preto (proibido de ser vendido num domingo). Ela começa um diário, escrevendo sobre seu cotidiano como esposa, mãe de 2 jovens adultos e funcionária de um escritório. Conforme vai escrevendo, Valeria vai se reencontrando com ela mesma, voltando a ser Valeria e não só a mãe e esposa. Ela não tem com quem conversar e o espaço para se expor, questionar, perceber o que aconteceu e acontece com sua vida, passa a ser seu diário secreto, que ela sempre esconde em lugares diferentes.

Conflitos de geração, relacionamento com seu marido, com seu chefe e com sua mãe, suas questões sobre maternidade e dedicação, suas impressões sobre amigas, seus preconceitos, sua inércia com relação à vida que leva, seus ressentimentos, além das descobertas que faz sobre si mesma, são tratados de uma forma amarga, às vezes, rancorosa. Uma vida em função de agradar aos outros e às convenções, em detrimento da busca pela própria satisfação ou até mesmo felicidade. Uma vida de anulação com muita frustração e culpa se apresenta nesse diário. Pra mim, a vida de Valeria chega a ser deprimente, bastante amarga, chata.

O que Valeria escreve sobre seu cotidiano mostra uma mulher que é útil para os outros, mas invisível. Uma mulher cheia de contradições que, apesar das descobertas e de algumas contravenções, não consegue se libertar de preconceitos (seus e dos que a cercam) e das convenções.

Um bom livro, mas cansativo.
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Manuella 18/03/2024

Novo gênero favorito?
Mulheres italianas escancarando suas mazelas!

Amei tudo nesse livro, a escrita, a forma que começa, a forma que acaba, a forma que eu fui levada nas camadas dos personagens e da história e ela vai morar num triplex alugado na minha cabeça por um bom tempo.

Bom pra gente lembrar que somos feitas de hipocrisia e honestidade, coragem e medo, insatisfações e ambições, julgamentos e abstenções? somos ambíguas, mulheres!!!
E não tem nada de errado nisso.

Seres humanos reais que apesar de viverem numa época onde tudo era muito diferente, não difere tanto assim de questões atuais.
Amei, amei, amei!
Cris609 25/03/2024minha estante
Exatamente a minha impressão sobre o livro!




brunamp 25/02/2024

Ser mulher
Quase desisti da leitura, mas quando menos esperava me peguei lendo devagarzinho para que o livro não acabasse.

Me senti íntima de Valeria, queria poder lhe dar uns conselhos, recomendar uma leitura feminista e ser um ombro amigo. Uma escrita tão crua do que é ser mulher, de como a nossa subjetividade vai sendo moída, nossos desejos negados, não vou nem falar da culpa. A relação dela com a filha me tocou de maneira especial e escancarou o que muitas não conseguem admitir, competimos com todas e sempre nos sentimos ameaçadas.

Um livro que se passa em 1950, mas poderia se passar hoje.
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Yeda 29/11/2022

?Nunca poderia acreditar que tudo o que me acontece ao longo do dia merecesse ser anotado. Minha vida sempre me pareceu meio insignificante, sem acontecimentos notáveis além do casamento e do nascimento das crianças. Mas desde que, por acaso, comecei a manter um diário, percebo que uma palavra, um tom, podem ser tão importantes, ou até mais, quanto os fatos que estamos habituados a considerar como tais. Aprender a compreender as coisas mínimas que acontecem todos os dias talvez seja aprender a compreender realmente o significado mais recôndito da vida. Mas não sei se isso é um bem, temo que não.?
.

