Êxtase & outros contos

Êxtase & outros contos Katherine Mansfield




Resenhas - Êxtase & Outros Contos


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Carina 09/12/2023

Uma surpresa feliz
Uma coletânea de 5 contos bastante diferentes, cheios de sentimentos reprimidos, vontades secretas e percepções abstratas.
Meus contos favoritos são Êxtase e Festa no jardim. Eles me deixaram muito feliz e permitiram a experiência de muitas sensações e interpretações diferentes.
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Pêssego 08/12/2023

EU QUERO É BOTAR MEU VIOLINO NA RUA.
A escrita de Katherine, é uma escrita que deixa o leitor envolvido, explorando em uma prosa limpa detalhes do cotidiano, não só em ações mas, como também o interior de suas personagens, todas tridimensionais; e em suas emoções, algo tão especial até pela época em que foi escrito. Além de exaltar o feminino, há críticas pontuais ao social, o que casa perfeitamente com o texto num todo e o deixa ainda mais primoroso.
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Pam 04/12/2023

Não me surpreende que Katherine Mansfield tenha inspirado mulheres como Ana Cristina, Virginia Woolf e Clarice Lispector. Com contos que falam muito sobre nada e dizem tanto sobre tudo a obra carrega muita força para reflexão e "Êxtase" é o que inicia com grande elegancia essa coletanes
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lorenzodeneuve 02/12/2023

"Por que ter um corpo se é preciso trancá-lo numa caixa, como um violino muito, muito raro?"

Mansfield por meio de suas narrativas, inicialmente simples, por se tratarem de situações cotidianas e rotineiras, promove intensas reflexões sobre o papel da mulher na sociedade inglesa do início do século XX, explorando o patriarcado, as questões sociais, o moralismo e outras mazelas que prendiam vozes femininas. Encantou Virgínia Woolf, Ana Cristina César e Clarice Lispector por meio do "êxtase" que sua literatura promovia.

Ordem dos meus contos favoritos: "Êxtase", "A aula de canto", "A vida de Ma Parker", "As filhas do falecido coronel" e "Festa no jardim", todos excepcionais.
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Alice 01/12/2023

Uma leitura do feminino
Em meu primeiro contato com a autora, achei-a espetacular. Digo não só pela escrita, mas, sobretudo, pela singularidade narrativa de Katherine Mansfield. Logo de início, fiquei estarrecida com "Êxtase", Bertha é um retrato da infelicidade do sexo feminino, da descoberta e da opressão da vida cotidiana, a ingenuidade da protagonista somado ao jogo de sentido é espetacular. Particularmente, gostei mais do conto sobre Ma Parker. Críticas sociais e elementos do dia a dia são os temas principais.
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Joyce.Gomes 30/11/2023

O Êxtase com certeza foi o melhor conto dessa coletânea. Os demais gostei, mas não tanto assim.
Mas gostei da forma da escrita da autora.
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Thiago 28/11/2023

Contos excelentes e edição que poderia ser melhor
Esta é uma coletânea de contos de Katherine Mansfield da editora Antofágica. Não conhecia a autora, que, segundo Virginia Woolf (e repetido as nauseam pelos comentaristas do livro), foi a única escritora por quem já sentiu inveja da escrita.
Interessante que seu conto mais famoso - e que dá nome ao livro - é o mais chato de todos, enquanto Aula de Canto é um grande conto, magnífico. A Vida de Ma Parker também é lindo, e os outros dois são muito bons. Todos eles retratam uma vida familiar e íntima, com suas nuances e dúvidas. É difícil detalhar sem revelar a trama, mas destaco que o conto Êxtase soa extremamente superficial e bobo, relatando um jantar de jovens adultos malas. A única presença verdadeira é a babá que, em um momento em que a mãe quer dar cinco minutos de atenção à filha, diz "tome cuidado, senhora, pois, se a fizer chorar, eu sei que vai mandar com que eu resolva isso".
No entanto, como em outros trabalhos da editora, a impressão que fica é que o foco está menos na obra em si e mais nas resenhas e no aspecto "artístico" em sua pior acepção. As ilustrações e alguns comentários soam mais afetados e pretensiosos do que importantes para o entendimento e reflexão e o trabalho de tradução ou revisão deixa a desejar, havendo erros de concordância e regência, culminando no pior ("ela sentiu a mesma dó").
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Felipe Berlofa 27/11/2023

