spoiler visualizarNanda Lopes 21/01/2024
Não subestime a profundidade do boteco
Deu para versar com o autor seja deitada na rede ou sentada no boteco pelas páginas do inconsciente na vida cotidiana. No Boteco tivemos a companhia de diversos autores: Freud, Lacan, Ferenczi, Melanie Klein, Winnicott, Bion...
Poetas como Rupi Kaur, Fernanda Young, Ana Suy, Carlos Drummond de Andrade e meu afilhado Ben (afinal, toda criança brincando se comporta como um poeta).
Músicos como Maria Gadú, Zé Ramalho e Adele...
A obra desloca a teoria para a prática cotidiana de maneira simples e acessível para quem tem curiosidade, para quem faz análise e para quem gosta de observar as relações humanas, este é um belo livro. Tem leveza, fluidez nos esclarecimentos pela linguagem sensível, sem perder a densidade inerente à psicanálise. Uma profunda conversa sobre quem somos e como agimos, relembrando nossa história, encarando os nossos limites com reflexões lindíssimas e tocantes.
O livro foi um delicado presente de uma amiga, um reencontro delicioso em uma quinta-feira, que mais parecia aquele sentimento de domingo (suspeitamos fortemente da memória afetiva pelo pudim de leite). Entre o trabalho na vida cotidiana, lapidamos as pedras do caminho, abrimos brechas nas agendas com horizontes possíveis, nutrindo o belo da vida com amizade. E assim seguimos nesse reencontro, seja de cerveja ou vinho, decantando poesia na deliciosa arte da vida.
Citação para inspirar a leitura:
"O grande objetivo de uma psicanálise: inquietar, incomodar até transformar. Ela nos tira da posição de conforto, nos fazendo repensar a vida com menos hipocrisia e mais sensatez. A psicanálise não nos cura de nossos sofrimentos, nem se propõe a isso, mas nos coloca diante deles, reassegurando a nossa capacidade de responsabilização e o alcance da maturidade"