Valeria, mãe e dona de casa, compra um caderno de capa preta em um impulso. Resiste a ideia de escrever; no fundo, considera um pecado ter segredos. O caderno é irresistível, e ela se vê não só ávida por escrever, como também reavaliando toda a sua vida.  A sua existência toma uma dimensão diferente a partir do momento em que ela comprou o caderno, como se ela fosse outra pessoa, alguém com...segredos. Alguém que, de forma silenciosa e através de uma caneta, se rebela contra as imposições implícitas de ser mãe e esposa. Sua vida parece calma na superfície, mas o livro permite que, a cada entrada do diário, seja possível ver as mudanças em Valeria e em sua família, personagens que ao primeiro olhar parecem simples, mas guardam uma personalidade forte e contrastante, assim como compreender Valeria e sua resistência aos questionamentos e a sua ideia de felicidade, amor e vida.
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maymay° 10/03/2024

Avassalador. Angustiante. A maior identificação com a Valéria é justamente essa dualidade dela, sempre nesse caminho entre a cruz e a espada que ela mesma carrega e empunha várias vezes na própria ferida. Condescendente ao extremo e cada passo, cada pensamento, cada reinvenção de si num novo tempo é como se fosse uma transgressão imperdoável. Muita hipocrisia e muita confusão, ela se perde no próprio progresso. Livro muito especial, me fez pensar muito.

?Em casa, não sei por quê, tenho sempre vontade de pedir desculpas.?
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Barbara.Raulino 01/08/2022

A escrita como resgate de si
Em Caderno Proibido, conhecemos Valeria Cossati, uma mulher de 43 anos na Roma dos anos 50 e que leva uma vida submissa nos papéis de esposa, mãe e filha. Há anos ela não ouve o próprio nome — o marido só a chama de “mamãe”. Em um domingo, ela sai para buscar cigarros para ele, e acaba comprando ilegalmente um caderno – um item que não poderia ser comercializado aos domingos, e faz dele seu diário proibido.

No caderno, ela começa a “passar coisas a limpo como quem remexe as gavetas”, passando a enxergar com outros olhos o marido, os filhos, as amigas, os colegas, a vida cotidiana e, principalmente, a si mesma. A escrita passa a ter uma função de resgate de si, conforme ela se depara com seus pensamentos mais íntimos e que, até então, ela nem sabia que existiam. A escrita ganha uma força incontrolável, a conduzindo por um caminho que, uma vez iniciado, não pode mais ser interrompido. É difícil não pensar em um processo de análise, onde ao associarmos livremente, nos deparamos com o que temos de mais íntimo e (des)conhecido.

“Quanto mais me conheço, mais me perco” diz Valéria, deixando claro que o processo de escrita a leva a um conhecimento e desconhecimento de si. O processo (de escrita/análise) é árduo, pelo encontro com o “proibido”, com o desconhecido, com o, até então, indizível; mas ao mesmo tempo é bonito e libertador, já que produz novos caminhos internos – o que fica evidente ao acompanharmos Valéria, em toda a sua complexidade.

O livro aborda temas caros, como as questões de gênero e classe, as questões sociais, o pós guerra, as relações familiares e a relação mãe e filha. Os diálogos entre ela e a filha Mirela são fortíssimos e é difícil não se comover com os impactos dessa relação, com a distância entre as gerações e os desencontros que isso produz.

Alba de Céspedes (na segunda foto) é referência pra Elena Ferrante e é difícil não encontrar semelhanças entre duas. Recomendo muito, muito. Uma das melhores leituras que fiz esse ano, certamente.

"Aprender a compreender as coisas mínimas que acontecem todos os dias talvez seja aprender a compreender realmente o significado mais recôndito da vida."

site: https://www.instagram.com/compartilhandoletras
Juliane.Motta 02/08/2022minha estante
Adorei a resenha ?




Nana 05/09/2023

Livro nr 38 do projeto "A volta ao mundo através dos livros"
País sorteado : "Itália"

Excelente livro! Muito envolvente, perturbador e real

Foi escrito na década de 50, mas continua atual e serve como reflexão para nós mulheres, a maneira como somos vistas tanto pelos homens, pelos nossos filhos e pela sociedade em geral. É claro que naquele tempo tudo era mais radical, mas em muitos momentos da leitura me vi em Valéria e me questionei o que preciso mudar pra ser mais eu mesma, independente da opinião dos outros.

Uma ótima reflexão sobre o casamento, nossas escolhas, os filhos, o papel da mulher e o envelhecimento, porque o tempo passa e precisamos correr atrás.