Uma Jornada Íntima pelos Contos de Katherine Mansfield
"Por que ter um corpo se é preciso trancá-lo numa caixa, como um violino muito, muito raro?"

Nota: 5/5
Editora: Antofágica

Confesso que tenho uma afinidade especial com narrativas que exploram as complexidades psicológicas do cotidiano, uma predileção que me conquista facilmente. Não é à toa que Virginia Woolf e Clarice Lispector ocupam o posto de minhas autoras favoritas nesse quesito. Ao descobrir que existia uma escritora capaz de despertar inveja em Virginia e inspirar Clarice, não hesitei em mergulhar em sua obra. E, sem decepção, a experiência foi magnífica!

Katherine Mansfield, nascida na Nova Zelândia em 1888 e grande parte de sua vida vivida na Inglaterra, transcendeu fronteiras em sua vida e escrita, como destacado nos textos de apoio da Antofágica e Talissa Ancona Lopez (2023). A autora enraizou em sua obra uma experiência que transita por diversos territórios, sotaques e contrastes.

A coletânea de contos, primorosamente escolhida e traduzida por Nara Vidal, foi uma experiência arrebatadora. Composta por cinco contos de Mansfield - "Êxtase", "A aula de canto", "Festa no Jardim", "A vida de Ma Parker" e "As filhas do falecido coronel" - cada conto me cativou, principalmente pela habilidade de Mansfield em convidar o leitor a contemplar suas personagens em situações cotidianas e sentir seus questionamentos, suas epifanias sobre a vida. A prosa de Mansfield nos faz não apenas observar, mas nos identificar com essas personagens, vivenciando suas perguntas.

Como afirmado por Lopez (2023), "ela mostra, através dessas mulheres, que a questão está sempre dita em gestos cotidianos ou falas inesperadas que revelam um inevitável descompasso entre o desejo intenso e as possibilidades um tanto limitadas".

Os contos exploram temas como luto e ausência, questões de classe social, e a complexa questão do feminino e da feminilidade no século XX. A medida que nos aprofundamos na habilidade da escrita em desdobrar esses assuntos, somos conduzidos mais profundamente nas personagens, em suas psiques e impressões sobre os temas. E o mais fascinante é que elas nunca são as mesmas do início ao fim da história, transformando-se diante dos nossos olhos.

Dos cinco, meu conto favorito foi "A vida de Ma Parker". É um conto majoritariamente sobre luto e me fez chorar e pensar muito em seu final. Mas, todos os contos e personagens de Mansfield tem muito a nos dizer e nos perguntar. Particularmente, você não sairá o mesmo depois dessa coletânea, e assim como suas personagens, você será conduzido por esse desfiladeiro de afetos e se perguntará ao final: Como estar na presença do outro sendo nós mesmo? Ou como estar com o outro, sendo ele tão próximo e tão diferente de mim?

Sem sombra de dúvidas, ainda me questionarei ao longo da vida tudo o que esta obra me fez pensar. Mas ela saí deste ano de 2023 como sendo a minha favorita ❤️.
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GabriellyCabral 26/11/2023

Sensível e inteligente
Além dessa edição ser linda, com ilustrações super ligadas a história de cada conto, é composto por cinco contos incríveis.

Katherine fala no silêncio, é incrível como ela transforma um livro em uma obra visual. Ela compõe personagens mulheres reais e possíveis.

Pra quem gosta de finais abertos e que te dão a possibilidade de completar a história por dedução. A autora entrega tudo sem dizer.

Já esperava muito do livro e valeu muito a pena. São contos rápidos e bons de ler. Uma escrita clássica e fácil de ser compreendida.

Incrível.
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helenavgi 25/11/2023

O silêncio feminino, ou a female rage.
Toda arte depende de um fator essencial: o não dito, o psicologismo oculto, aquele que o comportamento social disfarça, que é sobreposto sobre os fatos materiais. Essa talvez seja uma das maiores marcas do artista, criar um efeito de tal profundidade que dê margem a diversos conceitos, ideias e interpretações. Essa ausência do dito é a força motriz da prosa de Katherine Mansfield.

Um elemento que se destaca muito é o estilo de sua escrita. Para Katherine, o estilo era mais importante do que beleza, e por isso, treinava constantemente a técnica. Obsessivamente. Até ter o tom, o comprimento e o som perfeitos, tudo cuidadosamente e sistematicamente executado com grande apuro.

Sua escrita é um pouco similar à de outra deusa de nossa literatura, Lygia Fagundes Telles. Apesar de ambas serem eméritas em certos aspectos, não seria exagero afirmar que a sutileza, o olhar de gato, a simplicidade e ao mesmo tempo, a potência de Katherine se reflete na de Lygia como as várias faces de um espelho.

Além de Lygia, a escrita de Katherine trouxe à tona a admiração de outras escritoras muito especias: Virginia Woolf e Clarice Lispector. Katherine manteve uma relação conflituosa com a primeira, lembrando ainda a amizade de Lila e Lenú - com grande afeto e competitividade das duas partes -, da tetralogia de Elena Ferrante. Entretanto, ambas mantiveram uma mútua conexão literária, e isso refletiu em suas respectivas obras.

Ao contrário de Woolf, sua influência sobre Clarice foi à distância, tendo em vista que Mansfield morreu - jovem, aos 34 anos - pouco depois de Lispector nascer. Mas isso não foi um problema. Clarice conta que, aos quinze anos, logo após ganhar seu primeiro dinheiro fruto de seu trabalho, entrou em uma livraria:

[...] Folheei quase todos os livros dos balcões, lia algumas linhas e passava para outro. E de repente, um dos livros que abri continha frases tão diferentes que fiquei lendo, presa, ali mesmo. Emocionada, eu pensava: mas esse livro sou eu! E, contendo um estremecimento de profunda emoção, comprei-o. Só depois vim a saber que a autora não era anônima, sendo, ao contrário, considerada uma das melhores escritoras de sua época: Katherine Mansfield. (LISPECTOR, A Descoberta do Mundo)

As protagonistas dos 5 contos (em ordem, Êxtase, A aula de canto, A festa no jardim, A vida de Ma Parker e As filhas do falecido coronel) são mulheres comuns, aparentemente simples, mas por dentro movidas por uma forte onda de emoções, desejo, tristeza, angústia, liberdade, que sentem, e que o fazem intensamente. Ainda que as personagens sejam apresentadas em oposição, as divergências ocorrem num só e mesmo plano, nas voltas entre conflitos existenciais e a essência feminina de ver o mundo.

A tendência para as emoções é prova evidente não só do intenso desejo de realidade característico da era atual, do anseio de estar bem informado acerca da condição humana, mas também daquela recusa em aceitar os propósitos artísticos do século XIX, que se expressa no abandono da história e do protagonista individual. Essa disposição se intensifica principalmente se for parar para pensar no determinismo social voltado às mulheres de sua época, onde suas únicas designações eram definidas por seus relacionamentos familiares.