Indico muito o livro, principalmente para quem gosta da escrita de Elena Ferrante, pois realmente, como li em alguns depoimentos, tem o mesmo estilo.
I Danielle I 07/09/2023minha estante
Adorei a recomendação, já coloquei na lista de futuras leituras.




21/04/2024

Como seria o seu caderno proibido?
Todo mundo precisa de um caderno proibido. Todo mundo merece um local sem julgamentos para despejar seus pensamentos mais intrusivos, confusos e reflexivos. Valéria encontra na escrita uma janela pra se libertar da escravidão vivida pela mulher docilizada. É no apagamento na sua vida real que ela encontra motivação para se reinventar no mundo paralelo do caderno. Valéria, há muito, deixara de ser ela mesma para ser somente mãe, esposa, dona de casa. Interessante ver a inquietação da personagem ao descobrir que pode esconder no caderno os seus anseios do ?eu feminino?, ao tempo que permite que a escrita cause repercussões e desordem na sua vida socializada. Achei incrível como um processo SOLITÁRIO de escrita, sem gatilhos externos de letramento feminista ou manifestos, conseguiram, ainda assim, trazer à tona o nosso descontentamento e as nossas bandeiras, o que prova, por si só, que estamos a performar contra a nossa própria NATUREZA SELVAGEM.
Paula Lemos 20/05/2024minha estante
Amei!! Lista de preferidos!! ??????????




Leila 16/09/2022

Amei demais esse livro, genteee! Me identifiquei demais com a personagem em muitos, mas muitos momentos. Acho que quase toda mãe irá se identificar com a Valéria, independente da idade dos filhos. Uma das minhas grandes lutas ao ser mãe foi não me tornar "invisível", não deixar de ser a Leila, para ser a mãe da Maria Clara, mãe do Matheus ou mesmo a esposa do fulano, do ciclano e etc, não perder a minha individualidade, e oh, quem é mãe sabe, não é tarefa lá muito fácil. Os próprios seres amados a quem nos dedicamos não nos enxergam como seres únicos e "separados" deles, acostumam tanto a nos terem ali, que é osso estabelecer essa linha tênue entre amor e cuidados e o abuso de nossa pessoa (é quase rir para não chorar). Teve uma frase no livro que me doeu na alma, mas é bem por aí, algo que alguém da família fala para a mãe "já que você não está fazendo nada, faz essa costura na calça aqui pra mim", afff, como se não pudéssemos ter um minuto de paz e descanso na vida. Enfim, esse foi um dos pontos que o livro me pegou. Mas existe inúmeros outros que gostei muito também, todas as preocupações diárias da personagem, todos os seus gritos surdos de socorro...enfim, acho que não estou fazendo muito sentido, mas vão lá ler o livro e depois me contem se também conseguiram se conectar com a Valéria como eu me conectei,ok?
A personagem resolve comprar um caderno e começar a escrever seu dia a dia nele e daí o título do livro e até mesmo isso é feito às surdinas porque ninguém entenderia esse comportamento "estranho da mãe", afinal, mãe não tem segredos, quase não tem sentimentos próprios né?, então a obra toda nos é apresentada em entradas de diário e é uma delícia de ler, vão por mim, é muito bom!
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jdelisiario 26/02/2024

Caderno proibido
Terceiro livro do desafio Bookster 2024, sentimento: liberdade.

Não sei se por ter sido o segundo livro seguido narrado por mulher, falando sobre os sentimentos e percalços dos relacionamentos amorosos, mas me senti bem melancólica. Minha vontade seria ler uma visão diferente, mas entendo que realmente o que é trazido é a realidade da maioria dos casamentos.

Neste livro temos Valéria que narra sua vida em família e no trabalho, na época escassa do pós guerra. Seus conflitos internos são colocados pela sua visão em um diário.

Gostei bastante, o único ponto triste foi a melancolia pós leitura.

#leituraTerapia
#desafiobookster2024
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