Êxtase, considerada a obra mais "feminina" de Katherine, traz à tona um questionamento já no nome. O que seria a êxtase? A ideia pode ser caracterizada como uma incontida sensação que invade o corpo, uma felicidade desgovernada, que transborda do prazer de perder-se:

Embora Bertha Young tivesse 30 anos, ela ainda vivia momentos em que sentia vontade de correr em vez de caminhar, de dançar pequenas coreografias subindo e descendo a calçada, de girar um aro, de jogar coisas pelos ares só para pegar de volta ou de ficar imóvel e rir de nada, simplesmente de coisa nenhuma. (MANSFIELD, pág. 15)

Como podemos intuir, o eu feminino construído por Mansfield é levado a indagar acerca de sua liberdade, de sua vontade de se expressar verdadeiramente sem parecer uma afronta a ordem pré-estabelecida socialmente, sendo ela uma adulta. Bertha é uma personagem que eu pessoalmente gostei muito, pois acredito que ela representa todas as mulheres dessa coletânea, que sentem cada pequena coisa com paixão ou desilusão, mas nunca indiferença.

Outro recurso usado na prosa de Katherine é o encontro com o fatídico. A morte está presente em 3 dos 5 contos reunidos, e esse encontro se dá com o desejo de um grito de mulher. Não literalmente, mas a ideia do grito, é interessante perceber, se dá como a libertação das amarras a qual estão inseridas, o que lembra um termo muito recorrente da era atual, a tal da "female rage", que, em tradução livre, seria "raiva feminina". Entretanto, na literatura de Mansfield, não é exatamente raiva, e sim uma tristeza profunda, sem outro caminho senão a resignação aos fatos, sem dissolver a ordem à qual estão estavelmente inseridas.

Um exemplo é o conto "A vida de Ma Parker", onde a protagonista se vê diante da morte de seu único neto, depois de levar uma vida de tormento e tristezas, e não vê outro jeito senão chorar todos os anos de sofrimento. O que é interessante perceber nesse conto é que ela não derrama uma única lágrima. Esse silêncio, e não apenas o melancólico, é vital na construção de linguagem de Katherine, como pode-se conferir nos seguintes exemplos:

Ela queria apenas falar com ele por um momento. Não podia gritar de forma insensata: "Não é um dia magnífico?". (MANSFIELD, pág. 19)

? Não posso falar o que ia dizer, Jug, porque eu esqueci o que era? Era isso que eu ia dizer. (MANSFIELD, pág. 180)

Outras pessoas podem não gostar dos contos, mas eu, uma menina que é sensível demais a tudo, não pude deixar de me deslumbrar com a beleza da literatura de Katherine Mansfield. Depois de lê-los, tenho que concordar com Clarice: ela foi uma das melhores escritoras de sua época.
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Davi Teixeira 21/11/2023

Aqui o menos é mais!
?eu intensifico as famosas pequenas coisas ? então tudo passa a ser verdadeiramente significante? Katherine Mansfield

A própria autora foi quem melhor definiu sua obra. Os contos são simples, retrata o cotidiano. Não esperem reviravoltas mirabolantes, os finais são incrivelmente reais o que os tornam magníficos.
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Pzinha 20/11/2023

Êxtase e outros contos
?eu intensifico as famosas pequenas coisas ? então tudo passa a ser verdadeiramente significante? Katherine Mansfield

Essa citação pode muito bem resumir essa resenha. A escrita de Katherine é de um tom poético e traz em contos do cotidiano uma narrativa aparentemente simples mas recheada com alfinetadas de críticas sociais ??

Na verdade não conhecia essa autora nem esse livro, vi apenas de relance e arrisquei ler, não me arrependo, amei a escrita e a forma confortável que me senti lendo os contos, recomendo muito ?
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Vi 13/11/2023

Não conhecia nada da autora e foi uma grande surpresa. Já tava fascinada com o jeito dela de abordar tudo do ponto de vista feminino, até se apaixonar por outra mulher, e quando descobri a época que foi escrito, consolidou as 5??.
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Thais 05/11/2023

Lindo!
Ninguém faz edições como a antopofagica! Contos incríveis e com obras de arte à altura para acompanhar a leitura.
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